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[Livro] The Double Me - 3x06: Trophy Boys, Trophy Wives [+18]

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3x06:Trophy Boys, Trophy Wives
      “A suspeita prospera como fogos de artifício”.

Do instante em que deixou da sala de reuniões, tudo o que Nate fez foi caminhar triunfante pelos corredores opressivos da Strauss International. Judit estava logo atrás, clamando seu nome como uma mãe assolada em busca de esclarecimento. O que acontecera na sala de reuniões? Como o filho conseguiu o apoio de empresários experientes? Até aonde o escândalo da noite passada envolvendo Simon contribuiu para que o conselho o transformasse no mais novo presidente?
— Nathaniel, espere! — Era a quarta vez que ela o chamava.
— Sim, eu adoro a pronúncia do meu nome tanto quanto você — Ele respondeu, cínico.
— Precisamos conversar.
Nate abriu a porta para sua nova sala assim que a mãe terminou de falar. Ambos passaram para o lado de dentro, mas apenas ele mostrou interesse na enorme adega de seu pai no fim da sala. Sua vitória merecia um brinde com álcool suficiente para defrontar a primeira retaliação de sua mãe.
— Obrigado por votar em mim — Ele agradeceu enquanto enchia um pequeno copo de whisky. — Sempre achei que seu passado com Dodger ameaçaria minha ascensão na Strauss International. Devo dizer que é uma grande surpresa.
— Não estou aqui para discutir os erros que cometi no passado.
— É claro — Nate virou para ela. — Nenhum de nós dispõe de tanto tempo para recordações lastimosas.
— Quero que você me responda honestamente a pergunta que irei fazer. Você é o responsável pela prisão de seu pai?
Nate suspirou, sentindo-se mal por estar envergonhado. Judit queria ouvir de sua boca algo que até mesmo as paredes sabiam, como se uma confissão fosse invalidar sua decepção.
— Eu fiz o que tinha que fazer — Respondeu, caminhando para trás da mesa.
Mesmo tendo ligado os pontos muito antes de encará-lo, Judit não teve forças diante do desapontamento. Obrigou-se a acreditar durante todos esses meses que seu pequeno Nate estava de volta, apenas para descobrir que pouco restara do filho que lembrava. Não posso culpa-lo, disse a si mesma. Fui eu mesma quem o enviou a Paris; eu mesma o levei para o lugar onde tudo começou.
— Eu sei o quanto você queria assumir a empresa... — Decidiu ser complacente acima de tudo. — E sei que você deseja proteger o patrimônio de seu pai, mas enviá-lo para a cadeia por um crime que ele não cometeu? Você acha isso justo?
— Você está mesmo interessada no meu ponto de vista?
— Não fale como se tivesse uma justificativa plausível para seus absurdos. Se você foi capaz de colocar o próprio pai na cadeia, talvez eu nem queira saber o que você fez para ganhar oito dos doze votos do Conselho.
Nate deu um ar de risos cheio de desdém. Para uma prestigiada socialite de Nova York, Judit tinha ingenuidade de uma donzela. Não conhecia os filhos, os melhores amigos, e nem o ambiente hostil em que fora obrigada a viver. Exonerada da proteção ilegal de seus entes queridos, Nate sabia que ela seria apenas mais uma vítima de quem não poupa cadáveres dentro do armário.
— Entendo porque meus métodos podem gerar controvérsias — Ele finalmente disse. — O que eu nunca entenderei é a sua falta de fé em mim. Simon foi preso porque eu precisava de um grande escândalo para afastá-lo da presidência, mas não há evidências concretas para que ele permaneça mais de vinte e quatro horas em uma cela. Sim, eu usei chantagem para conseguir votos, mas apenas no que se refere ao Senhor Lance. Os outros sete votaram em mim porque conseguiram enxergar meu potencial. Você estava lá quando fiz minha apresentação, sabe que estou dizendo a verdade.
— Filho...
Nate relembrou em flashes paralelos tudo o que contradizia suas palavras; desde a droga de persuasão ingerida pelos membros do conselho até as propostas mau caráter que fora obrigado a fazer. Tendo como base o sistema de contrafação criado pelos inimigos que cobiçavam seu legado, as normas da nova presidência acabaram oferecendo uma recompensa ainda maior para os membros do conselho.
Nate era o herdeiro por direito, o único capaz de impedir a ascensão de um estranho na mesma cadeira que sua família ocupou por várias gerações. Se tivesse que se igualar aos inimigos e alimentar as sanguessugas pelo poder, o faria sem hesitar. Bastava esperar que tudo estivesse sob controle para revogar todos os privilégios desmerecidos.
— Eu fiz o que era preciso para proteger o patrimônio da nossa família. Eu sei que você não entende isso, porque só consegue ver o melhor nas pessoas. Mas eu já vi o quanto esse mundo pode ser cruel. E tudo o que eu quero é garantir que as pessoas que eu amo nunca vejam isso com os próprios olhos. Agora eu peço gentilmente que você se retire antes que consiga me convencer de que eu não tenho potencial para ser bom para esta família.
Judit sentiu que algo ficara entalado em sua garganta durante o discurso inteiro. Poderia ser culpa se já não tivesse absolvido a si mesma de todas as atrocidades que cometeu. Ou arrependimento, por todas as vezes em que pensou o pior de seu filho. Talvez não precisasse ser dessa maneira. Talvez Nate não fosse o mesmo porque conseguiu ser melhor do seu próprio jeito.
— Nunca duvidei do seu potencial, filho — Murmurou para ele. — Só estava me perguntando se este desfecho lhe é satisfatório. Usando a desonestidade, mesmo com boas intenções, você nunca saberá como é a verdadeira conquista.
— Esse é o problema, mãe; a verdadeira conquista não foi feita para pessoas como eu. É por isso que eu preciso reivindica-la com todas as armas que puder — Nate virou-se para encarar a adega. Tomou outro gole de sua bebida e apoiou os braços em cima da mesa, olhando para baixo.
— Você sabe como ninguém que merece o mundo inteiro — Judit caminhou lentamente até a porta; o barulho dos saltos deu ao filho a comprovação de que estava indo embora. — Parabéns pela conquista, Senhor Strauss.
Nate preferiu não responder. Apenas encheu seu copo novamente e terminou com um só gole. Uma vez sozinho em seu novo palácio, sentiu necessidade em deixar claro uma última coisa para o universo.
— É tudo meu... E ninguém vai me tirar.
Foi no meio de sua definição moral que ouviu o celular tocar. Thayer havia acabado de enviar uma foto onde aparecia sentado na cadeira de Vice-Presidente da Editora Van Der Wall. A legenda, como esperava, trazia as felicitações mútuas.
“Adoro fazer negócios com você, Senhor Strauss”.
Nate sorriu satisfeito em resposta ao grande triunfo.


— Última pergunta — Amber concentrou-se na revista a sua frente, passando o indicador direito pelo local de leitura. — O namorado da sua amiga oferece uma carona para leva-la em casa. O que você faz? A) Agradece o gesto, mas rejeita a carona para evitar um desentendimento com sua amiga. B) Aceita a carona, mas impõe limites. Ou C) Aceita a carona sem pensar nas consequências?
— É claro que eu aceito a carona — Mia respondeu. — Odiaria ter que correr uma maratona para minha casa fictícia só porque tenho amigas inseguras que arrumam namorados cafajestes.
Ao sair de dentro do closet, já acomodada em seu vestido preto, Mia encontrou Amber deitada de bruços na cama, com as pernas balançando e a boca cheia de salgados. A revista estava em baixo de seu queixo, recolhendo todos os farelos de uma mastigação nada elegante.
— Então de acordo com este teste... — Amber passou os olhos sobre as letras miúdas. — Você dormiria com o namorado da sua amiga sem sentir remorso porque acredita que a culpa não seria sua. — Hesitou por alguns instantes, talvez pensativa. — Na verdade, isso é bem a sua cara.
— Para trair meus amigos, precisarei primeiro ter amigos...
Mia caminhou até o espelho do outro lado. Bastou analisar o vestido por cinco segundos par ter certeza de que era o escolhido. Só precisava da aprovação de sua melhor amiga, que por acaso, entendia mais de moda que qualquer funcionário de sua loja.
— O que você acha? — Ela virou. — As seis em ponto está muito extravagante ou as nove precisa de uma calibrada?
Amber levou um segundo para entender seu código. Quando falou seis em ponto, viu-a tocar os seios como dois pedaços suculentos de carne. Já as nove em ponto, Mia tocou em suas pernas cobertas pelo vestido até o joelho. Não era difícil de entender, era apenas o sistema mais curioso que já havia visto.
— Você relaciona suas partes íntimas as horas? — Amber mostrou duas fileiras de dentes perfeitos em um sorriso.
— Chama-se eufemismo. Se você me ajudar com as roupas, prometo explicar o que significa.
— Eu sei o que significa eufemismo, muito obrigada — Amber estava impressionada com sua habilidade em mentir. — E você está totalmente pegável com esse vestido.
— Isso significa que causarei uma boa impressão ao namorado de Judit usando ele?
— Querida, com esse vestido, você pode até causar a separação do casal.
Mia olhou de volta para o espelho. Ainda não conseguia ver a destruidora de lares que Amber mencionou, mas estava satisfeita em saber que não havia mais nenhum indício de que fora uma garota rebelde e problemática. A mudança ainda assustava seus olhos cansados sempre que relacionava a garota perfeita do reflexo com o que costumava ser.
— Está faltando alguma coisa... — Ela hesitou para pensar. — Sim, os brincos, é claro — E traçou uma maratona do espelho até a penteadeira, e da penteadeira de volta ao espelho.
— Você está nervosa? — Amber começou a folhear sua revista sem qualquer interesse. — Seu novo pai pode ser totalmente diferente do que você imaginou...
— Não muito — Mia tentou brigar com as próprias orelhas para fixar os brincos de esmeralda. — Só estou fazendo isso por Judit. Nosso apoio é importante para ela.
— Eu soube que ele tem um filho. Você acha que pode nos apresentar qualquer dia desses?
Mia processou a ideia em silêncio. Amber e seu possível novo irmão... Parecia uma ideia tenebrosa, mesmo que não entendesse o porquê.
— Para você namorá-lo?
— Não exatamente — Amber levantou-se da cama. — Cansei de procurar o príncipe encantado. Tudo o que eu quero agora é me divertir.
 — Bom, eu ainda nem o conheço — Mia virou-se para amiga, já com os brincos apostos. — Então guarde seus hormônios para si mesma por enquanto.
Uma sutil batida na porta interrompeu a conversa.
— Mia? — Judit perguntou ao adentrar.
— Judit — Mia ficou na defensiva. — Algo aconteceu?
— Imagine, só estou aqui para avisar que Frank está chegando. O jantar será servido em quinze minutos — Ela notou a companhia de sua filha em meio instante. — Olá, Amber. Veio nos acompanhar para o jantar?
— Não, eu já tenho um compromisso com sorvete e filmes românticos na TV a cabo — Ela caminhou até sua bolsa em cima da cama.
— Por que não janta conosco, então?
Amber e Mia trocaram um olhar constrangido. Amber não tinha qualquer intenção de ficar, e Mia nunca se sentiria confortável colocando a melhor amiga em um jantar dos Strauss. Porque eles sempre terminavam em escândalo e iam parar nos tabloides. Palavras de Nathaniel Strauss.
— Eu não quero atrapalhar... — Amber respondeu, num tom vago e sugestivo.
— Sim, ela já estava de saída... — Mia manteve o mesmo tom. Eram péssimas mentirosas, como Judit sabia que seriam.
— Oh, não sejam bobas. É 4 de Julho, nenhum anfitrião merece essa desfeita.
Antes de aceitar a proposta, Amber pediu a permissão de Mia com o olhar. Já deveriam saber que não havia argumentos contra os desejos da matriarca Strauss, sendo ela a mãe que todos queriam ter.
— Mal posso esperar, Senhora Strauss — Amber tentou sorrir.
— Ótimo. Valeska colocará o seu lugar agora mesmo!
A animação de Judit havia colaborado com o sorriso no rosto de Amber e Mia, mas não por muito tempo. Assim que saiu do quarto, as duas garotas voltaram ao estado de negação onde sabiam que aquela não era uma boa ideia.
— Na primeira discussão eu te levo para casa — Mia garantiu.
— Na segunda. A primeira eu quero assistir.
E saíram do quarto com um sorriso no rosto. Ao passarem pela sala, já no primeiro andar, deram de cara com Alex em sua maratona para abrir a porta. Um breve cumprimento foi o bastante para que todos seguissem seus respectivos caminhos.
— Já vou! — Alex gritou para o incessante barulho da campainha.
Quando a porta foi aberta, Nate cambaleou para dentro da mansão junto do forte odor de álcool que impregnara em suas roupas. Jensen, que o havia ajudado a subir as pequenas escadas para o pátio da mansão, acabou sendo a única coisa que estava entre o lindo rosto do namorado e o tapete carmesim.
— Ai meu Deus, Nate? — Alex teria impedido a queda do irmão se Jensen já não estivesse fazendo muito bem seu trabalho.
— Eu estou bem, eu estou bem — Nate conseguiu ficar de pé usando as próprias forças. — Foi apenas... As escadas. Elas ficam girando como o volante.
— O que você está fazendo aqui? — Alex não poupou a severidade em seu tom de voz. — E bêbado?
Nate adentrou a mansão com a atitude que seu irmão estava temendo.
— Eu vim dar o total apoio a nossa mãe e a próxima etapa de sua vida. Isso é amuse bouch? — Esvaziou metade da bandeja do garçom que estava de passagem. — Obrigado. O pretendente de Judit já chegou?
Alex trocou um olhar cauteloso com Jensen. Ambos partilhavam a mesma impotência quanto ao furacão que atravessara a porta e faria vítimas fatais até o final da noite.
— Nate, você não pode ficar aqui — Alex disse, interceptando a passagem do irmão.
— Por que não? Eu fui convidado.
— Eu sei que agora parece a coisa mais razoável do mundo para você, mas essa noite é importante demais para nossa mãe. Não faça nada que possa se arrepender.
— Você está dando conselhos à pessoa errada, Little Brow. Minha única intenção é impedir o declínio desta família.
— Destruindo o novo relacionamento da nossa mãe e a reputação do nosso pai?
— Alex...
— Nate? — Judit chegara de surpresa ao hall. Alex parecia ter sido salvo pelo gongo.
— Mãe — Nate sorriu. — Eu preciso dizer, poucas socialites de Nova York conseguem ficar tão elegantes usando laranja como você.
Judit não precisava de mais nada para compreender. O odor e o comportamento exagerado de seu filho deixavam claro suas más intenções, no único dia em que nada poderia dar errado. Acreditava ter conversado com mesa de centro enquanto pensava falar com o filho naquela manhã. E longe de todas as definições que fariam de si uma péssima mãe, sentiu-se condenada a acreditar e desacreditar no caráter de Nate a cada dia que passava.
— Eu pensei que você não viria — Disse enfim, constrangida demais para olhá-lo o tempo inteiro.
— Você me conhece, eu nunca perderia um jantar em família.
— Okay — Judit deu meia volta para esconder os olhos cheios de lágrimas. — Pedirei para Valeska preparar o seu lugar ao lado de Jensen.
Ao vê-la partir pela porta que levava a cozinha, Alex decidiu ir atrás. Agora eram apenas Nate, Jensen e todos os dramas subtendidos no hall da mansão.
— Nate, vamos embora — Jensen insistira incessantemente dentro do carro, e não pararia até conseguir convencê-lo. — Isso já foi longe demais...
— Você estava lá quando Kerr me ajudou a investigar Frank, sabe que Judit e os outros precisam saber da verdade.
— Não hoje a noite. Você pode esperar até amanhã.
— Você me conhece tão bem que eu me pergunto porque ainda acha que pode me convencer.
Jensen assentiu de cabeça baixa. De um segundo para o outro, flagrara a si mesmo repetindo as resoluções do último natal para se redimir com Nate. “Fique ao lado dele mesmo quando estiver errado. E se nada der certo, esteja lá para confortá-lo”. Era uma promessa que ele estava feliz em cumprir para a vida inteira.
— Estarei ao seu lado — Garantiu.
Aproximou-se vagarosamente do namorado e o beijou, apenas para sentir em seus lábios todos os motivos que o levavam a ser uma pessoa melhor. Algo em seu raciocínio dizia que Nate poderia estar pensando o mesmo...
— Este foi um ótimo argumento — Nate tentou recobrar o ar. O beijo o deixara abalado demais para voltar a realidade tão depressa.
— Você não está tão bêbado, não é?
— Bom, eu posso ficar em pé e beijá-lo. Mas seria muito melhor se o seu rosto parasse de girar.
— Okay — Jensen soltou uma risada. — Eu farei uma sopa para você quando chegarmos em casa.
O soar da campainha anunciou a mansão inteira que o espetáculo iria começar. Enquanto Judit dirigia-se até a porta da mansão, Nate e Jensen acomodavam-se na sala de estar, onde todos os outros esperavam ansiosos a chegada da família Ridell. Primeiro vieram as vozes, depois as risadas sem sentido; e por fim, a grande aparição de Frank Ridell.
De onde Nate estava, pouco conseguiu concluir da versão pessoal do novo padrasto. Os cabelos semi grisalhos, a barba impecável, a pele branca como leite e o corpo em forma. Não aparentava ter mais de quarenta e cinco anos, mas vestia-se como um jovem empresário que leva a sério todas as tendências de moda que dizem respeito a um jantar elegante. Em um mundo paralelo, poderia até ser o prato principal de uma refeição casual de Nate. Saber disso deixava o gêmeo de olhos verdes tentado a explorar as facas de cozinha com os pulsos.
— Frank, eu quero que você conheça a minha família — Judit sorriu de orelha a orelha como uma adolescente boba.  
Alguns apertos de mão, sorrisos corteses e cochichos discretos fizeram valer a primeira impressão. Frank parecia ter ganhado a todos com sua espontaneidade e as piadas óbvias de seu cotidiano. Só estava faltando um pequeno detalhe.
— Mas aonde está Can? — Judit perguntou. Nate assumiu de imediato que estava falando do filho de Frank, que também deveria juntar-se ao jantar especial.
— Can está no cel...
— Can está aqui — Disse por si mesmo, interrompendo o pai.
Alex reconheceria aqueles cabelos cheios de gel e a voz presunçosa em qualquer lugar. Ele era Cameron Ridell, o único herdeiro de uma franquia de restaurantes refinados que possuía filiais pela Europa inteira. Mas na noite passada o havia conhecido como Cameron, o garçom arrogante que tentou convencê-lo a fazer seu gerente despedi-lo.
Alex estava disposto a esquecer o resto do mundo para enfrenta-lo à primeira vista.
— Você é Cameron Ridell? — Perguntou em acusação.
— Eu espero que sim — Cameron enfiou as mãos nos bolsos e sorriu.
Agora era Thayer quem estava confuso. Olhou para Frank, depois para Cameron, e depois para o namorado. Havia alguma coisa que estava perdendo?
— Você o conhece?
Para Alex, o “não” que salvaria o namorado de sua desconfiança sempre estaria na ponta da língua. Ele só não contava que Cameron respondesse ao mesmo tempo, discordando do que dizia com apenas um “sim”.
— O que está acontecendo aqui? — Mia pergunto, receosa como todos os outros.
O clima pesado entre Alex e Thayer era o único disposto a dar as explicações que a audiência precisava. No que refere a Nate, isso pouco importava. Tudo o que sabia era que o drama Thalex renderia uma ótima noite para todos os amantes de escândalo.
— Isso vai ser divertido — Comentou com um sorriso no rosto.
Cameron nunca deixaria de concordar.


All Night Longer by Sammy Adams on Grooveshark

A mesa parecia um verdadeiro campo de batalha. Judit, Frank, Cameron e Alex ocupavam a lateral direita, em frente a trilha de quadros na sala de jantar. Do outro lado estavam Nate, Jensen, Amber e Thayer, como uma bancada poderosíssima de oposição. Com o retorno de Mia, que ficara por cinco minutos no toilet, o lado esquerdo da mesa voltou a sentir-se um pouco mais seguro diante do discurso interminável de Frank.
Mia estava surpresa em saber que ainda havia uma enorme lista de peixes a ser citada mesmo depois de ausentar-se ao jantar. Quem diria que um empresário tão bem sucedido como Frank Ridell começara pescando os próprios peixes para cozinha-los?
— Ele ainda está falando? — Mia perguntou num sussurro enquanto sentava.
— Eu não sei — Nate parecia tranquilo. — Faz algum tempo que o filme Um Crime Entre Amigas está passando pela minha cabeça.
Mia apenas suspirou. Se Frank não era tão interessante quanto sua aparência sugeria, precisava focar-se na comida. Judit havia selecionado algumas poções de frutos do mar com temperos afrodisíacos e saladas refinadas a parte, junto do melhor vinho da adega dos Strauss. Já era de se esperar que o vinho preferido da família Ridell fosse Vosne-Romanee, a bebida mais cara da adega internacional dos Strauss.
— [...] Em algumas ocasiões você pode adicionar pimenta e gengibre, mas eles devem ser consumidos rapidamente — Frank disse.
— Ou então não sobrará tempo para o discurso... — Nate disfarçou seu veneno tomando um gole de vinho.
— Perdão — Frank abriu um sorriso simpático e constrangido para todos. — Acho que a última coisa que este feriado precisa é de um discurso sobre como preparar o peixe na América do Sul.
Alex decidiu interferir antes que o irmão pudesse.
— Não se preocupe, Frank. Nós temos o tempo a nosso favor.
— Isso não é verdade — Nate contestou.
— Você tem algum lugar para ir?
— É claro. Jensen será o passivo esta noite, nós estamos muito excitados — Nate tomou outro gole de seu vinho espontaneamente.
Seu comentário grosseiro havia desencadeado uma série de emoções distintas. Mia, Amber e Thayer prendiam o riso enquanto Alex, Jensen e Judit procuravam uma solução que não fosse enterrar suas cabeças de baixo da terra. Cameron aprovou a obscenidade com o olhar, mas seu pai continuava misterioso. Tudo o que fez foi erguer as sobrancelhas como se fosse o maior absurdo que já ouvira em sua vida. Para todos os efeitos, talvez fosse.
— Nate... — Alex usava um tom de voz acusador novamente.
— Tudo bem, Alex — Frank limpou os lábios com o guardanapo e o jogou de volta na mesa. — Eu aprecio a espontaneidade das pessoas. Seu irmão pode ser considerado um grande exemplo de integridade por decidir expor a si mesmo sem se preocupar com o julgamento alheio.
— Eu diria que ele só está tentando chamar atenção.
Alex lançou o olhar de contra-ataque para o irmão. Nate respondeu tomando um gole de seu vinho para estabilizar a dor de cabeça. Aquela seria a última taça se quisesse estar consciente para o que estava por vir.
— Então, Mia — Frank achava ter visto a luz no fim do túnel para continuar o jantar. — Judit disse que agora você tem sua própria loja de roupas. É a sua primeira vez tomando conta de um negócio?
Mia congelou. Sua noite romântica ao lado da comida de Judit tinha virado um verdadeiro jantar de família. Se ao menos soubessem que nunca fora boa com seres humanos...
— Não, minha mãe me deixava encarregada de cobrar seus clientes.
Frank e Judit ergueram uma sobrancelha. O silêncio em volta da mesa foi absoluto.
— Estou brincando — Mia sorriu com timidez.
E um segundo depois todos se prostraram a acompanha-la. Não pelos atributos da piada; pelo alívio que ela trazia sendo apenas uma obra de ficção. Judit teria desmaiado no mesmo lugar se Mia não tivesse voltado atrás em seu gracejo mal elaborado.
— Okay, ainda estou viva — Mia sussurrou para a amiga. Frank e Judit estavam ocupados demais com o novo assunto para ouvir; e Amber mal conseguia parar de flertar com Cameron pelo olhar. — O que você está fazendo?
— Garantindo a melhor noite da minha vida — Amber tomou um gole de vinho.
Mia entendeu sua jogada rapidamente. Estava tentando fazer qualquer coisa parecer sexy, mesmo que não levasse jeito para tal. De qualquer maneira, Cameron parecia bastante satisfeito em retribuir seus flertes.
— Pelo menos ele é hétero — Mia encerrou o assunto, dando de ombros.
Ao seu lado, Nate espetou seu camarão com o garfo e analisou a cena deplorável da nova família. Frank parecia um campeão perto de suas preciosidades. A esposa troféu, submissa e refinada. E o garoto troféu, instruído a usar sua beleza e persuasão para seguir os passos do pai. Perfeição sempre agradou-lhe, desde que tinha idade o suficiente para saber que sua aparência não ganharia o mundo. Era a previsibilidade que reprovava com os olhos e amaldiçoava nos pensamentos.  
— [...] A história está aqui para provar que todas as nações contribuíram com crueldade para a evolução da espécie humana — Disse Frank. — Hoje em dia nem mesmo a América pode ser um grande exemplo de integridade.
— Concordo — Thayer decidiu opinar. — O tempo que a América gasta com mentiras poderia ser usado com a simples honestidade.
Alex sentiu a indireta atravessar seu crânio como uma bala e espalhar pela parede todo o bom humor que colhera durante a noite.
— Você quer mesmo fazer isso agora?
— Perdão, — Thayer retrucou. — Você precisa de tempo para elaborar a desculpa perfeita?
— Se você não começar a agir feito um adulto, não teremos esta conversa.
— Tudo bem. Faz parte da sua feminilidade achar que manda na nossa relação.
Amber e Mia prenderam um riso. Nate estaria fazendo o mesmo se já não estivesse seguindo o roteiro planejado para àquela noite.
— Você está chateado, mas não precisa agir como um idiota — Disse Alex, por fim.
— Ele está certo, Thayer — Nate intrometeu-se. — Você mal sabe enviar um e-mail criptografado para o reitor da Yale sem apagar seus rastros, então como pode esperar ser levado a sério?
Dessa vez ninguém estava rindo. Todos voltaram sua atenção para Alex a medida que ele juntava as peças. O único motivo para Thayer enviar um e-mail ao reitor da Yale era...
— Você sabotou a minha entrevista? — Alex perguntou.
Thayer mal conseguia olhá-lo nos olhos depois de tudo.
— Eu só...
Alex não disse mais nada. Jogou o guardanapo em cima da mesa e partiu. Thayer fez o mesmo logo em seguida, clamando o nome do namorado como se fosse sua última salvação.
— Uhhhh, alguém vai sofrer greve de sexo... Esse jantar está cada vez mais agradável — Nate tomou o último gole de seu vinho. Quando percebeu que todos o julgavam com o olhar, decidiu seguir com o plano antes do combinado. — Não pelo drama conjugal de meu irmãozinho; pela maravilhosa regra de conduta que nos incentiva a dividir uma mesa com integrantes fieis da meticulosa alta sociedade americana e portuguesa. Quanto a nosso casal preferido, todos precisam admitir que Alex merecia saber a verdade. Nenhum relacionamento é capaz de prosperar sem honestidade.
— Nate... — Jensen tentou preveni-lo, mas era tarde demais.
— Frank, por exemplo. Quem poderia imaginar que ele defendia a bancada conservadora no congresso para impedir que os homossexuais da América tenham seus direitos respeitados? Deve ser uma atitude louvável para os líderes religiosos que financiam sua campanha, mas talvez seja um tanto decepcionante para a mãe de dois filhos gays que você tanto quer conquistar. Pergunto-me o que aconteceria com a nossa família se vocês casassem. Alex e eu teríamos permissão para participar da cerimônia? Poderíamos comer na mesma mesa ao lado das pessoas de bem?
Todos os olhares se voltaram para Frank automaticamente. Nate conseguira deixa-lo desconfortável pela primeira vez desde que a noite começou.
— Você deve estar familiarizado com os sacrifícios que devemos fazer em nome do que achamos certo, Nathaniel — O homem respondeu-lhe, ainda com indícios da opressão do garoto em seu rosto. — Infelizmente tive que me submeter ao capricho de vários homens ignorantes para reivindicar meu espaço no congresso nacional. E isso inclui fazer a minha parte para revogar a cidadania que todos os americanos merecem. Mas eu garanto a você e a seus semelhantes que farei o que for possível para defende-los quando o poder estiver finalmente em minhas mãos. Até lá, tudo o que posso fazer é me desculpar.
— Você está dizendo que sua moralidade lhe permite colaborar com o preconceito e a intolerância em nome das melhorias que deseja fazer no futuro?
— Acredito que você tenha pensado o mesmo quando decidiu destruir a reputação de seu pai na frente da cidade inteira. Você acredita que a única maneira de proteger seu patrimônio é estando encarregado dele, e nenhum efeito colateral pode sobressair-se a recompensa no final.
Nate estava impressionado, ainda que sentisse a derrota corroer seus ossos. A única maneira de ter uma chance contra um oponente tão forte era forjando cautelosamente a mais cínica das amizades.
— Acho que temos muito em comum, Frank. Mas a questão é: Onde fica a linha tênue entre nossas ambições? — Nate levantou-se da mesa. — Aproveite a sobremesa. — E partiu pela porta.
Caminhou pelo corredor da esquerda até chegar ao antigo escritório de Simon, onde Alex e Thayer haviam se escondido para resolver as pendências. Logo quando pensou estar livre para voltar ao apartamento e fingir que o 4 de Julho nunca existiu.
— Você não pode exigir que eu desista dos meus sonhos por sua causa! — Nate ouviu o irmão dizer.
— O que eu deveria fazer? Deixa-lo desistir de nós dois por causa de uma fantasia? — Thayer disse logo em seguida.
Nate revirou os olhos. Thayer e seu irmão realmente formavam o casal mais entediante da história dos Hamptons. Infelizmente, a pior briga de todos os tempos ainda era responsabilidade sua; precisava fazer alguma coisa antes que não houvesse mais casal nenhum para odiar.
— Uow, vocês ainda estão nessa? — Disse ao entrar.
— Cala a boca, Nate! — Thayer e Alex gritaram ao mesmo tempo.
— Por que? Eu sou a única pessoa sensata nesta sala. Você, Alex — Nate apontou com a mão. — Quer levar adiante um sonho que não coincide com sua herança sem se preocupar com as pessoas que está deixando para trás. E você, Thayer, continua sendo o mesmo adolescente egoísta que não respeita a escolha das pessoas que ama e usa sabotagem como estilo de vida. Será que vocês não percebem que estão estragando tudo? Alex pode ir para Yale e pegar o último trem de sexta para passar os fins de semana aqui. E se isso não for o suficiente, haverá dezenas de aviões que levarão você, Thayer, diretamente aonde ele está, pelo tempo que você quiser. Tenho certeza que Alex poderá faltar algumas aulas de vez em quando do mesmo jeito que tenho certeza que um Vice-Presidente de uma grande empresa pode arrumar um substituto por quarenta e oito horas. Então parem de ser vocês mesmo apenas por um segundo e resolvam seus problemas como se fossem uma só pessoa. É assim que os relacionamentos funcionam.
Alex e Thayer arrependeram-se de suas atitudes antes mesmo do discurso chegar ao fim. E uma vez sem palavras, só lhes restou seguir os conselhos do grande sábio.
— Me desculpe, Thayer — Alex decidiu falar primeiro. — Eu deveria ter levado você em consideração quando decidi ir para a faculdade.
— Eu também preciso pedir desculpas — Thayer aproximou-se para segurar suas mãos. — Eu não tinha direito de interferir nos seus assuntos. Eu não sei, eu só... Eu acho que sou capaz de qualquer coisa para impedir que você se afaste de mim.
— Não precisa ser desse jeito. Você ouviu o que Nate disse.
— Sim, você ouviu o que o mestre disse — Nate sorriu.
Thayer e Alex riram ao mesmo tempo.
— Quer voltar para o jantar? — Thayer perguntou.
— Sim — Alex aceitou. — Eu preciso daquela sobremesa.
— Bem, crianças, meu trabalho está feito por aqui — Nate aproximou-se da porta. — Eu espero que vocês tenham lindos bebês e uma casa na praia.
— Obrigado — Alex sorriu cortês para o irmão.
Nate apenas assentiu antes de sair pela porta. Era bom saber que o sorriso de Alex ainda tinha o poder de deixa-lo abobalhado. Esta era prova de que ainda podiam contar um com o outro apesar de todas as dissensões que insistem em cruzar os seus caminhos. Talvez pudesse adicionar Mia a essa equação, sendo ela o único membro da família que entende todos os fatores de suas impulsividades.
Nate caminhou de volta pelo mesmo corredor de antes até chegar a porta da mansão. Antes que girasse a maçaneta, ouviu o toque insistente de seu celular no bolso. Era uma nova atualização de seu aplicativo espião programado para alertá-lo sempre que algo envolvendo Theon caísse na internet.
E dessa vez não havia boas notícias.
 “Após perder investidores com a nova presidência, Theon De Beaufort adquire 20% das ações da Strauss International” — Nate leu.
Sentiu a espinha gelar aos poucos, de cima para baixo, devagar e indolor. Algo estava avisando seu corpo inteiro para que estivesse preparado.
— Nate? — Jensen aproximou-se devagar.
Nate tentou segurar, implorou aos deuses, selou os lábios com sua força de vontade, mas já era tarde demais. Deu meia volta e despejou toda a bebida da noite nos sapatos de Jensen em apenas uma rajada gosmenta.
Jensen perguntou a si mesmo porque não havia deixado a mesa de jantar, onde estava completamente seguro.
— Agora vamos para casa — Disse ao namorado.
Nate estava ocupado demais em seu delírio embriagado para contestar.



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3x07: Riding in Town Cars with Boys (28 de Março)

Digam olá para Cameron Ridell, o herdeiro de uma das maiores franquias de restaurantes portugueses da América e da Europa. Ele não precisou fazer nada além de aparecer e ser o filho perfeito para plantar a discórdia, mas na próxima semana conheceremos seus poderes de persuasão. Sim, Thalex corre perigo. É bom saber disso.

Até semana que vem! :)

PS: Sim, pretendo explicar porque ele estava trabalhando como garçom naquele restaurante se era o seu herdeiro. Podem ficar tranquilo, haha.


Comentário(s)
2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Acho que a história esta ainda com muito potencial, você é um escritor maravilhoso. Mas deve-se atentar que a liga das temporadas anteriores foi a profundidade dos personagens.

    Sei que a história terá suas surpresas e logo logo, todos vão ficar sem fôlego com as reviravoltas mas mantém esse foco. A premiere foi ótima, mas acredito que o maior atrativo seja a complexidade dos personagens e não apenas o sexo.

    Uma dica para desenvolver Miamber: por mais que Gwen seja figurante na temporada, seria bacana colocar Amber para falar da amiga, pois acredito que Mia tenha suprido um vazio em sua vida quando Gwen saiu de cena. Seria bacana para estabelecer a amizade das duas antes de qualquer coisa, como você já afirmou estar realizando antes de engatar o romance das duas. Sinceramente, acho até que Amber poderia se envolver até com outra personagem, quem sabe uma dançarina de balé do antigo clube que ela e Gwen dançavam.

    Claro são ideias, você vai arrebentar com certeza. Mas ao mesmo tempo seria mais imprevisível envolve-la com uma nova personagem que necessariamente com a Mia.

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    1. Com certeza, John. O sexo apenas complementa o desenvolvimento da personalidade de cada um, mas não é o principal, visto que existe um alto número de tramas a serem desenvolvidas no universo dos personagens. Acho o sexo importante até certo ponto, porque estamos falando de jovens mimados que foram criados como realeza e achando ser melhores todos os outros, então é realmente necessário colocar em evidência a maneira leviana com que se relacionam, seja na amizade, no amor, em família ou publicamente.

      Suas dicas para Miamber são ótimas, mas não poderei implementá-las por dois motivos. O primeiro, a temporada já está escrita, e as duas já estão cotadas para se envolver no capítulo 10, que foca 80% apenas nelas duas. E o segundo é porque esse lance de falar sobre a Gwen pra deixá-las mais próximas já foi escrito de uma maneira bem diferente do que você sugeriu.

      Outra coisa que vale lembrar é que eu não escrevo TDM para ser um web-livro virtual, escrevo como um livro formal. Dividir em temporadas foi apenas a maneira mais prática de publicar na internet. Isso quer dizer que em algumas semanas o conteúdo de tal capítulo pode ser mais curto, ou menos impactante. Não podemos esquecer que cada capítulo tem em média 12 páginas. Isso daria uns 12 minutos filmados numa série de tv. Ou seja, é como se tivessemos um episódio de série de 40 minutos só a cada três capítulos. Muita coisa que não foi desenvolvida ou explicada até agora pode encontrar seu desfecho nos próximos. Como eu disse, já escrevi algumas cosias do que você sugeriu e você nem sabia kkkkkkk

      Mas obrigado pelo comentário. Tenha certeza que suas sugestões (assim como a de todos os fãs) serão sempre bem vindas e valorizadas por mim. Theon terá seu momento, Miamber terá seu momento, Cameron terá seu momento, e todos os outros também. Se há alguma coisa mal explicava ou mal explorada, os próximos capítulos podem mudar isso num piscar de olhos.

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