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[Crítica] Zombieworld


Direção: Jesse Baget, Adrián Cardona, Rafa Dengrá, Luke Guidici, Phil Haine, Peter Horn, Jared Marshall, Cameron McCulloch, David Muñoz, Adam O'Brien, Zachary Ramelan, Paul Shrimpton, Vedran Marjanovic Wekster e Tommy Woodard.
Ano: 2015
País: EUA
Duração: 100 minutos
Título original: Zombieworld

Crítica:

O fim do mundo está perto é certo.

Existem dois temas, em filmes de terror, que têm ganhado grande notoriedade nos últimos anos: zumbis e antologias. Os mortos-vivos voltaram a ganhar popularidade na cultura popular depois do sucesso absoluto da série The Walking Dead, enquanto as antologias têm atraído atenção dos fãs do gênero com produções recentes como ABC of Death e a franquia V/H/S. E por que não juntar o útil ao agradável e juntar este dois temas em um só filme? Uma antologia exclusivamente com contos envolvendo os mortos-vivos. Enquanto a premissa poderia parecer interessante, nem sempre o resultado sai do jeito que todos nós esperávamos.

No filme, somos apresentados a diversas histórias diferentes - de vários lugares distintos pelo mundo - envolvendo zumbis atacando pessoas. Esses segmentos são ligados através de um programa de notícias pela televisão, que também apresenta sua própria narrativa. Apesar disso, a grande maioria dos contos não são filmados em primeira pessoa, o que torna a ligação dentre eles insustentável. Esse é o primeiro erro do filme, que deveria se limitar a apresentar seus segmentos e apenas dividi-los através de sua localização, sem a necessidade de alguém introduzi-los, porque em um filme deste estilo, o espectador não precisa ser conduzido para onde a história vai - muito menos um personagem para dizer em qual parte do mundo a trama irá a seguir só para uma tela com o mapa mostrar a mesma coisa logo em seguida.

Ironicamente, eu não estava esperando nada deste filme, mas ele acabou sendo uma grande decepção. Acontece que eu não sabia que se tratava de uma antologia, e depois de ter assistido ao primeiro segmento - que é um dos melhores de todo o filme -, eu esperava que a história seguisse aqueles eventos ou que apresentasse algo tão interessante quanto. Infelizmente, o segundo segmento vem como uma bola de demolição e arrasa com nossa perspectiva. Voltando ao primeiro curta, intitulado Dark Times, somos apresentados a uma correria frenética por uma floresta escura. Apesar de ser rápido, este segmento é o melhor porque pega os espectadores de surpresa. Há diversos elementos sendo jogados na tela - e não é como nós esperamos que um filme irá começar. Além do mais, o diretor roda todo o segmento através dos olhos de um personagem, o que sai do lugar comum do found footage. Destaque também para o Papai Noel no meio daquela confusão, que conseguiu me arrancar alguns risos.

Como já disse, o segundo conto é extremamente diferente do que qualquer pessoa poderia estar esperando. Ele tem o objetivo de contar a história da primeira ressurreição - e, se você pensou em Jesus, você está certo. Fist of Jesus traz um humor escrachado e, de certa forma, demora muito para chegar em seu clímax. Já estava revirando os olhos com aquela baboseira quando o massacre final começou. A cena é longa e traz uma quantidade absurda de mortes violentas e surpreendentes. Os efeitos são engraçados, ruins, sangrentos e trash. A melhor parte sem dúvidas é ver Jesus lutando com um exército de mortos-vivos vivendo com diferentes espécies de peixes que ele faz se multiplicar em suas mãos. Tenho certeza que nem todos irão gostar, mas achei divertido - e me lembrou do clássico Fome Animal.

Os envolvidos com o segmento de Jesus também estão no comando do conto que fecha o filme, Brutal Relax. Nesta trama, os zumbis são esverdeados - com o sangue da mesma cor. Sua caracterização lembra muito com os monstros do clássico O Monstro da Lagoa Negra, de 1954. Assim como no segundo conto, aqui também há uma enorme sequência envolvendo um massacre. Primeiro os banhistas desavisados e depois os próprios zumbis. Uma vez que os dois segmentos seguem o mesmo estilo, é provável que sua opinião sobre eles seja a mesma. Eu ainda prefiro o de Jesus, porque além da violência, teve várias referências aos acontecimentos Bíblicos.

Dentre os outros segmentos, o único que merece destaque é o How to Survive a Zombie Apocalypse, que traz dicas importantes de como sobreviver ao mundo pós-apocalíptico - ressaltando alguns clichês dos filmes do gênero. Este segmento tem um ótimo narrador, assim como uma ótima edição. Ajudou a espantar o tédio dentre os contos mais chatos justamente por ter sido cortado em três partes. O resto é basicamente... o resto. Temos histórias extremamente chatas - como a dos dois amigos no apartamento -, outras que sequer combinam com o clima geral do filme - como o depressivo segmento da mulher sozinha no meio do nada -, e alguns outros que você sequer irá se lembrar depois de algumas horas.

No geral, temos muito mais contos ruins do que bons. O filme falha em nos apresentar uma quantidade diferente de zumbis, caindo, na maioria das vezes, na mesma história. Ao invés de explorar o gênero, que já foi muito modificado com o passar dos anos, a maioria dos segmentos apresentam mais do mesmo. É uma visão muito limitada, que poderia ter sido aprofundada através de pessoas capazes. Vale destacar também que a maioria dos contos já existiam e apenas foram encaixados no filme, ao contrário do que geralmente acontece. É por isso que parece haver tanta discrepância e repetição - até mesmo para um filme desta temática. Enfim, como já disse, eu me diverti em algumas cenas, mas na maior parte do tempo apenas fiquei entediado, torcendo para ver a próxima história.


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