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[Crítica] The Strain - 1ª Temporada


Status: 2ª Temporada
Duração: 42 minutos
Nº de episódios: 13 episódios
Exibição: 2014
Emissora: FX

Crítica:

"O amor será a nossa ruína".


Baseado na trilogia de livros, conhecida como Trilogia da Escuridão, escritos por Guillermo del Toro e Chuck Hogan, The Strain chega para cumprir o propósito pelo qual a história foi criada. Muitos não sabem, mas antes de ser novelizado, Del Toro tentou vender sua trama como uma série para diversas emissoras - que rejeitaram o projeto por ser muito sombrio. Para não perder sua ideia e/ou esperar pela sorte do destino, Del Toro se uniu a Chuck Hogan, adaptando a história em três livros. Suas decisões foram acertadas, afinal de contas, com a notoriedade alcançada pela venda do material literário, a FX viu interesse em produzir a série.

Na história, Um boeing 777 chega no aeroporto JFK, em Nova York, e quando está a meio caminho de pousar, para completamente. Todas as persianas estão baixadas, e as luzes desligadas - impossibilitando que qualquer pessoa de fora veja o que está acontecendo lá dentro. Os canais de comunicação ficaram mudos, mas um alerta foi enviado ao Centro de Controle de Doenças. O Dr. Ephraim "Eph" Goodweather recebe a chamada e embarca no avião, juntamente com sua parceira, a Dra. Nora Martinez. O que eles encontram fazem seu sangue gelar. O cenário mórbido, porém, é apenas o início de uma praga apocalíptica que está prestes a assolar a cidade. Agora, Eph e Nora se unirão a Abraham Setrakian, um senhor que parece saber de todos os detalhes sem sentido que aparecem na investigação, a fim de ganhar uma batalha contra um vírus que não só se propaga com rapidez, mas que também pensa.

Estava muito ansioso para conferir essa adaptação. Foi muito fã dos livros, e, por ter lido, poderei fazer algumas comparações entre as duas mídias - sem entregar muitos detalhes. Comecei a ler o primeiro livro enquanto estava assistindo a série, o que acabou causando uma confusão na minha cabeça. Tanto a série quanto o livro seguem a mesma história, e se desenvolvem da mesma maneira. É claro que algumas coisas acontecem antes do previsto, e outras sofrem algumas alterações, mas o fato é que a estrutura básica é a mesma. A grande diferença é que as sequências mais tensas são muito melhores descritas nos livros do que as que são apresentadas na série.

Mas se as cenas gravadas não conseguem chegar aos pés das palavras e nossa própria mente, os roteiristas acertam ao preencher certos buracos na narrativa da história, que são momentos que são pulados nos livros com o objetivo manter um certo suspense. Há também a introdução de novos personagens, alguns que aparecem apenas no segundo livro, e outros que sequer existem (como a hacker loirinha). Em um primeiro momento, a escolha de elenco de certos personagens (como a Nora e o Eph) pode parecer duvidosa, mas os atores conseguem incorporar melhor seus papéis nas semanas seguintes. O resto está muito bem, com destaque especial para David Bradley (Setrakian) e Kevin Durand (Vasiliy), que estão perfeitos e carismáticos. A maior surpresa mesmo fica por conta de Ben Hyland, que interpreta o filho do protagonista, Zach Goodweather, que entrega um personagem mais mais carismático do que nos livros. Ao contrário da saga literária, até torcemos para ele na série.

Essa série definitivamente não funcionaria em uma emissora aberta. Há muita violência gráfica, e é preciso bons efeitos visuais para fazer com que a história funcione. Neste quesito, a FX garantiu tudo o que os produtores precisavam para traduzir fielmente as páginas dos livros. Essa é uma série sangrenta, que não poupa os espectadores das cenas mais agonizantes e asquerosas. É repleta de decapitações e diversas outras coisas nojentas relacionadas ao vírus. A única coisa que deixou a desejar foi a maquiagem do vilão principal da história, que ficou um pouco emborrachada, e diferente dos outros contaminados. Nos livros, sua face é a própria descrição do horror, algo que não acontece na prática. Ainda assim, a produção técnica da série é excelente e de cair o queixo.

Dentre esses treze primeiros episódios que compõe o primeiro ano, destaco o oitavo, Creatures of the Night, que entregou uma sequência frenética de confronto, e que não deu nenhum descanso para os seus espectadores. Depois dele, porém, os outros episódios entregaram um ritmo mais arrastado até o confronto na Season Finale, que poderia ter sido bem mais emocionante do que realmente foi. Esta primeira temporada não foi perfeita, mas certamente está muito acima da média do que estamos acostumados a ver. A série pode ser lenta em alguns pontos, mas tem uma trama fascinante, que trata de um tema conhecida sob uma abordagem científica. Vale muito a pena conferir, até porque, isso foi apenas uma introdução. As melhores partes e revelações ainda estão por vir.
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