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[Crítica] João, Maria e a Bruxa da Floresta Negra


Direção: Duane Journey
Ano: 2013
País: EUA
Duração: 86 minutos
Título original: Hansel & Gretel Get Baked

Crítica:

Prepare-se para a noite de sua vida.

Depois do grande sucesso feito pela reimaginação do conto clássico dos irmãos Grimm, João e Maria: Caçadores de Bruxas, várias outras produções baratas e sem vergonha sobre o tema foram lançadas para pegar uma carona no sucesso cinematográfico. Digamos que você está na locadora - ou procurando online mesmo - e acaba com uma dessas cópias baratas nas mãos ao invés do que você realmente quer assistir? É com esse tipo de pensamento que os produtores mais picaretas do universo continuam fazendo essas tralhas direto em vídeo. Mas, para minha surpresa, nem todas as versões mais baratas têm um gosto azedo...

A história gira em torno de uma velhinha que vende uma maconha forte, conhecida como Floresta Negra, descrita pelos seus usuários como muito mais poderosa que a maconha original, os viciados vão em busca de mais, só que encontram muito mais do que estão procurando. Depois que o namorado de Gretel desaparece, ela irá se juntar ao seu irmão para investigar o assunto, considerando que as autoridades não mexerão um dedo sequer por usuários de drogas. Agora, eles irão descobrir em um passe de mágica os segredos dessa velha traficante, que está de olho em muito mais do que apenas dinheiro...

Sentiram o tom da trama? É justamente o fato da história não se levar a sério que torna este filme tão divertido. O roteiro não tenta se levar a sério, e sabe exatamente como recontar a história original que conhecemos tão bem. Eu sempre fico esperando por novas "reviravoltas" nessas readaptações, então considero colocar a bruxa como uma traficante de drogas o auge da criatividade. É algo tão sem noção que provavelmente os roteiristas deviam estar drogados para pensar em algo assim. Inicialmente essa produção não tinha chamado minha atenção, mas resolvi dar uma chance depois da indicação de um leitor no meu e-mail.

Quem costuma acompanhar minhas críticas sabe que eu adoro histórias trash, o que certamente não agrada a todos. Mas também há pessoas muito sem noção por aí. Você vai assistir a um filme sobre uma bruxa traficante e quer esperar grandiosidade? Por favor, né. Esse filme é único porque diverte fazendo uma paródia da história original ainda mais descarada do que fora feito em João e Maria: Caçadores de Bruxas. No elenco temos alguns rostos conhecidos, mas destaco especialmente a atriz Molly C. Quinn (da série Castle), linda como sempre.

Há duas personagens que não posso deixar de comentar. A primeira, obviamente, é a bruxa má. Lara Flynn Boyle interpretou dignamente seu papel de vilã. Sem contar que suas tiradas cretinas foram sempre as melhores. O segundo destaque fica por conta da personagem Bianca, que deveria ter sido uma mera coadjuvante, mas ganhou um destaque absurdo na reta final do filme. É a personagem mais divertida e sem noção da história. A cena mais impagável é quando ela tenta fazer o cão do inferno dormir com sua cantoria. Simplesmente impagável!

Para os amantes do gore, temos algumas cenas nojentas e o mérito do diretor evitar usar CGI - ainda mais se considerarmos o baixo orçamento da produção. Como ponto negativo, deixo o confronto final entre os irmãos e a bruxa. Aconteceu tudo rápido demais. Ficou um pouco sem graça. Mas nada pode tirar o mérito do filme em si, que consegue fazer piada de si mesmo. Além de divertir, também entrega algumas cenas dignas e violentas. Obviamente não espere tensão ou sentir medo, já que essa não é mesmo a proposta desse filme. E um aviso: Se não encararem com bom humor, melhor então nem encarar.


Trailer:

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