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[Livro] The Double Me - Prólogo + 1x01: Remember Me? [+18]

Prólogo 
“Antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas” – Confúcio. 

Nate bateu na porta da enorme mansão dos McPhee, mas ninguém veio atendê-lo. Ele olhou em seu relógio, era quase meia noite, provavelmente todos estavam dormindo. A não ser Jensen McPhee, o filho mais velho de Patrick, que tanto dava orgulho à uma das famílias mais nobres de Nova York. Ele havia acabado de enviar uma SMS para seu namorado pedindo para que fosse até sua casa, com a promessa de que haveria uma surpresa lhe esperando. E quem conhecia a vida secreta que ambos levavam, sabia o quanto Nate faria tudo o que Jensen pedisse sem pensar duas vezes.

Se algum dia Jensen pedisse para se jogar de um penhasco como uma prova de amor, ele o faria sem hesitar. Jensen era o amor da sua vida, sua paixão épica e tudo o que ele sempre quis, apesar de todas as contradições que existem a respeito desse romance.

Nate era um garoto acima do peso, de baixa estatura, que tirava notas baixas no colégio e não sabia praticar esporte algum. Enquanto Jensen. Ele era tudo o que alguém pode querer em um homem. Alto, forte, com um cabelo castanho arrepiado formando um topete na frente e um currículo enorme tratando-se de esportes. Seria mais plausível Jensen ter se apaixonado por alguém lindo e talentoso como Justin Priestly ou alguém tão inteligente como Kerr Foster, mas de algum jeito, Nate havia sido o escolhido.

E era tão estranho guardar este segredo até dos próprios amigos que Nate sentiu como se estivesse vivendo uma mentira, mas ele entendia completamente. Caso o segredo vazasse, os McPhee iriam iniciar uma guerra contra os Strauss. Uma família culparia a outra pela vergonha de terem filhos homossexuais e os Hamptons nunca mais seriam os mesmos. Eles eram ricos, famosos, tinham um nome a zelar, e não podiam lidar com um escândalo desta magnitude.

Quando Nate abriu a porta da mansão, meteu a cabeça na brecha que se formou e olhou para o enorme hall com lajotas preto a branco. Não havia ninguém ali embaixo, e ele sabia que não podia gritar, ou acordaria o Senhor McPhee.

Ele fechou a porta com cautela e correu na ponta dos pés até a enorme escada de tapete vermelho. Olhou para o andar de cima por precaução, mas ninguém estava ali, e o silencio dominava completamente a mansão. Nem mesmo seus passos faziam barulho, ou o latido dos enormes pastores alemães que os McPhee criam no quintal. Então, foi impossível não deixar-se consumir pela ideia de que estava prestes a perder a virgindade com o amor da sua vida, e que seria especial, do jeito que ele queria.

Foi só dobrar o corredor para o quarto do namorado que Nate ouviu um barulho. Ele estranhou, mas continuou caminhando até o quarto de Jensen com um sorriso no rosto. Será que ele encontraria seu namorado na cama em meio a uma decoração de velas para a primeira vez dele? O nervosismo só ia aumentando.

Ele afastou a porta do quarto devagar quando viu que a cama estava se mexendo. Foi quando viu o que estava acontecendo. A irmã de Kerr, Amber, estava em pé perto a janela segurando uma câmera de vídeo nas mãos. Ela estava filmando Jensen e Justin na cama enquanto faziam sexo como dois atores pornôs.

Nate quase não teve reação. Ele permaneceu estático em seu lugar, com o rosto indecifrável e os olhos cheios de lágrimas. Apenas Amber tinha percebido que ele estava no quarto e tratou de lançar um sorriso presunçoso para ele.

— Nate! Meu Deus! — Jensen deu um pulo da cama assim que notou Nate parado em frente a porta. Ele pegou um dos lençóis brancos e cobriu-se da cintura pra baixo. — O que você está fazendo aqui?

— É, o que você está fazendo aqui? — Amber fechou o visor da câmera e deu dois passos. — Não ta vendo que a gente ta trabalhando?

— Amber, cala a boca! — Ordenou Jensen. — Nate, me escuta, o que você viu aqui...

— Foi exatamente o que você viu. — Completou Justin, lá atrás, ajeitando sua franja loira perfeita para o lado direito. — Você não é bom o suficiente para Jensen McPhee, e todo mundo sabe. Por isso ele resolveu comer alguém que vale tanto a pena que é preciso registrar.

— Cala a boca, Justin!

— Mas é verdade. — Justin se levantou da cama e ficou ao lado de Jensen, de frente para Nate. — Fale pra ele o que você me disse ontem enquanto me comia no banheiro.

— Já chega, Justin! — Jensen gritou, mas isso não tirou o sorriso presunçoso do rosto de Justin. — Nate, eu não queria que isso acontecesse. Me desculpa...

— Eu te odeio! — As lágrimas finalmente caíram dos olhos verdes de Nate enquanto seus gritos ecoavam pela mansão.

Ele saiu correndo, desejando que Jensen não fosse atrás dele. Desceu as escadas rapidamente enquanto enxugava as lágrimas de seus olhos, nunca tinha sentido tanta dor como sentira naquela noite, nunca tinha sido tão humilhado, e com certeza, nunca mais queria ver Jensen na sua frente.

Ele abriu a porta da mansão e correu pelo jardim, sem se preocupar com os cachorros soltos por ali. Passou pelo portão entre aberto e correu até seu carro, onde finalmente teve a oportunidade de desabar.

Ele não queria chorar, mas chorava do mesmo jeito, perguntando-se como pôde ter sido tão estúpido a ponto de confiar cegamente em Jensen. E o pior é que achava que ele também era culpado. Se ele fosse tão bonito ou tão interessante quanto Justin, Jensen não precisava traí-lo. Mas ele era apenas um garoto gordo e idiota que ninguém se atreveria a amar, e que não deveria ter acreditado que um dia Jensen McPhee fosse lhe corresponder.

Mas ele não planejava ficar ali, na porta da casa de Jensen chorando a noite inteira. Ele ligou o carro e pisou fundo no acelerador, rumo a qualquer lugar onde não fosse ninguém. Pegou seu celular que estava no banco ao lado e discou o numero de sua irmã Gwen, apenas ela poderia ajudá-lo naquele momento, era sua melhor amiga.

— Gwen? — Ele gritou assim que ela atendeu. — Gwen, eu preciso de ajuda...

— Haha! — Gwen gargalhou ao telefone. — O que foi? Não gostou do show? Foi ideia do Kerr, você deve dar a ele os devidos créditos.

— O que? — Nate parecia confuso. — O que você está dizendo?

— Papai já sabe de tudo, e ele te quer fora de casa ainda hoje. Diga “oi” pra Tia Lydia em Paris, Perdedor. — Gwen desligou.

Nate deu um grande suspiro enquanto tirava o celular da orelha. Estava tão nervoso que por alguns segundos perdeu a noção do que estava fazendo. Porém, seus minutos de distração fizeram o carro a sua frente passar despercebido, e um desvio impossível de ser feito.

Quando virou o volante de maneira brusca, seu carro capotou três vezes na estrada, até bater em uma árvore e começar a pegar fogo.

Nate caiu semiconsciente com a cabeça no volante, mas não estava disposto a mover uma palha para se salvar. Para ele, tudo tinha acabado ali.

 
1- Remember Me?
 “Que seja feita a minha justiça”.

— Você está lindo. — Disse a mãe de Alex, estava segurando os ombros do filho e fitando o reflexo de ambos no espelho.

Alex não disse nada, apenas encarou seus olhos azuis com discórdia. Não sabia como sua mãe adotiva conseguia vê-lo dessa maneira. Ele tinha o cabelo castanho claro e uma franja cobrindo sua testa, que por sua vez, faziam-no se achar gay demais. Seu corpo possuía uma beleza escultural graças a todos os anos que praticou esportes e frequentou academia, porém, não era o bastante para que estivesse satisfeito. Alguns. — como sua irmã mais nova, Tina. — apenas diriam que ele estava reclamando de barriga cheia.

Mas havia uma razão para Alex não receber os privilégios da autoestima. A vida inteira tinha sentido falta de um pai, já que seu pai adotivo havia morrido quando ele tinha apenas quatro anos. No entanto, sua vida sofre um quando descobriu que era adotado. Ele viu ali uma oportunidade para finalmente ter uma família, mesmo que essa obsessão pelos pais biológicos deixasse sua mãe entristecida.

— Mãe, será que... Será que eles vão gostar de mim? — Alex engoliu em seco, estava nervoso demais por saber que em algumas horas iria conhecer sua família.

— Filho, você é Alex Benett, não tem como não gostarem de você.

Alex suspirou. Virou-se para sua mãe e encarou seu lindo colar.

— Você fala como se eu fosse especial...

— É mãe, você fala como se ele fosse especial. — Disse sua irmã Tina lá atrás, estava deitada na cama de Alex, jogando uma bola de tênis para o alto.

— Tina, todo mundo é especial. — O tom de voz da senhora Benett era repreensivo.

— Mas Alex é mais! — Tina sentou-se na cama. — Tipo, ele é o filho perdido de um dos magnatas da cidade, comprovado por teste de DNA. Você tirou a sorte grande, maninho. Às vezes eu também queria ser adotada...

— Não ligue para ela. — A senhora Benett encarou a roupa de seu filho. Preferia pensar no quanto o filho estava elegante a se importar pela enésima vez com as provocações da filha.

Mas ele não era do tipo que se deixava vencer. Desde que soubera que seu pai biológico queria conhecê-lo, teve a certeza que não precisava mudar para agradá-lo. Sempre iria usar aquelas roupas baratas compradas com muito esforço pela sua mãe, e nunca deixaria o dinheiro comprá-lo. Seu pai biológico ser milionário era apenas um detalhe, ele queria mesmo saber por que ele não o quis quando era um bebê, ou se havia algo errado com ele para os próprios pais abandonarem. E com certeza estava pronto para perdoar seja lá qual tenha sido o motivo.

— Vou sentir saudades, Tina. — Alex olhou para ela, mesmo que permanecesse emburrada na cama.

— Antes ou depois de virar um riquinho mimado?

— Tina. — Repreendeu sua mãe. — Já disse para não falar assim.

— Tudo bem mãe, não esquenta. — Alex pegou sua mala do chão e a carregou com facilidade. Não havia muita coisa ali dentro, pois não pretendia ficar muito tempo na mansão dos Strauss. — Acho que eu tenho que ir...

— Tem certeza que não quer que a gente te leve na rodoviária?

— Não, tudo bem, eu me viro. — Mal acabara de falar e já estava ganhando um abraço super apertado de sua mãe. Só ele sabia o quanto seria difícil para ela essa separação, mas ele precisava conhecer sua história.

— Não importa o que digam a você por lá. — Ela sussurrou em seu ouvido. — Você é meu filho.

— E você é minha mãe...

— Que novela mexicana hein. — Tina largou a bola na cama e saiu do quarto batendo os pés, já não estava mais aguentando fazer parte de todo aquele drama.

Quando se soltaram, a senhora Benett segurou no rosto do filho com as duas mãos. Queria olhá-lo por mais alguns instantes, apenas para gravar na memória o Alex que estava mandando para os Hamptons. Talvez não fosse o mesmo Alex quando voltasse. Não depois de morar com pessoas que podiam lhe dar tudo o que ela não podia.

Alex abaixou os olhos, não gostava de encarar ninguém por muito tempo por causa da sua extrema timidez.

— Tenho que ir. — Ele disse. — Me deseje sorte.

A senhora Benett o soltou e observou ele saindo pela porta, com o coração na mão. Alguma coisa lhe dizia que iria se afastar de seu filho.

 
Justin deu um grande suspiro assim que o peso de Jensen começou a incomodar. Estava rezando para que ele terminasse logo, ou simplesmente cedesse para ficar embaixo pelo menos dessa vez. Não tinha sido uma das melhores manhãs de sexo entre eles, mas de algum jeito, a cama parecia estar prestes a desabar e Jensen gemia alto o suficiente pras pessoas do quarto ao lado ouvirem.

Quando Justin sentiu um liquido quente espirrar em sua barriga, percebeu que finalmente havia terminado. Jensen rolou para o lado e deitou de peito pra cima, ainda em êxtase pelo orgasmo que acabara de ter. Sua respiração era ofegante, assim como a de Justin, que já estava pensando na próxima vez em que eles iam se encontrar.

Jensen deu um pulo da cama a pegou sua calça jeans marrom que estava no chão. Isso chamou a atenção de Justin, já que sua rotina havia sido quebrada. Jensen corria para o chuveiro e depois voltava pra cama depois de uma manhã de sexo. Mas agora, parecia que estava com pressa para ir a outro lugar.

— Aonde você vai? — Justin limpou a bochecha com o braço, estava melada com a saliva de Jensen.

— Eu sou um McPhee, preciso estar presente em todos os eventos da minha família. — Disse Jensen, fechando seu zíper.

— E eu sou um Priestly, mas faço o que quero.

— É porque você não é o filho mais velho. Em breve vou assumir a empresa do meu pai. — Jensen vestiu sua camisa social azul e começou a abotoá-la. — E também tenho que manter as aparências, todo mundo tem que pensar que somos uma família unida.

— Aproveita e dá uma de hétero, você é bom nisso.

Jensen suspirou, seu namorado estava fazendo aquilo mais uma vez. Usando seu vocabulário inteligente e lançando seus olhares de reprovação para lhe dizer o quanto estava chateado. Mas infelizmente, Jensen não poderia ficar.

Ele apenas andou até o garoto e disse:

— Prometo que fazemos um filme de quantas horas você quiser amanhã, além de comprar qualquer coisa. Mas eu realmente tenho que ir.

— Você não vai me comprar, mas aceito a oferta. — Justin o beijou. — Corre.

— Pode deixar. — Jensen sorriu e o beijou de volta. Saiu assim que calçou seus sapatos sociais.

Ele entrou no elevador e logo tirou o celular do bolso, precisava ligar pra alguém.

— Hey Kerr, desculpa não poder te ver hoje, Justin revolveu tirar o dia pra acabar com as minhas energias...

Kerr demorou alguns segundos para responder, tempo o suficiente para terminar de inspirar o pó que estava em cima da mesa de seu quarto.

Kerr tinha o cabelo preto caído na testa com uma enorme franja, os olhos escuros iguais os de sua mãe e a pele pálida ao extremo, lembrando delicadamente a neve. E o sorriso, sempre o mesmo, aquele que tudo sabe e tudo vê, bom demais para qualquer pessoa. Não é a toa que ele é um dos maiores partidos que uma garota dos Hamptons podia querer.

— Tudo bem. — Ele respondeu, fungando e amassando seu nariz com o polegar. — Posso acabar com suas forças amanhã, sem problemas.

— Ou talvez eu acabe com as suas...

— Você sabe que eu não me importo. — Kerr sorriu com malícia.

— Até. — Jensen desligou.

Quando ia colocar seu celular no bolso, ele começou a vibrar. Era uma nova mensagem de texto e não estava identificada. Ela dizia “Estou de volta”, mas isso não significava nada para ele.

Pensando ser um trote, Jensen guardou o celular no bolso e decidiu ignorar a mensagem.
 

— Muito bem Amber. — Disse sua professora de balé. — Você aprende rápido.

Amber parou de dançar e fitou suas colegas. Gwen, sua melhor amiga, estava no meio das doze garotas. Seus lindos cabelos loiros e longos brilhavam mais que o glitter que havia em sua roupa, mas infelizmente estavam amarrados em um coque nada elegante.

Seus olhos azuis e desafiadores fitaram Amber, com orgulho. Ela sabia que a amiga tinha se saído bem graças a ela, mas só conseguia ficar feliz porque tinha certeza que mesmo assim, ainda era melhor.

— Obrigada Senhora Forbes. — Disse Amber. Logo após, caminhou até as outras garotas e ficou alinhada como elas.

— Quinze Minutos de exercício e vocês estão liberadas. — A senhora Forbes se retirou pela enorme porta de vidro do salão, como uma rainha da leveza e da feminilidade.

As garotas começaram a se mover pela sala, uma atrás da outra. Algumas apenas viraram de lado para se exercitar nas barras que estavam perto, Mas Gwen e Amber atravessaram a sala para usar as do outro lado, onde não havia ninguém. Elas colocaram suas pernas direitas na barra alaranjada e iniciaram um alongamento.

— Obrigada, G. Sem você eu não teria impressionado a senhora Forbes.

— Em troca você pode me levar naquela boate do seu amigo. Espero que eles não peçam identidade.

— Acho que não. — Amber alongou os braços e fitou sua imagem e a de Gwen no enorme espelho. — Disse que hoje eu recebi uma mensagem estranha?

— Fora as do Andy tentando nos corromper? — Gwen nem olhava para ela, estava concentrada nos seus pés.

— Era anônima. Dizia “Estou de volta”.

— Talvez seja do seu pai. — Gwen sorriu e olhou para ela através do espelho, sabia que Amber não gostava que falassem do seu pai. — É brincadeira. — Despejou ela quando percebeu a reprovação da amiga. — Deve ser alguém brincando com você, não liga.

— E se for “você sabe quem”? — Amber parou. Colocou os dois pés no chão e se escorou na barra alaranjada, de frente para Gwen.

— Nate? Por favor. — Gwen riu com desdém. — Já faz três anos. E da ultima vez que eu soube, ele estava numa clínica por causa das tentativas de suicídio. Nem a tia Lydia aguentou.

— Hum... — Amber fitou o chão e virou o beiço, estava hesitante.

— O que foi? — Gwen parou pra dar atenção a amiga, mesmo sabendo como aquela conversa iria terminar.

— Você sabe que o que fizemos foi errado, né?

— Me poupe. Nós fizemos um favor para Jensen. Não sei o que deu na cabeça dele pra namorar meu irmão. E eu realmente merecia estar sozinha no testamento, você não acha?

— Claro. — Amber balançou a cabeça para afastar os pensamentos, estava tentando se convencer que aquilo aconteceu para um bem maior. — Você tem toda a razão.

— Eu sei. — Gwen sorriu. — E eu acho que você merece um vestido da Bloomingdales.

— Eu adoro o seu bom humor, sabia?

— Então, vamos?

Amber sorriu, mas o que realmente queria era pular de alegria. Adorava quando concordava com Gwen porque sempre ganhava os presentes mais caros. E Gwen, por sua vez, adorava comprar as pessoas, pois sempre conseguia o que queria.

As duas atravessaram o salão e foram direto no canto onde suas mochilas estavam jogadas. Gwen abriu sua mochila rosa e tirou seu celular. Havia uma mensagem de texto não lida, que dizia “Estou de volta”, assim como aquelas que Amber estava recebendo.

Ela estranhou, mas não o suficiente para se assustar. No entanto, sua expressão mudou, como se seu subconsciente estivesse obrigando-a a se importar com aquilo.

— Tudo bem? — Perguntou Amber.

— Claro. — Gwen colocou seu celular de volta na mochila e fechou seu zíper. Pôs uma alça em um dos seus ombros e sorriu para Amber. — Vou me trocar.
 

Alex não queria admitir, mas estava completamente perdido na cidade grande. Ele tinha em mãos um mapa amassado e rabiscado de Nova York, porém, a rodoviária era tão grande que mal podia reconhecer a porta por onde entrou.

E não adiantava contar com as pessoas que perambulavam pela rodoviária. Elas não deixavam Alex terminar uma frase sequer e continuavam andando, como se dar uma informação fosse lhe custar muito.

Então, não havia nada que pudesse fazer. Ele apenas parou bem no meio, fitou o enorme local onde estava e pediu ajuda aos céus para conseguir encontrar a saída.

Há apenas alguns metros dali estava Jensen, falando ao celular com seu irmão mais novo Jake. Ele estava encarregado de buscá-lo na rodoviária, mas ainda não o tinha encontrado.

— Estou com a mesma roupa de sempre, Jen. — Disse Jake, com a voz cansada. — Você sabe a maneira que eu me visto.

— Me desculpa. — Jensen olhou ao redor. — Mas não tem ninguém gótico o suficiente pra ser você. Aliás, por que você não vai pra casa sozinho?

— Porque se eu aparecer lá sem você, papai me expulsa. Você sabe como ele me adora.

— Ah é, esqueci desse detalhe. Mas olha, então vamos fazer o seguinte, Vo... — Jensen nem conseguiu terminar sua frase de tão chocado que ficara quando notou Alex parado no meio da estação. Ele abaixou devagar seu celular enquanto um frio lhe subia a espinha. Não era possível que estivesse vendo Nate Strauss na cidade, e ainda por cima tão diferente. Pois o garoto parado diante de seus olhos era dono de uma beleza incomparável.

Mal ele sabia que aquele não era quem estava pensando.

— Caramba. — Sussurrou pra si mesmo, perguntando-se como aquele garoto gordo e depressivo havia se transformado em um homem perfeito, até mesmo nos simples defeitos.

— Jen? Você ta ai? — Chamou Jake.

— Cara, você vai me desculpar, mas vai ter que ir sozinho pra casa...

— Jensen, espera. — Jensen desligou e guardou o celular no bolso antes que seu irmão pudesse terminar de falar.

Ele andou entre a multidão na direção de Alex, queria saber se aquilo não era uma ilusão, queria saber se realmente Nate Strauss havia retornado a cidade após três anos e realmente tinha mudado.

Quando Alex percebeu que Jensen se aproximava, ele permaneceu estático, sentindo um pouco de medo.

— Você voltou mesmo. — Disse Jensen. — Eu sabia que era você quando li aquele SMS...

— Como é? — Alex parecia confuso. Por que aquele estranho estava falando com ele?

— Você está bem diferente do que era antes. Espero que não haja ressentimentos.

— Olha. — Alex suspirou. — Você deve estar me confundindo com outra pessoa, desculpe. — Ele deu dois passos, mas Jensen colocou-se em frente, impedindo-o de continuar.

— Você vai fazer esse jogo agora? De “eu não te conheço”?

— Não, é que eu realmente não te conheço...

— Tudo bem, eu topo. Oi, Eu sou Jensen McPhee, prazer. — Jensen estendeu a mão para Alex.

Alex olhou para sua mão, mas estava constrangido demais para apertá-la. Afinal, para todos os efeitos, Jensen era um desconhecido. Então, como deveria reagir naquela situação?

— Desculpa, mas eu realmente não posso ajudá-lo. Não sou quem você está pensando. Com licença. — Alex passou por Jensen, batendo seu ombro direito com o dele.

Jensen sentiu que tinha acabado de levar um fora. Mas ele sorriu, porque achava aquela situação divertida.

Primeiro ele e os amigos tinham ferrado a vida de Nate, o gordo depressivo que envergonhava os Strauss, e agora que ele retorna, estava se achando bom demais para falar com seus antigos amigos. Ele merecia seu desprezo, mas ainda era Jensen McPhee, e ninguém o ignorava.

Quando olhou pra trás, viu Alex saindo por uma enorme porta de vidro logo depois da roleta. Ele tinha certeza que aquele era Nate Strauss, mas achava que alguma coisa estava errada. Será que fazia parte do seu jogo de vingança? Porque era o que qualquer um faria se tivesse passado por tudo o que Nate passou.

Enquanto isso, já no lado de fora, Alex estava tentando tirar o mal entendido da cabeça para focar-se no seu real propósito: Ir até a mansão de seus pais biológicos.

Ele olhou para os enormes prédios de Nova York, e sentiu o coração disparar pelo medo que aquela cidade lhe causava. Era grande, movimentada e tão bonita, que de repente ele entendia o amor incondicional que as pessoas tinham por ela. Mas o lugar onde queria chegar ficava um pouco mais afastado, onde ricos e famosos costumam viver.

Ele tirou o endereço de seu pai do bolso do casaco e fez sinal para o primeiro táxi que passou. Entrou pelo banco de trás e bateu a porta com força, temendo que levasse uma bronca do motorista. Mas ao invés disso, o homem sorriu pelo retrovisor, como se Alex fosse um velho conhecido.

— O senhor está de volta. Fico feliz por isso.

— Hã? — Alex não estava entendendo. Ele era a segunda pessoa que o tratava como se lhe conhecesse. Ou ele era muito parecido com alguém famoso, ou as pessoas de Nova York estavam enlouquecendo.

— Quer que eu o leve pra mansão do Doutor Strauss?

— Sim, mas...

— É pra já. — O motorista pisou no acelerador.

Alex ficou calado, estava achando tudo aquilo estranho demais. Por que de repente as pessoas de Nova York estavam dizendo que ele tinha voltado se nunca estivera ali? Ou pelo menos, não que ele lembrasse. Talvez quando fosse menor, antes de ser adotado, mas quem lembraria da época em que tinha quatro anos se nem mesmo ele lembrava?

Algo nessa história não parecia certo, e Alex estava prestes a descobrir.
 

— Estou dizendo, Andy, eu o vi. — Disse Jensen, pelo celular. Estava tentando convencer o amigo de que Nate realmente estava de volta. — E não é só isso, ele está igual um atleta.

— Ta brincando? — Andy deu um gole no seu Milk Shake e quase cuspiu com as palavras do amigo.

Jensen abriu a porta de seu apartamento, ainda com o celular no ouvido, tinha muito mais coisas para falar a Andy. Assim que trancou a porta, tirou a camisa e jogou em cima do sofá.

— É igual aquelas mudanças de filme, sabe? O patinho feio volta igual um cisne. Eu nunca pensei que diria isso, mas Nate Strauss é gostoso.

Andy gargalhou. Levantou-se da mesa da sala e andou até o enorme espelho, queria ver se seu cabelo loiro e espetado estava em ordem e se seus olhos castanhos não demonstravam o cansaço da noite passada.

— Você pode ficar menos gay agora, cara? — Ele brincou, passando a mão nos cabelos.

— Cala a boca, não venha dar uma de hétero pra cima de mim.

— Impossível, já que eu sou hétero.

— É, mas no Natal fizemos coisas não muito héteras, se é que você me entende... — Jensen tirou os sapatos e os jogou pro lado.

— Certo. — Andy sorriu. Ajeitou seu topete cheio de gel e tocou em seu rosto. A pele branca continuava perfeita, assim como seu narcisismo exagerado. — Por que você acha que ele voltou? Se for vingança, ainda bem que eu não participei daquilo que vocês fizeram, estarei livre.

— Talvez vingança. — Jensen olhou para trás, na direção da sua cama. Foi quando viu Nate sentado em cima do criado mudo.

Porém, aquele era o verdadeiro Nate, sendo por si só uma cópia fiel de Alex Benett. A mesma cor do cabelo, o mesmo corpo atlético, o mesmo formato do rosto e o mesmo poder de sedução. No entanto, havia um pequeno detalhe que diferenciava ambos. Enquanto Alex tinha lindos e inocentes olhos azuis, Nate possuía olhos verdes e penetrante, capazes de hipnotizar alguém. Este foi um detalhe sutil que Jensen não percebeu.

— Andy, depois eu ligo pra você. — Jensen encerrou a chamada e jogou o celular na cama. — Eu sabia que era você. — Ele sorriu, e nem preocupou-se em notar que Nate estava com uma roupa diferente da que viu em Alex na rodoviária.

— Significa que andou pensando em mim?

— Você sabe que não.

— Mas pensou o suficiente pra me chamar de gostoso. — Nate deu um pulo do criado mudo e caminhou dois passos à frente. — Tudo bem, eu aceito. Todo mundo diz a mesma coisa.

— Já sei o que você está fazendo. — Jensen sorriu, achando que já tinha sacado o jogo de Nate. — Não existe uma maneira de acabar comigo sem acabar com você e sua família.

— Para sentir vontade de te destruir, eu teria que me importar. E acho que você já percebeu que eu não dou a mínima pra isso. — Nate sorriu com desdém, era o vitorioso agora.

— Então por que está aqui?

— Informação. — Nate passou por até sua penteadeira. Ele mexeu em algumas bugigangas, apenas pra saber o que o American Dream guardava dentro de seu quarto. — Eu não gosto muito do clichê, sabe? E não estou a fim de armar um espetáculo. — Ele leu o nome de um perfume que encontrara, e depois, virou-se para encará-lo. — Então, cabe a você dizer a Manhattan inteira que eu voltei.

— E por que eu faria isso? Aliás, por que você mesmo não faz?

— Porque estou mandando você, amor da minha vida. — Nate sorriu, de um jeito falso. — Você negaria isso ao seu ex namorado?

— Eu não namorei com você. Namorei um gordo com os dentes tortos que não tinha esperança na vida. Você era a vergonha dos Strauss. — Jensen não queria ter dito aquilo, mas precisava ganhar aquela batalha, precisava provar que era forte.

— Há! — Ironizou Nate. — Eu era. Mas como você pode ver, qualquer pai sentiria orgulho de mim agora. E se você parasse de me olhar com desejo eu agradeceria.

— Desejo? — Jensen caminhou até ele, chegando perto o suficiente para sentir sua respiração. — Você pensa que eu não sei que aquele gorducho mal amado ainda está dentro de você?

Ao invés de sentir-se intimidado como Jensen imaginou, Nate entrou em seu jogo e aproximou-se ainda mais dele, apalpando sua bunda com a mão direita. Jensen sentiu-se imediatamente incomodado, mas não resistiu. Se ele tivesse que ficar tão próximo de Nate para provar que não tinha medo, ele faria sem hesitar.

Nate aproveitou para chegar bem perto de seus lábios, quase beijando-o. E então, quando percebeu que Jensen estava mais nervoso que o habitual, ele se afastou, com um sorriso no rosto.

— É diferente, não é? Quando não tem aquela aparência externa ridícula. Fica tudo mais quente... Pra você. — Nate lançou um ultimo sorriso vencedor para Jensen e caminhou até a porta. Mas antes de sair, olhou para trás. Estava na hora da sua primeira ameaça. — Justin não gosta da sua atuação na cama, a propósito. Mas com Kerr está tudo bem. Te vejo em breve.

O sorriso de Jensen sumiu assim que Nate bateu a porta. Ele estava preocupado, afinal, como ele sabia que ele mantinha um caso com Justin e Kerr ao mesmo tempo? Será que ele usaria isso contra ele? Bem, parece que os Hamptons acabou de ganhar uma nova vadia vingativa.
 

Alex saiu do táxi e fitou a enorme mansão dos Strauss. Era a maior casa que já tinha visto na vida, e pertencia a seus pais biológicos, que tanto gostaria de conhecer. Era óbvio que o dinheiro não importava pra ele, mas era impossível olhar para aquela mansão e não sentir-se hipnotizado.

Foi só andar até o enorme portão que o porteiro Greg lhe recebeu de braços abertos.

— Senhor Strauss? — Ele sorriu. — Nossa, é o senhor mesmo?

— É, eu acho. — Alex assentiu, mas ainda não entendia porque todos estavam falando como se lhe conhecessem.

— Mas o que o senhor está fazendo aqui?

— Como assim?

— Seu pai está no evento beneficente. Tem todo ano, esqueceu?

— Evento beneficente? — Alex pensou, era realmente a cara de um homem bilionário participar dessas coisas. — Alguém poderia me levar até lá?

— Claro, me deixe chamar Dennis. — O porteiro saiu correndo, parecia eufórico.

— Quem é Dennis...? — Alex parou de falar quando percebeu o porteiro longe demais para ouvi-lo.

Ele olhou ao redor, já estava escurecendo, será que era uma boa ideia ir até o evento? Seu pai era um homem conhecido e poderia haver fotógrafos, então, poderia não gostar da presença de um filho bastardo em algo tão importante. Mas Alex estava disposto a correr esse risco. Já tinha chegado longe demais e merecia ver seu pai naquele momento. Também queria saber se tinha irmãos, primos, avós, tios, e talvez, sem querer abusar da sorte, pudesse ver sua mãe antes que fizesse mais uma viagem para o exterior.

— Estou aqui, senhor. — Disse o motorista Dennis. — Posso levá-lo até lá.

— Ok. — Alex não tinha escolha, alguma coisa dizia que ele precisava estar lá.
 

— Você não pode beber. — Andy tomou o copo de whisky das mãos de Justin. — Você é apenas uma criança, Bieber.

— Se as crianças fazem o que eu faço, a pedofilia deve ser o novo preto. Agora devolve. — Justin tentou pegar a bebida das mãos de Andy, mas ele tomou tudo o que tinha no copo. Depois, limpou a boca com a manga do paletó. — Eu chutaria seu saco agora mesmo se não fosse um tremendo desperdício. — Justin saiu andando, sem se preocupar com as pessoas em que esbarrava.

Andy olhou para trás, Gwen e Amber estavam na porta do evento, fazendo pose para os paparazzi. Gwen estava com um vestido amarelo comprido que abria ao lado, deixando suas pernas bronzeadas a mostra. Seu cabelo foi amarrado num coque, mas parte dele caia sobre os ombros. Já Amber, estava mais com um look mais simples. Ela usava um vestido curto da cor preta com um decote provocante, que combinava com a cor preta de seus longos cabelos e a maquiagem azul escura escolhida especialmente para aquela noite.

Então, Andy não poderia perder aquela oportunidade. Ele esperou elas saírem do tapete vermelho e correu em sua direção, logo depois de tomar um gole apressado da bebida que comprara.

— Você está linda, Amber. Quer dançar? — Perguntou, estendendo a mão.

Amber e Gwen trocaram um olhar risonho. Ainda não acreditavam como o filho de um caipira poderia se achar bom o suficiente para namorá-las, mas ali ele estava ele, prestes a levar mais um fora histórico das garotas que tanto cobiça.

— Andy. — Amber aproximou-se do seu rosto. — Se manda. — Ela sussurrou, deixando-o completamente constrangido.

— Com licença. — Andy mal pôde disfarçar o desconforto na frente delas, sem saber que isso deixava a situação mais divertida para elas. Ele apenas ajeitou sua gravata e caminhou na outra direção.

As duas sorriram juntas por alguns segundos, até Gwen começar a procurar seu pai entre a multidão. Porém, não conseguiu encontrá-lo no meio de todos aqueles velhos podres de ricos com suas esposas sendo enforcadas pelas trocentas joias que usavam. Era ridículo, mas era essencial cumprimentá-los se ainda quisesse ter uma vida social.

Quando seu celular tocou, ela abriu sua bolsa de mão e o tirou lá de dentro. Era outra mensagem anônima, como as outras quatro que havia recebido desde que saíra do estúdio de balé.

A nova mensagem dizia “Tik, Tok”, como uma contagem regressiva para sua queda. E Gwen já estava farta daquilo. Só queria encontrar quem estava fazendo aquilo e lhe dar uma boa lição. Mas antes, precisava encontrar seu pai para falar de negócios. E quem sabe averiguar se Nate ainda estava em Paris com a Tia Lydia ou se ele já estava de volta.

Fora do alcance de Gwen, Nate estava entrando na festa, como um verdadeiro penetra que usa a porta dos fundos. Logo roubou uma taça de champanhe de um garçom que passava e sorriu pra ele, apenas por simpatia.

Ele andou até seu pai, que estava a poucos metros de distância, observando com orgulho o que organizara junto dos McPhee. Se todo ano os eventos fossem daquele jeito, muita gente seria ajudada.

— Orgulhoso? — Perguntou Nate, e seu pai nem precisou virar-se pra saber quem estava falando. Se havia uma coisa que Simon Strauss conhecia, era seu filho.

— Nate. Você veio.

— Eu disse que viria. Festa bonita, a propósito. Quantos milhões vão para os cofres dos Strauss dessa vez?

— Nate. — Simon balançou a cabeça negativamente, já estava cansado de se decepcionar com ele. — Você não deveria estar aqui...

— Você conhece o trato. Eu fico e ninguém descobre sobre minhas habilidades em chupar garotos. Consigo o que é meu por direito e de quebra, você preserva a integridade desta família. Que você sabe, já está por um fio...

— Você não precisa ser vulgar. — Simon começou a sorrir para as pessoas que passavam, mas ainda prestava atenção na conversa que tinha com seu filho.

— Já disse, coloque as casas de praia e dois hotéis no meu nome que eu penso se vale a pena deixá-lo em paz. — Nate tomou um gole de champanhe.

— Você não pode estar falando sério. — Finalmente Simon olhou para seu filho, aquilo que ele estava fazendo era bem pior que namorar Jensen.

— Será? — Nate se aproximou dele. — Olhe nos meus olhos e me diga se estou falando sério ou não. Mas é claro, preciso dar um desconto, já que você não conhece nem um pouco o filho que deixou ser criado por empregados. — Nate olhou para ele transparecendo pena. — E se você não for rápido, juro que transo com o primeiro ricaço que ficar bêbado nessa festa deprimente. Eu também te amo, papai.

Simon engoliu em seco, aquilo doeu em seu peito mais do que o filho imaginava. Nate sorriu com desdém para o pai e depois deu dois passos, iria sair dali agora que seu veneno já havia sido despejado. Porém, ele deu de cara com Gwen, em sua versão mais furiosa. Ela segurou em seu braço e ficou cara a cara com ele.

— O que você está fazendo aqui? — Ela gritou.

— Sendo um bom filho, como você não está sendo agora. — Nate olhou ao redor, as pessoas tinham começado a notar o desentendimento deles dois.

— Gwen, por favor. — Pediu seu pai, chamando a atenção da garota.

— Ele não deveria estar aqui! Ele deveria ficar na França para sempre!

— Controle-se. — Disse Nate. — Não se comporte como a vadia que dorme com homens casados.

Gwen olhou para ele, seu rosto demonstrava um ódio enorme, mas também demonstrava medo. Como ele sabia daquilo? Ela nunca havia contado. E nunca iria perdoá-lo por dizer isso em voz alta na frente de todos.

— Eu vou matar você! — Gwen pulou em cima de Nate, mas acabou levando um soco no meio do rosto.

Seu penteado perfeito se desfez e ela caiu no chão, com o nariz sangrando. Os convidados ficaram chocados com a cena que acabaram de presenciar, tudo enquanto os paparazzi autorizados a entrar registraram cada frame daquele espetáculo.

— Nate, o que você fez? — Gritou o senhor Strauss ao se abaixar para ajudar Gwen.

— Auch, — Reclamou Nate, massageando o punho. — Esqueci como doía bater em alguém com cara de pau.

Do outro lado do salão, Andy e Justin estavam assistindo tudo de camarote, sem disfarçar a surpresa que a nova aparência de Nate lhes causava. Justin nem acreditou que Nate pudesse ter mudado tanto nesses três anos, e agora fosse capaz até mesmo de lhe despertar inveja. Uma inveja tão grande que ele preferiu perder o restante do show a contemplar a ascensão do novo Nate, que era bem melhor que ele.

— Nate! — Gritou Simon, furioso. Ele se levantou e fitou o filho nos olhos, já estava completamente alterado. — Quem é você? Quem é você?

— Eu sou o gordinho que todo mundo ignorou. O filho indesejado que foi mandado pra Paris. O filho problemático que já tentou suicídio, e o garoto solitário que não tem amigos. Lembra de mim? — Nate se aproximou. — Você lembra de mim agora? — Ele gritou furiosamente no rosto do pai.

— Oi... — Disse Alex, de repente, no meio da multidão.

Todos olharam para ele, assustados com a semelhança entre ele e Nate. Mas nenhum deles ficou tão chocado quanto seu irmão gêmeo.

Nate olhou para Alex misturando surpresa e revolta no olhar, como se estivesse louco por respostas, mas ao mesmo tempo, assustado demais para fazer perguntas. Só o que sabia é que havia um garoto idêntico a ele no evento de caridade organizado por seu pai, e que aquilo estava longe de ser uma coincidência.

Alex também queria respostas para entender o que estava vendo, mas sabia, apenas pela expressão de Nate, que isso não seria fácil.

— Só pode estar de brincadeira... — Sussurrou Nate, incrédulo.
 
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You Can Join the Family Now (31 de  Agosto)
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15 Comentário(s)

15 comentários:

  1. Ahh, demais esse primeiro capítulo, já tô vendo que vai ser muito foda... "Esqueci como doía bater em alguém com cara de pau. " KKKKKKK Já escolhi meu gêmeo preferido né. Mal posso esperar para o próximo, ná boa eu espero que tenha uma vingancinha com o Jensen bem feita.

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  2. aaaaaaah! adorei! vim depois que vc postou no Beacon ! *--* ansiosa para mais <3

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  3. Ai amei, identificação imediata com os protagonistas amooo,adorei, senti uma pena do Nate, meu personagem preferido desde já, aguardando o próximo capítulo.

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  4. Parabéns!!! A História é incrível, muito bem escrita e envolvente. Os diálogos são ótimos, aliás é tudo ótimo. To amando e já queria continuar lendo agora hahaha vai ser uma tortura só poder ler uma vez por semana...

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  5. *--------------* Adorei esse capitulo, simplesmente incrivel.

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  6. Foda é a palavra certa para definir este livro, mesmo não gostando de usar palavrões. Eu simplesmente estou apaixonado tanto pelos personagens, por sua ótima escrita, sua criatividade e o jeito como você conseguiu dar profundidade á cada personagem sendo que são muitos. Realmente demais, aguardando ansiosamente o próximo capítulo.

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  7. Ao contrário do que essas pessoas estão falando, achei que a história é clichê. Vingança... Gêmeos... Adolescentes problemáticos. Um toquezinho de realidade aqui e ali, um diálogo bem construído em qualquer ponto e estaria legível. Mas o autor recicla personagens, exagera em seus estereótipos e cria diálogos inadmissíveis para alguém que tenha o mínimo de senso crítico. Para um adolescente medíocre que ainda está na casa do papai e da mamãe, em uma família feliz e em uma realidade intangível, essa obra pode ser um passa tempo prazeroso. Vim aqui por pedido de um amigo, mas ao meu ver, faltou profundidade de autor. Traços de The Lying Game, impossível não ligar essa históriazinha de gordinho revoltado se vingando as vários filmes estereotipados e americanos. Inove! Se fossem trigêmeos, seria aceitável!

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    1. Clichê mesmo é criticar o trabalho dos outros sem ter a capacidade de fazer algo igual.

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    2. Gente, as pessoas hoje em dia estão se esquecendo do que é uma ficção. Sinceramente, liberdade literária/criativa está aí pra permitir que nós autores possamos exagerar nos acontecimentos de nossa trama. Se fosse pra seguir a realidade, nada disso estaria acontecendo. Recomendo que você leia alguma coisa do período realista: Histórias que nunca aconteciam nada demais porque ficavam presas nos seus laços com a realidade. Convenhamos, que se quisessemos ficar lendo sobre situações cotidianas que estão presente no nosso dia-a-dia iríamos ler documentários. Uma ficção, desde que não fuja do bom senso e da coerência, pode fazer o que quiser em sua narrativa. Você ficaria chocado se soubesse quanto é comum muitas das coisas que você falou serem absurdas e fugirem tanto da realidade, no mundo real.

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  8. Como o anônimo, eu não gostei muito da historia - olhe que eu amo uma vingança - não vou falar muito do plot dos gêmeos pois não curto muito esses plots, outra coisa, só um personagem conseguiu me agradar, Alex que até agora é um dos únicos personagens masculinos da historia que não é homossexual, pois quase todos são - não tenho nada contra.
    Ah, outra coisa, a vadia? Definitivamente odiei todas as suas cenas, talvez pelo fato de que eu estou acostumado com vadias mulheres.
    Mas mesmo assim vou terminar de ler.

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  9. É isso mesmo que acabei de ler produção? Revenge gay?

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  10. Eu até que gostei da história e com certeza irei continuar lendo, pois acredito no talento do João Lindley. Mas também não pude deixar de notar que há muitos homossexuais , até aqueles que são héteros parecem gays. Aquela Amber e Gwen também me deram a impressão de serem lésbicas. Eu espero que o Alex não seja gay também, porque senão iria parecer muito forçado.
    Enfim.. gostei muito do Nate, é bom ver um homem sambando na cara da sociedade, pra variar.
    Espero também que o Alex não seja um bobão toda hora, daqueles que sempre acabam sendo usados pelos outros e levam numa boa.
    Vi que alguns estão dizendo que precisa ter profundidade nos personagens, mas gente, estamos no primeiro capitulo, tenham calma né...
    Os gêmeos já são meus personagens favoritos. O resto me pareceram muito fúteis.
    Mas é esperar pra ver.

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  11. Não pode escrever uma estória de terror envolvendo garotas que é plágio de Pretty Little Liars. Não pode escrever uma história sobre vingança que é plágio de Revenge. Não pode escrever uma história com temática homossexual com muitos personagens homossexuais. Pelo amor de Deus, né gente????? Vamos usar a cabeça antes de comentar besteira...É broxante terminar de ler um ótimo livro e ver comentários tão idiotas de gente que não tem o que fazer. Vão ver revenge, vão ver avenida brasil, ou procurem uma série com temática homossexual que não tenha muitos gays pra vocês se sentirem mais confortáveis. Eu hein...

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  12. Ótima ideia, gostei de abordar esse lado homossexual dos personagens, apesar de alguns serem clichês, não ligo, desde q a história seja boa. Mas tem alguns problemas. Achei que os personagens foram mal inteoduzidos, tive de voltar várias vezes para entender quem é quem na história, e tiveram algumas cenas incomuns e irreais. Acho q a história ficaria melhor se fosse mais detalhista, mas no total, está boa. Vou acompanhá-la, espero ver o Alex com atitude. Também espero q ache minha crítica construtiva, gosto muito do trabalho de vocês no blog.

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