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[Crítica] Relação Mortal


Direção: Mary Harron
Ano: 2011
País: Canadá | Irlanda
Duração: 82 minutos
Título Original: The Moth Diaries

Crítica:

É difícil manter um segredo quando você vive para sempre.

Indo de contramão com os filmes que estou acostumado a ver, dei uma olhada na minha lista de filmes acumulada e escolhi esse suspense básico. Assisti ao trailer e, apesar de todos os meus sentidos aranha me alertarem para sair correndo para as colinas, eu decidi dar uma chance a esse filme, porque curiosamente gosto do tema apresentado. Como de costume, resolvi deixar minhas expectativas baixas, já que não esperava grandes coisas. Porém, o mínimo que eu pedia era um suspense eficiente e uma história que me prenda. Infelizmente, nem isso Relação Mortal (Esse provavelmente foi o título mais clichê que eles puderam encontrar) conseguiu fornecer.

A história gira em torno de Rebecca, uma jovem traumatizada pelo suicídio do pai. Determinada em deixar essa tragédia para trás, ela retorna para seu colégio. Ela busca o conforto de suas amigas, mas coisas estranhas começam a acontecer com a chegada de Ernessa, uma menina estranha que mostra grande influência com uma de suas melhores amigas. Logo, tragédias passarão a rodear a vida de Rebecca e ela vai tendo uma clara noção de quem está por trás disso. Sendo incapaz de provar a culpa de Ernessa, Rebecca levará sua obsessão até o limite, já que ela é a única que consegue enxergar sua verdadeira face.

A direção é assinada pela mesma diretora do clássico Psicopata Americano. Tendo isso em vista, era de se esperar um filme elegante e bem feito. Infelizmente, Mary Harron não prova o seu valor nessa produção. No entanto, devo afirmar que o maior defeito do filme está no enredo e a direção é uma dos pontos mais fortes. Mas nem todo o talento do mundo pode salvar o resultado final quando se encara um roteiro pobre, cheio de pontas soltas e um final vazio. Relação Mortal até pode começar bem e animar os espectadores, mas todos estarão decepcionados quando os créditos finais começarem a subir.

Há diversas subtramas no decorrer da história que simplesmente são esquecidas. O professor que beijou a protagonista, por exemplo. O enredo faz questão de focar nessa aproximação dos dois, força o contato físico e simplesmente abandona a história. Não que isso seja essencial para o desenvolvimento da trama central, mas o enredo perde tempo com muitas histórias paralelas, que não levam a lugar algum e até são esquecidas. O foco deveria ser essa relação estranha entre a Rebecca e a Ernessa, e o aprofundamento das intenções da vilã. O enredo brinca com diversos elementos sobrenaturais, mas é incapaz de explicar qualquer um deles.

Vampiros são citados em diversos momentos do desenvolvimento do filme. A protagonista passa a ler um livro sobre Carmila, uma vampira clássica de um conto gótico antigo, e percebe a semelhança do conto com a história pessoal que está passando. Drácula também é citado em algumas cenas, levando a crer que a mocinha está lidando com uma vampira, que está sugando a vida de sua melhor amiga. Como já era esperado, o filme entrega uma reviravolta (extremamente sutil) no final. Certamente estava esperando por algo que mudasse o ponto de vista da narrativa, porém, a tentativa é extremamente falha. Esperava por muitas conclusões e me surpreendi ao perceber que o enredo escolheu a pior delas.

Fechando o filme com um clima preguiçoso e anticlímax, a história acaba e praticamente tudo fica no ar. Apesar do suspense interessante construído no decorrer do filme, o desfecho não procura amarrar as informações que o roteiro entregou. Confesso que foi extremamente decepcionante. E, antes que um espertinho diga que eu não gostei porque não entendi, alerto que eu entendi a história muito bem. Não é difícil entender, o difícil mesmo é aceitar que você passou mais de uma hora para ver aquilo. Enfim, não recomendo para ninguém. Só se salva a fotografia e as boas performances dos atores, mas isso está longe de salvar a produção.


Trailer Legendado:

Comentário(s)
2 Comentário(s)

2 comentários:

  1. Esperava mais do fim. Por isso estou aqui.

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  2. Eu não entendi nada o final desse filme 😠 se puder me explicar

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