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[Livro] My Last Lie - Capítulo 11: Die Another Day

Don't Die Yet.

Effy abaixou a cabeça na pia para que pudesse jogar água no rosto. Fechou os olhos antes de sentir a água gelada tocando a pele, aquilo lhe dava um alívio que não conseguia explicar.

Depois se olhou no espelho, o rosto ainda estava vermelho. A maquiagem preta já não estava mais ao redor dos olhos e os cabelos - que sempre fizera questão de deixar soltos - estavam amarrados num rabo de cavalo com uma liga azul. Nem parecia ela mesma, e nem mesmo sabia se ainda era. Quando olhou no fundo dos olhos, lembrou-se do que tinha feito noite passada, mas insistiu em não tocar em seu braço. Ele estava coberto por uma blusa leve de manga comprida da cor preta, e desse jeito permaneceria até que as marcas saíssem.

Pra fugir dos pensamentos, ela balançou a cabeça negativamente e fungou. Pegou suas luvas ao lado e as colocou. Eram pretas com alguns detalhes vermelhos, mas estavam acabadas de tão velhas.

Ao sair do banheiro, Effy andou na direção dos espelhos da academia, tentando não olhar diretamente para as poucas pessoas que ainda estavam ali. Penn estava treinando com o saco de pancada preto no fim da sala, perto dos bancos vazios. Havia também, um pouco mais próximo a porta, um casal malhando juntos, os dois eram sempre os últimos a sair ao meio dia quando tudo precisava estar fechado.

- Hey Penn! – Gritou Eli, o personal trainner encarregado do turno da manhã. Ele estava com uma rede de bolas em cada mão, e com aquele uniforme curto e apertado que todos usavam para malhar.

Penn olhou para Eli imediatamente, parando o saco de pancada que se mexia para todos os lados.

- Preciso de você aqui! – Gritou Eli.

- Ok – Respondeu Penn.

Effy o assistiu correr até Eli, a camisa verde estava completamente molhada de suor e os cabelos num estado ainda pior. Ele olhou para Effy segundos antes de passar por ela, como fazia sempre que tinha oportunidade. Mas ela – tão distraída pela própria angústia – nem conseguiu notar.

Quando percebeu o casal prestes a se retirar, ela caminhou até o saco de pancadas. Preparou-se para atacá-lo, estava tentando não imaginar que ele fosse a própria mãe, mas era difícil demais quando sempre lutara pensando nisso. Ela acertou seus socos exatamente onde a marca de suor de Penn marcava, então estava fazendo do jeito certo.

A partir do momento em que Effy percebera que aquilo estava ajudando, sua velocidade aumentou. Os socos começaram a ficar mais constantes, e parar era a ultima coisa que faria mesmo começando a sentir dor. Era como uma disputa contra ela mesma, ou contra sua mente, que insistia em lhe fazer prosseguir até onde aguentasse.

Penn, do outro lado da sala, já tinha percebido que ela estava com algum problema. Ele ficou observando por algum tempo, segurando as redes que Eli acabara de lhe pedir para que guardasse. Só decidiu fazer alguma coisa para impedir aquilo quando percebeu que ela estava sangrando.

- Effy – Chamou ele, aproximando-se com cautela e deixando as redes no chão – Effy você está sangrando – Ele continuou olhando, a velocidade dos socos da garota só ia aumentando e o sangue continuava a pingar no chão – Effy, para, você está sangrando...

Penn tentou manter a calma, afinal, não parecia que ela estava lhe ouvindo, ou sabia o que estava acontecendo. Mas ela sabia. Ouvia a voz dele, via o sangue escorrer de seus braços, mas simplesmente não estava disposta a fazer nada sobre isso.

- Effy por favor, para – Penn decidiu mudar o tom de voz, agora, parecia mais autoritário – Effy, por favor! Para! – Ele se meteu na frente para que ela parasse, mas nem assim ela desistiu. Tentou passar por ele e acertar o saco de pancadas mais uma vez, até que finalmente a voz de Penn conseguiu fazer com que cedesse.

Ela tinha começado a chorar por ter sido impedida de continuar o que estava fazendo, e isso só ajudou Penn a achar aquilo cada vez mais estranho. Tentava encontrar no olhar dela algum motivo para tudo aquilo, mas só o que via era uma garota que não se importava em estar machucada. Ou na mais bizarra das hipóteses, uma garota que gostava de estar machucada.

Se Effy não precisasse fazer um curativo urgentemente, talvez Penn pudesse encontrar uma brecha para entender tudo aquilo.

- Seu braço está sangrando...

- Meu braço... – Effy olhou pra ele, o sangue saia dos cortes e atravessava a manga de sua blusa preta.

- Senta aqui, vou pegar os curativos – Ele a guiou até o banco ao lado e sem hesitar, ela obedeceu.

Parecia estar em transe, como se não conseguisse raciocinar direito. Ficou olhando pros cortes com sérias dúvidas, se achando uma perfeita lunática. Nem percebeu quando Penn já estava de volta, trazendo uma caixa de curativos branca com uma cruz vermelha gravada na tampa. Ele sentou ao lado dela, deixando espaço entre eles para a bandeja de metal.

- Me dê seu braço – Sussurrou ele, já estava com o soro na mão. Ele o despejou no braço de Effy para limpá-lo, e conseguiu ver os cortes que ela havia feito segundos antes de mais sangue sair e cobri-los novamente – Estou te machucando?

- Não... – Effy engoliu em seco. Aquele sangue já tinha começado a lhe dar náuseas, então, sentiu-se obrigada a olhar pro outro lado.

- Vai ficar tudo bem, não se preocupe. Uma vez li num livro que os cortes sempre voltam a sangrar depois da primeira vez.

- Ok, apenas... Termine logo.

- Não estou julgando, eu só... Não quero que você fique com medo disso – Penn retirou a atadura de dentro da caixa e assim que aplicou o remédio, começou a enrolar o braço de Effy.

Eles ficaram calados até Penn terminar de fazer o curativo. Effy finalmente pôde se virar, a primeira coisa que fez foi olhar pro braço. Passou a mão por ele bem devagar, ainda sentia dor, mas como Penn havia dito, nada iria acontecer. Ela estava confiando em sua palavra.

- Quer falar sobre isso?

- Eu não tentei me matar – Respondeu Effy, de imediato. Quase não havia deixado tempo para que a pergunta fosse terminada.

- Ok – Penn assentiu – Eu acredito em você. Mas então... Por quê?

- Por que a pausa dramática? Não lembra daquela palestra do colégio sobre automutilação há um ano e meio?

- Não, eu só lembro que você desmaiou e tiveram que levar você até a enfermaria – Penn sorriu.

- É – Effy também sorriu – Foi um péssimo dia pra aprender mais sobre eu mesma...

- Então, quer me ajudar a fechar isso aqui? É meio dia, e tem que estar tudo impecável pra sessão das três.

- É, eu não acho que posso... Minha mãe quer que eu chegue no horário e se eu atrasar um só segundo ela me mata. Não estamos muito bem...

- Ok. Eu iria oferecer uma carona né, mas... – Penn sorriu.

- Eu vim de carro, então... Mas obrigada – Effy se levantou, quase ao mesmo tempo que ele – Não só por oferecer a carona, mas por tudo... Apenas, não conte à ninguém, por favor...

- Isso vai ficar só entre a gente, com uma condição – Penn levantou o dedo indicador, e Effy se sentiu imediatamente frustrada. Se ele fosse falar o que ela estava pensando, levaria um chute no meio das pernas em menos de um segundo - Quando você quiser fazer isso no seu braço, antes de fazer, me ligue. E então não vou contar à ninguém.

- Oh – Effy parecia desconcertada – Isso – Agora, estava sem graça – Eu prometo. Até mais... – Effy começou a andar na direção da outra porta, onde se encontrava as escadas para o estacionamento.

Penn continuou olhando pra ela, com um sorriso vencedor no rosto. Finalmente teve a chance que estava esperando para que fosse notado, e tinha se saído bem melhor do que o esperado.

- Hey, Effy – Gritou ele, fazendo-a virar – Se cuida.

- Eu vou – Ela assentiu, com um meio sorriso no rosto.

Caminhou até a mochila vermelha jogada no chão e de lá tirou seu casaco cinza. Era meio dia, mas o frio de Ridgefield a obrigava a usá-lo. Ela olhou para trás uma ultima vez antes de passar pela porta, Penn estava distante, traçando seu caminho até o banheiro masculino. Só queria poder perguntar por que ele tinha sido tão legal, mas talvez tivesse que deixar pra próxima.

Ela desceu dois lances de escadas rapidamente até chegar ao estacionamento. Ele estaria vazio se não fosse por seu carro e o Jeep de Penn duas vagas depois. O de Eli também estava lá, um pouco mais afastado, numa das vagas especiais para funcionários da academia. Nunca tinha sido a ultima a sair, era estranho ver aquele lugar completamente desabitado.

Com as chaves que tirara do bolso da bermuda, ela desativou o alarme. Os faróis do carro piscaram por dois segundos ao som de um apito, que pareceu ter ficado mais alto pelo eco que fizera. E então, passou pra dentro do carro. Ficar sozinha era só o que estava querendo.

A cabeça ainda estava zonza, o braço ainda doía, e sabia que se não chorasse ali, não haveria outro lugar para fazê-lo. Aos poucos foi deixando as lágrimas saírem, só precisou se convencer de que aquilo lhe faria bem. Queria deixar tudo sair antes de chegar em casa e precisar lidar com sua mãe. Se ela não entendia coisas tão simples como estar de luto e com medo, como ela entenderia a dor que tudo isso proporcionava?

E também, contar com seu pai não era uma opção. Ele esteve distante durante anos e agora voltara querendo retomar o tempo perdido como se sempre estivesse estado lá, ou como se fosse justo. Enquanto Effy se perguntava o porque de não ter um pai e inventava histórias mirabolantes pras amigas, ele estava vivendo um romance com a mulher misteriosa que sua mãe tanto fala como se não tivesse tido uma filha. Mesmo que tivesse motivos para não se importar, não era isso que ele deveria fazer.

- Ok, ok – Sussurrou Effy para cima mesma, limpando suas lágrimas – Respire.

O toque sutil de seu celular ao lado lhe chamou a atenção. Ele estava preso a um dispositivo no carro que possibilitava Effy de falar dirigindo apertando apenas um botão. Mas, não era uma ligação, era uma mensagem de texto. As lágrimas de Effy não lhe permitiram ler a mensagem de longe, então, ela precisou tirá-lo do dispositivo e aproximá-lo do rosto.
“Não olhe para trás” – Charlie.
No reflexo, Effy virou-se pro banco de trás, no exato momento em que o assassino decidira se revelar. Ela só teve tempo para soltar um grito, e então, foi agarrada por trás. Ele tentou sufocá-la tapando sua boca e o nariz, mas ela se debateu tanto que ele mal pôde contê-la.

Era como uma medição de forças, que só acabou quando Effy conseguiu abrir a porta do carro e pular fora. Ela caiu com as mãos no chão enquanto as pernas continuaram dentro do veículo, expostas a mais um ataque. Naquele momento, só no que estava pensando era que havia chegado a sua vez. Não era apenas um susto ou mensagens ameaçadoras. O ataque tinha sido mais direto, era a sua vida que estava correndo perigo.

Ela engatinhou até o Jeep de Penn e com a ajuda dele, conseguiu se levantar. Mas segundos depois, foi atacada novamente. O machado do assassino atravessou o vidro do Jeep quando ela se jogou no chão, fazendo o alarme disparar subitamente. E Junto dos gritos de Effy, formou-se um escândalo naquele andar subterrâneo.

Effy se levantou e correu pro único lugar onde parecia haver uma saída. Era uma porta branca que levava a outra escadaria, do lado contrário pela qual ela tinha descido. Não fazia ideia do lugar onde iria parar ou se estava trancada, só sabia que precisava arriscar.

Ela conseguiu subir três degraus após passar pela porta, e então, havia sido alcançada. O assassino derrubou a porta a centímetros de seus pés, e com o susto, mais gritos de pavor se formaram. Era como se ele fosse um ser super dotado, dono de uma força arrasadora e apavorante. Tinha derrubado a porta com uma incrível facilidade, que apenas um homem teria.

Ele puxou a perna direita de Effy para impedi-la de subir, enquanto ela fazia de tudo para que ele a soltasse. Nesta batalha, o assassino acabou arrancando apenas seu tênis e caindo pra trás, ao lado da porta que acabara de arrombar. Effy pôde ouvi-lo bufar por causa de sua falha, e aproveitaria isso para se salvar. Usou o corrimão e os degraus para se levantar e continuar a subir.

Agora, sem um dos tênis, ela corria mancando pelo corredor onde as escadas lhe levaram, sem ao menos saber onde estava. Era um corredor branco onde ela nunca tinha estado, nem sabia se aquilo fazia parte da academia, mas também, não importava. Ela queria encontrar um bom esconderijo, ou alguém que pudesse salvá-la.

Entre vários corredores, Effy parecia não estar chegando a lugar algum. Estava com o rosto completamente suado e a respiração ofegante, como se tivesse corrido numa maratona. Já estava cansada, e o medo parecia ter sido um dos grandes fatores para que se sentisse exausta. Ela parou e olhou pra todos os lados, querendo qualquer dica que lhe ajudasse a saber pra onde ir.

Então, ouviu o barulho do elevador. Virou-se devagar para saber quem estava usando-o, e viu de camarote quando as portas se abriram e uma figura vestida de preto apareceu. Estava diferente de como tinha visto há poucos minutos, e ela demorou a perceber o porquê. Ao invés dos olhos e bocas costurados, o assassino usava por cima o rosto de Charlie.

Não era uma máscara, ou qualquer outra coisa que pudesse lhe confundir. Aquele era o rosto de Charlie, e ela teve essa certeza quando lembrou do momento em que fora visitá-lo no necrotério. O rosto do cadáver estava desfigurado, como se alguém tivesse arrancado sua pele. Agora tudo estava fazendo sentido. Ele estava querendo ser Charlie Abrams, e exibir seu jeito macabro de lhe realizar seu sonho.

- Não! – Gritou ela, antes de correr.

Ela dobrou o corredor e continuou a correr, até dar de encontro com Penn. Com o susto, sua primeira reação foi se debater em seus braços para que a soltassem. Penn teve que agarrá-la e repetir várias vezes que estava tudo bem para que pudesse entender.

- Hey! Tudo bem! – Disse ele, com o olhar preocupado – O que aconteceu?

- Eu... Ele... – Effy olhou pra trás, não havia ninguém, e as duvidas de Penn só iam aumentando.

- Hey, ela está bem? – Perguntou Eli, da porta de sua sala.

Effy olhou pros dois, só no que conseguia pensar era que poderia ser um deles, e estava com medo de ficar próxima demais.

- Onde você estava? – Perguntou a Penn. Queria fazer a voz soar autoritária, mas acabou soando trêmula.

- Aqui na sala com Eli. Effy, o que aconteceu?

- Tinha alguém... – Ela olhou pra trás novamente, o corredor vazio parecia uma grande ironia.

O pior era que se contasse a alguém as coisas só iriam piorar.

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- Ai, graças a Deus! – Exclamou Lola ao ver as amigas em seu quarto. Tinha ficado o dia todo mofando naquela cama de hospital esperando uma ligação – O que aconteceu?

- Owen me pegou – Respondeu Courtney, jogando a bolsa encima da poltrona.

Tanto ela quanto Paige pareciam ter pressa. Estavam com a mesma roupa que usavam de manhã, e suas expressões nervosas deixavam claro que não estavam pra conversa fiada.

- Ai meu Deus! Você está legal?

- Sim, ele me deixou ir embora. Paige, pegue o laptop.

- O que está acontecendo? – Lola fez uma careta, as amigas pareciam frenéticas e isso lhe deixou confusa.

- Temos uma boa pista, acho que podemos descobrir quem está fazendo isso – Paige abriu o laptop encima da cama de Lola.

- Encontrei isso no trailer dele – Courtney tirou a certidão do bolso, mas Lola ainda não sabia do que se tratava – É a certidão de Charlie.

- E daí?

- Com o nome do pai e da mãe, aqueles que não viveram com ele.

- Quem iria querer seguir os passos do filho se não os próprios pais tristes por sua morte? – Disse Paige, tinha começado a acessar o site que mostraria para Lola.

- Deixe eu ver – Lola tirou a certidão das mãos de Courtney, ela tinha razão. Seus pais se chamavam Edgar LockWood e Marta Abrams – Eles têm sobrenomes diferentes, quer dizer que não eram casados. E eu pensei que estivessem mortos.

- Não de acordo com este site – Paige virou o laptop pra amiga, e a manchete da notícia era bastante clara.

“Professor local acusado de abusar de duas estudantes é absolvido” 

- Sem chance... – Disparou Lola ao terminar de ler. Estava incrédula com tudo aquilo, parecia bom demais pra ser verdade e ao mesmo tempo impossível. Apenas a matéria logo embaixo esclareceria suas duvidas.

“Nesta Sexta (Janeiro, 20) aconteceu o julgamento do professor Edgar LockWood em Georgetown, Connecticut. Ele lecionava história em Georgetown Highschool e foi acusado de abusar sexualmente de duas garotas, sendo uma delas aluna de sua classe. O júri decidiu inocentá-lo por falta de evidências e pela desistência de uma das famílias no processo. Por serem menores de idade e a pedido dos pais, os nomes das garotas nunca foram divulgados ”

- Meu Deus, é ele – Lola olhou nos olhos de Paige, era exatamente do que estavam precisando – Só pode ser ele. Precisamos encontrá-lo.

- Aqui diz que ele ainda mora em Georgetown. – Paige olhou para Courtney.

– Mas e a mãe de Charlie? Por que ele não ficou com o sobrenome do pai, de qualquer modo?

- Isso é o que menos importa. Garotas – Lola olhou pras duas, parecia confiante - Finalmente temos uma boa pista, devemos segui-la. É a nossa chance.

- Então... – Courtney colocou as mãos na cintura – Devemos excluir Owen da lista de suspeitos?

- Não. Eles podem estar juntos.

- Então o que fazemos agora?

- Esperamos até eu receber alta – Disse Lola, com convicção – Então vamos atrás do pedófilo.

- Ok – Disse Courtney, passando a mão pelo rosto, estava exausta – Estou indo pra casa agora – Ela olhou para Paige, a amiga parecia estar no mesmo grau de cansaço – Você quer uma carona?

- Sim, valeu.

- Ok, vamos... – Courtney pegou sua bolsa e começou a andar, mas teve que esperar Paige pegar seu laptop pra poderem sair – Melhoras, Lola.

- Obrigada.

As duas passaram pelos corredores do hospital em fração de segundos, e logo chegam até o carro de Courtney. Paige estava sentindo dificuldade até para abrir a porta do carro, e não sabia se era um cansaço físico ou mental.

Courtney olhou pra cima assim que ouviu o barulho de um trovão. As nuvens já estavam se formando, parecia que ia chover a noite inteira.

- Vai chover – Comentou ela enquanto fechava sua porta.

– Temos que ser rápidas então.

- Você não quer parar em algum lugar pra comer? Estou morrendo de fome.

- Não – Paige colocou a mão na cabeça – Só quero ir pra casa – Quando sentiu um cheiro estranho, fez uma careta. Fungou para que pudesse saber de onde ele estava vindo – Que fedor é esse?

- Fedor? – Courtney olhou pra ela, estava fechando a janela do carro.

- Você não está sentindo? – Paige aproximou o rosto do banco de trás, começou a ter náuseas quando sentiu o fedor se intensificar – Meu Deus, tem alguma coisa podre aqui!

- Podre? – Courtney também aproximou o rosto do banco de trás. Não estava acreditando na amiga, até ela mesma sentir o fedor - Ai meu Deus, o que é isso? Não tem nada aqui...

- O porta-malas – Disse Paige, então, as duas hesitaram. Ficaram alguns instantes trocando um olhar cauteloso até decidirem sair do carro.

Quanto mais se aproximavam do porta malas, mais o fedor piorava. Tiveram que colocar o braço no nariz pra evitar que vomitassem. E além disso, também havia o medo. Se o cheiro estava vindo do porta malas, tinha alguma coisa podre ali, e só poderia significar uma coisa.

Elas hesitaram por dois segundos antes de abrir, ainda com incertezas. Fitaram-se novamente com cautela, até Courtney girar a chave para abrir o porta malas. Então, um enxame de moscas as atacou e elas se afastaram, mas o que viram dentro do porta malas ainda era muito pior. Corbin e Tessa estavam jogados um por cima do outro, cheios de sangue, como dois animais abatidos.

E encima de seus corpos, um bilhete escrito com letras de forma:
"Esconda os corpos e minta, ou eu conto tudo” – Charlie.
Foi o bastante para que Courtney e Paige se desesperassem e soltassem gritos histéricos, que no fim, não serviriam de nada.
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Penn estacionou o Jeep assim que chegou até a frente do supermercado 24 horas, olhou para Effy no mesmo instante. Ela estava ao lado dele, ainda apoiando o cotovelo na janela para que pudesse sustentar a cabeça com a mão. Olhava pra fora como se não soubesse que já tinha chegado onde queria, ou que tinha alguém ao seu lado. Nem mesmo o trovão indicando que estava prestes a chover conseguiu lhe tirar do transe.

- Então... Chegamos – Disse ele, com a voz cheia de receio. Não sabia se falar era uma boa ideia quando ela deixava claro preferir o silencio – Acho melhor eu te esperar e levar você pra casa daqui.

- Não, tudo bem... São só alguns quarteirões. Preciso comprar algumas coisas e vou andando.

- Ainda são sete e meia. Tem certeza que sua mãe vai estar em casa quando chegar?

- É, ela... Está um pouco resfriada, disse que não pôde trabalhar hoje...

- Ok – Penn assentiu. Ficou em silencio por alguns segundos enquanto via Effy se mover pela primeira vez desde que entrara no Jeep. Ela se movia devagar, como se estivesse com câimbra, ou sonolenta demais para ser mais rápida – Você está bem?

- Sim – Effy passou a mão no rosto, o cabelo estava atrapalhando sua visão.

- Tem certeza que não quer que eu chame a polícia? Você não parece bem.

- Não, estou bem – Effy assentiu, o cansaço estava estampado em seu rosto – Não foi nada. Eu já disse, foi apenas Dylan da minha turma de cálculo, ele sempre gostou de fazer essas brincadeiras.

- Mas você parecia assustada de verdade, como se não fosse apenas uma brincadeira...

- É – Effy engoliu em seco, parecia fazer esforço até mesmo pra falar – Dylan parou de fazer essas brincadeiras há algum tempo, então, tinha me esquecido como era...

- Mas ele não pode fazer isso, se você fosse à policia, ele pararia.

- Eu já fui, e ele parou. Mas está tudo bem, só estou cansada, e não tem nada a ver com isso.

- Ok – Penn hesitou, apenas para confirmar nos olhos dela o que estava em sua mente – Por que eu ainda acho que você está mentindo?

- Porque você é um péssimo julgador de caráter – Effy deu um meio sorriso, assim como ele. Sem olhar, abriu a porta do carro com a mão direita – Boa noite Penn.

- Se cuide – Penn continuou sorrindo e olhando para ela. Só parou quando ela fechou a porta do carro e começou a andar em direção ao mercado com sua mochila.

Effy não olhou pra trás, mas sabia que Penn já estava indo pelo barulho que o carro fizera na partida. Ouviu o sininho de entrada apitar assim que passou pela porta de vidro, aquele lugar estava lotado, e era exatamente do que ela precisava.

Ela caminhou por entre as prateleiras, por alguns segundos nem sabia o que pegar. Observou os talheres ao entrar no terceiro corredor, as facas eram o que estavam lhe chamando mais atenção. Sua vontade era de pegar todas elas e levar até um dos caixas, mas como iria explicar todas aquelas armas brancas? Foi o jeito se contentar com três, duas pequenas e uma grande, com o cabo preto.

Depois, ela correu até o corredor onde havia os sprays de pimenta. Pegou dois frascos deles e juntou com as facas que tinha nas mãos. Também tinha que sobrar dinheiro pras guloseimas que usaria pra passar a noite, então, decidiu colocar umas das facas pequenas numa prateleira qualquer para que no final o preço total diminuísse.

Ao remexer por entre os sacos de batata frita, percebeu por cima dos produtos que alguém estava lhe olhando. Owen estava perto das geladeiras gigantes cheias de refrigerantes, com uma garrafa de coca de dois litros na mão. Olhava pra ela com uma expressão indecifrável, e parou assim que a garota havia notado.

Effy engoliu em seco, mas decidiu ignorar. Ele não faria nada com ela, e nem sabia se era ele quem tinha feito o ataque a ela e suas amigas. E por causa do que acontecera à Charlie, nunca mais se daria ao luxo de acusar alguém só porque era o óbvio. Mas era impossível não ter medo. Com os olhos, ela começou a seguir seus passos até prometer a si mesma que não iria ficar louca com aquilo. Era apenas um cidadão qualquer da cidade fazendo compras, nada de mais.

Effy, então, continuou suas compras, pegando todas as comidas industrializadas que podia carregar. Viu uma cesta vermelha no fim do corredor, que acabou servindo de grande ajuda na hora de carregar as compras. Quando deu por si, a cesta já estava cheia, e precisava organizar os produtos de uma maneira estratégica para que não caíssem.

Ela olhou ao redor de novo, Owen já estava perto das frutas. Não olhava pra ela, nem fazia coisas estranhas, apenas amaciava as frutas como se estivesse querendo saber se estavam boas para consumo apenas pelo toque. Era o que parecia, e com certeza, algo com que Effy não deveria se preocupar.

Quando dobrou no outro corredor, ela se aproximou de uma das geladeiras e começou a observar as escolhas que tinha. Não demoraria tanto se seu estômago não estivesse mal, já teria levado a coca sem pensar. Foi então que notou o reflexo de Owen atrás do dela pela porta de vidro. Virou imediatamente com o susto e fitou sua expressão indecifrável enquanto segurava um vidro de spray de pimenta.

- Você deixou cair isso... – Disse ele.

Effy olhou para sua mão, era exatamente o spray de pimenta que havia pegado da prateleira. E mesmo que tenha parecido uma boa ação, aquela situação era no mínimo apavorante.

- Obrigada... – Disse ela, pegando o spray de pimenta com cautela.

 - Sua amiga está bem?

- Que amiga?

- Aquela que invadiu meu trailer. Courtney, certo?

- Desculpa... – Effy engoliu em seco – Não sei do que você está falando, não vejo Courtney há dias...

- Ok – Owen deu um meio sorriso – Vocês pensam que fui eu, né?

- O que?

- Vocês pensam que eu sou culpado pelo desaparecimento da amiga de vocês. É mais fácil culpar alguém quando ninguém liga, não é?

- Eu preciso ir... – Effy apertou o spray de pimenta em suas mãos, estava quase usando-o. Não sabia como um garoto tão lindo podia lhe dar tanto medo.

- Vocês estão procurando respostas no lugar errado porque vocês sempre vão acreditar na mentira. Nunca vão saber quem são os verdadeiros culpados... Acha mesmo que suas amigas são inocentes? Se você acha, me desculpe, mas você já está morta – Owen deu meia volta e saiu. Parou quando ouviu a voz de Effy.

- O que isso significa?

- Ah – Ele virou – Quando a caixa de segredos é aberta, amigos se tornam inimigos. Meu irmão não é o culpado.

Effy ficou olhando Owen partir, com uma série de duvidas rondando sua cabeça. Queria correr atrás dele e perguntar o que tudo significa, e até o faria, se seu discurso não parecesse apenas sua versão dos fatos para justificar a morte de uma inocente.

- Eu sei... – Sussurrou ela, como uma resposta que chegara tarde demais a ultima coisa que Owen falara. Ele não podia ouvir, e talvez, nem ela mesma tenha ouvido, mas era a mais pura verdade. Charlie não era o culpado, e era exatamente por isso que todas estavam pagando o preço.

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Effy subiu as pequenas escadas da varanda e abriu a porta de sua casa. A primeira coisa que fez ao entrar foi jogar a mochila no chão, o cansaço fazia com que parecesse estar com o dobro do peso.

Passou pela sala, e como não viu ninguém, foi até a cozinha. Estava vazia também, porém, havia um bilhete amarelo na geladeira, escrito com letras de forma.
“Fui ao hospital, seu irmão quebrou os dois braços no parquinho. Não se preocupe, Deus proverá" - Mamãe.
- Sério? – Effy deu um suspiro de tédio enquanto arrancava o bilhete. Olhou pra ele por mais dois segundos antes de amassá-lo e jogá-lo no chão.

Ela abriu a geladeira e foi direto até o lanche que deixara guardado de manhã. Com a preguiça que estava sentindo não se atreveria a esquentá-lo no micro-ondas. Assim, o plano era seguir direto pro seu quarto e comer mexendo na internet. Mas, no meio de tantos pensamentos, finalmente começou a entender o que as palavras de Owen queriam dizer.

Sua memória puxou a coisa mais inusitada que nunca lembrara após acontecer, e que de alguma forma, se encaixava perfeitamente com algo aparentemente sem sentido.

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18 de Janeiro de 2010.

Era mais uma noite rotineira na residência dos Hills. Enquanto a Senhora Abby preparava o jantar na cozinha, a filha conversava no andar de cima com suas amigas. Felizmente, apenas duas estavam acompanhando-a dessa vez, e não viraria uma bagunça total como quando as oito estavam juntas.

Violet estava deitada de bruços na cama, folheando uma revista de fofocas e mordendo a tampa de sua caneta. Parecia interessada nos looks da moda, assim como Tessa estava interessada no seu guarda roupa. A garota estava na frente do espelho provando todos os vestidos que podia, pois se insistisse bastante, Violet poderia lhe dar um de presente.

- Você tem certeza que não quer me doar algumas roupas? – Tessa virou – Você precisa admitir que ficam melhores em mim.

- Bom, não posso te dar, mas... – Violet virou uma página da revista e deu ênfase na ultima palavra – Posso emprestá-las quando você quiser.

- Ok, então eu...

- Se... Você me devolver em dois dias.

- Ela nunca vai te devolver - Gritou Effy, estava remexendo algumas caixas dentro do closet – Não vejo minha camisa xadrez vermelha desde o halloween.

- Bom, se você soubesse pra que Corbin e eu usamos ela há dois dias, você nunca mais me pediria – Tessa jogou-se na cama.

- Tessa, isso é nojento... – Violet sorriu, ao mesmo tempo em que fazia uma careta.

- Ok, o que você está lendo? – Tessa se aproximou de Violet por trás, olhou pra revista por cima de seu ombro – Não é essa besteira de signos de novo, né? Prefiro acreditar que uma vagabunda foi enganada por uma cobra e almoçou fora de hora do que em planetas que definam nosso destino.

- Ainda está sendo obrigada a fazer aula de religião? – Violet olhou pra ela. Estavam tão perto que sentiram o cheiro do brilho labial uma da outra.

- É, uma droga – Tessa jogou-se novamente na cama, mas dessa vez, com os pés para o lado onde estava a cabeça de Violet. Ela abriu os braços e fitou o teto com a expressão tediosa  – Preferia aprender sobre Lilith, ela tem mais personalidade.

- Hey Violet – Effy saiu do Closet, estava novamente com aquele tom de voz que só usava quando queria pedir algo. Mas, ao invés disso, ela só queria que uma dúvida fosse esclarecida. Tinha acabado de encontrar uma caixa preta no fundo de umas das caixas mais antigas dentro do Closet, e isso não fazia sentido considerando sua a aparência do objeto. Parecia novo e preservado, como se não estivesse junto ao monte de lixo que coisas inúteis e cheias de poeira – Encontrei essa caixa, está lacrada.

- Ah é – Violet jogou a caneta na cama – É a minha ‘Caixa do Futuro’.

- Ok – Effy olhou para a caixa, tentando entender o significado daquilo – Podemos saber o que tem dentro ou é Pink Secret?

- Bom, não é nada demais – Violet sentou na cama, e Tessa fez o mesmo. Estava estranhamente interessada naquela novidade – Traga ela aqui.

Effy não respondeu, apenas deu três passos e esticou os braços. Violet Pegou a caixa com cuidado, parecia que guardava um tesouro, e olhava pra ela como se tivesse tudo o que sempre quis ali dentro. Porém, não chegava a ser estranho. Ela parecia muito empolgada em compartilhar aquilo com as amigas.

Effy sentou ao lado dela e olhou pra caixa, assim como Tessa. Violet não poupou mistério algum, começou a falar sem que elas precisassem dizer mais alguma coisa.

- É uma caixa do futuro, vi isso num filme. As garotas colocaram todos os seus sonhos dentro de uma caixa e enterraram, com a promessa de abri-la logo depois da formatura e ver se todos eles se tornaram reais. Tenho ela desde os onze, e até agora não abri – Violet deu um ar de risos desconcertado – Eu sei que é besteira, vocês devem estar me achando uma criança imatura que enlouqueceu...

- Na verdade, isso até que é legal – Effy sorriu.

- É claro V – Tessa pegou a caixa em suas mãos e balançou. Ouviu alguns barulhos estranhos, provavelmente Violet tinha muitos sonhos – Queria eu ter sensibilidade pra fazer uma coisa dessas.

- Mas você não tinha que enterrar? – Perguntou Effy.

- Bom, eu poderia – Violet pegou a caixa novamente – Mas resolvi fazer do meu jeito. Sabe, não estou disposta a cavar lugar algum quando no fundo do closet é um bom esconderijo – Ela levantou com a caixa nas mãos e caminhou até o closet – Não se preocupem, vamos abri-la juntas daqui a dois anos. Vocês deveriam fazer o mesmo, ainda dá tempo.

Effy olhou para Tessa, o olhar da amiga deixava claro que ela não iria fazer o mesmo. Porém Effy, estava achando a ideia um tanto tentadora. Não tinha muitos sonhos, e os poucos que tinha achava que nunca se tornariam reais, mas talvez a graça de tudo não estivesse em realizar os sonhos e sim, na esperança de que pudessem se realizar.

Era uma ideia estranha, de qualquer modo, e daria trabalho demais para botá-la em prática.

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Assim que Effy teve certeza do que a mensagem de Owen queria dizer, correu até a mochila. Tirou de lá seu celular e em fração de segundos, digitou uma mensagem de texto para todas as suas amigas.
“Acho que eu tenho uma pista, precisamos conversar”.
Ela fitou a parede, perdida em pensamentos. Estava tentando organizá-los. Seu coração lhe dizia para sair por aquela porta e fazer alguma coisa com o que acabara de descobrir, mas o cérebro lhe mandava continuar em casa e esperar até amanhã, pois nada passava de suposição.

Era uma difícil escolha, que no fim, sabia muito bem como iria terminar.  Ela correu pelas escadas até o segundo andar, pensando apenas em trocar aquela roupa de academia por qualquer outra coisa e ir até o hospital para que Lola soubesse daquilo.

Abriu a porta do quarto com nervosismo, e entrou sem pensar, mesmo com as luzes desligadas. Antes que pudesse apertar o interruptor, escorregou em algo liso e caiu de peito no chão. Ficou cheia de um liquido que não conseguia ver, porém, conseguia sentir o cheiro.

Se levantou do chão e apertou o interruptor, fazendo o quarto inteiro se iluminar. Então, viu uma enorme poça de sangue formada no quarto inteiro, cujo foco parecia ser o seu armário. O desespero pirou quando olhou pro próprio corpo e se viu completamente melada de sangue. Mesmo que tentasse passar a mão, só se melaria mais.

Era tão desesperador por si só que qualquer um pensaria em correr. Mas havia algo que precisava fazer ali dentro antes que fugisse. Na porta do guarda roupa havia um bilhete, com uma mensagem. Ele dizia “Não abra a porta”, E isso foi o bastante para se sentir instigada. Afinal, todo aquele sangue precisava ter saído de alguém, e esse alguém provavelmente estava ali dentro.

Sem hesitar, Effy puxou a porta do guarda roupa, e deu de cara com o cadáver de Bela pendurado por uma corda entre os casacos. Mesmo parecendo ter sido enforcada, tinha outros ferimentos no corpo, que ajudaram Effy a perceber que ela tinha morrido de outro jeito.

Grudado em sua blusa, Effy notou outro bilhete. Ele vinha junto de uma foto de Edward e Mary Beth no hospital, e uma clara ameaça.
"Esconda o corpo e minta, ou dessa vez eu quebro as duas pernas dele” – Charlie.

Comentário(s)
5 Comentário(s)

5 comentários:

  1. Meu deus isso tá muito bom, rsrsr, eu sinto saudades da Tessa ... tá ótimo, eu tô shippando Effie e Owen.
    tomara que nenhuma das garotas morram, pensei que ia matar a Effie na perseguição. MELHORANDO A CADA CAPÍTULO.

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  2. Adorei o capitulo,agora só falta o corpo da Skye aparecer,talvez ele esteja na casa da Lola.O Anonymous é muito macabro,colocar o rosto do Charlie Abrams é o cúmulo da bizarice.Queria saber o que tem dentro da "Caixa do Futuro" da Violet,provavelmente alguma pista sobre o seu assassino ou do nosso Charlie fake.



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  3. Esconda o corpo e minta O M F G!!! completamente em choque com esse capitulo,tá tudo muito bom,Eu também shippei Effy e Owen,espero que ele não seja o Anonymous,que por sinal anda muito Bitch escondendo corpos em armários e vestindo couro humano no melhor estilo Leatherface,adorando a cada dia mais,e que milagre aconteceu que eu não fui a primeira a comentar kkkkk.

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  4. Meu Deus, Anonymous dá de dez a zero em qualquer A Team, sério, esse capítulo foi perfeito.

    Effy <3

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  5. Acho que na caixa da Violet tem detalhes de seu relacionamento com o Charlie,provavelmente eles se amavam mesmo,e para quererem fugir juntos,algo estava impedindo-os de seguirem juntos,acho que a historia vai se desenrolar daqui pra frente

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