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[Livro] A Punhalada 2 - Capítulo 13: O Assassino Em Mim – Parte 2


- Amanda, fale alguma coisa, não estrague esse lindo final – Gabriel colocou sua faca encima do balcão, perto de onde costumava ser a pia – Você não vai perguntar o porquê?

Amanda olhava pra ele com nojo, já não demonstrava mais surpresa. Nunca daria aquele gostinho a Gabriel, sabia que se fizesse perguntas ou demonstrasse fraqueza, ele iria vencer.

- Tudo bem, se você não vai facilitar, eu mesmo digo – Gabriel olhou para Megan por alguns segundos, depois virou para Amanda – Você sabe o que me fez colocar essa fantasia e sair por aí matando todo mundo, Amanda?

- Amor? – Ela tentou ficar cínica, mas seu nervosismo não ajudava. Estava se controlando pra não desabar, não queria deixar aquelas lágrimas presas em seus olhos caírem, era isso que Gabriel queria.

- Amor? Você ta brincando? – Gabriel riu – Vadia, por favor. Olha pra mim, eu tenho cara de quem tem condições de sentir qualquer coisa que não seja vontade de derramar sangue? Amanda, os motivos nunca importam. Você sabe como tudo funciona. Existem pessoas normais, e existem psicopatas, pessoas com problemas que sentem vontade de acabar com uma vida sem motivo algum, e acabam usando sua infelicidade e falta de sensibilidade para justificar tais atos. Jason era a criança excluída, Dexter mata apenas assassinos, não importa, cada um tem um método, mas no final só o que queremos é derramar sangue porque precisamos disso mais do que precisamos de qualquer outra coisa. E isso é interessante porque, eu queria um final perfeito, mas infelizmente eu não sou o tipo de assassino que vai te dar um motivo e te culpar pelos meus problemas como seu querido irmão. Eu apenas usei sua história e tudo o que seu irmão criou pra saciar essa minha vontade de cortar as pessoas só pra sentir uma paz interna e finalmente fugir da mentira em que eu estava vivendo – Gabriel abriu os braços e sorriu para Amanda, com um olhar doentio – Esse sou eu, Amanda, dando a vocês um pouco do meu talento e do meu clichê inesperado, que algum dia, vai se tornar um gênero.

- Você quer que eu bata palmas agora? – Amanda estava tentando não tremer, ainda pensava em não parecer fraca ou então estaria dando o que Gabriel queria.

- Não exatamente, a opinião de Amanda Rush não vai mudar tudo o que eu construí. Você pode ser alguma coisa pros pseudo-fanáticos por Jamie Lee Curtis, mas pra mim você é apenas mais uma vítima.

- Você é doente...

- Claro, eu mato pessoas, dã – Gabriel fez uma careta de deboche.

Amanda abaixou a cabeça, as lágrimas caíram em suas pernas. A risada que deu saiu trêmula, mas foi o suficiente para Gabriel se perguntar o que estava acontecendo. Quando ela levantou a cabeça e olhou pra ele, parecia mais confiante.

- Posso fazer uma pergunta?

- É claro.

- Você também comia a sua irmã ou é uma coisa que apenas o assassino original faria?

- Cala a boca! – Gabriel se aproximou dela e pegou em seu queixo, de um jeito brusco. Ficou há centímetros de distância, olhando nos olhos vermelhos dela – Minha pequena Zoe...  – Gabriel largou o queixo de Amanda com fúria e começou a andar pela cozinha - No final ela foi apenas parte de um teatro pra ninguém desconfiar de mim, merecia algo melhor. Mas era uma vadia, não podia deixá-la viva por mais tempo. São as regras, Amanda, vadias sempre morrem. E foi tudo perfeito. As mortes, as pistas, se bem que foi sorte encontrar aquele video do Brandon, mas serviu direitinho... Aposto que vocês já sabem sobre os pôsteres. E foi tão fácil incriminar Kyle, colocar os corpos de seus pais na casa onde estava. O plano original era chamar a polícia né, mas nem tudo sai perfeito. Mesmo assim, essa sequencia vai ficar pra história...

- História? O que você fez? – Gritou Amanda, histérica – Pegou uma fantasia e não copiou apenas um doente mental, mas sim todos os filmes de terror que já tinham cansado! Você não criou nada! Você é uma cópia barata que se sente o máximo porque teve a brilhante ideia de continuar os assassinatos que meu irmão começou! Mas adivinha só? Seu filme é uma droga!

Gabriel ficou olhando pra ela, um pouco pasmo. Queria pular em seu pescoço e lhe matar ali mesmo por tê-lo insultado tanto, mas sabia que não podia. Como ela ousava desdenhar de sua sequencia? Para ele, era a melhor sequencia de todos os tempos, fiel a todos os filmes de terror que viraram lenda no mundo inteiro, era quase uma blasfêmia falar aquelas coisas.

Mas, em meio ao silencio, surgiu um sorriso vencedor no rosto dele. Amanda não tinha entendido, o que tinha dito deveria fazê-lo no mínimo pirar, mas por algum motivo, ele estava sorrindo.

- Você vai adorar a próxima revelação bombástica do meu filme, Amanda... – Ele olhou pra porta atrás dela, fazendo-a olhar também.

Outro assassino estava passando por ela, com a faca na defensiva. Andou devagar até ficar de frente para Amanda. E fazendo suspense, o outro assassino foi tirando sua máscara. Gabriel estava bem atrás, com um olhar de entusiasmo, aquela era sua parte preferida de tudo o que criaram antes mesmo de acontecer. Quando a máscara foi jogada no chão, Amanda pôde ver quem estava por trás dela.

 Chelsea olhava pra ela com um sorriso de superioridade que ela nunca tinha visto, mas que não fazia muito sentido. Amanda não a conhecia, Só sabia de sua existência por causa da televisão, nem se falavam, por que ela estava fazendo aquilo? Ela tinha seus motivos ou era como Gabriel?

- Tcharan! – Gritou Gabriel, lá atrás – Eu disse que era a melhor parte.

- Ainda bem que guardamos o melhor pro final, não é Amanda? – Chelsea olhou pro lado, Megan ainda estava amarrada, mas tinha parado de fazer barulho – O que ela ainda faz viva?

- Ela é uma sobrevivente, precisa estar presente no terceiro ato.

- Sim, ela é uma sobrevivente – A voz de Chelsea era repreensiva – Eu disse a você, quando se tem a chance de matar um sobrevivente, mate. Porque são sobreviventes, foram feitos pra escapar.

- Tanto faz, elas estão amarradas e ninguém sabe que estamos aqui, então, por que não continuamos?

- É, você tem razão – Chelsea olhou novamente para Amanda. Se abaixou para ficar da mesma altura que ela – Então... Devemos explicar tudo à você ou devemos deixar você morrer sem saber? Decisões, decisões.

- Conta pra ela – Gabriel se aproximou – Olha a cara dela, está morrendo de medo. Você tinha razão, essa sensação é inacreditável! Faça ela sofrer!

- Amanda, Amanda... – Sussurrou Chelsea, olhando para cada centímetro dela – Tão bonita e tão... Vadia. Você teria morrido cedo se seu irmão não insistisse naquela baboseira de novas regras – Chelsea se afastou e zombou das ultimas palavras – Novas Regras, ah ta, como se as pessoas quisessem mesmo isso. Elas querem clichês, Amanda, será que você não entende? Tudo isso aqui se resume a isso. A loira vadia que morre em casa sozinha? A bêbada sem coração que ganha uma morte de diva? Brandon Rush destruiu o melhor gênero de todos os tempos só porque seria diferente e original. Isso prova sua imaturidade.

- Você fez tudo isso só por que meu irmão não respeitou seu gênero preferido?

- Claro que não, Amanda – Chelsea começou a dar voltas pela cozinha, fazia uma expressão de vadia psicótica que deixava Megan morrendo de medo – Na verdade, você não tem que pensar em mim como Jill Roberts e sim como... – Ela olhou para Gabriel, com dúvidas – Qual o nome daquela vadia que foi estuprada e se vingou depois?

- Jennifer.

- Isso, exato, Jennifer. A vingadora, matando todos aqueles que destruíram sua vida. Amanda, nosso irmão acabou com nós duas.

- Nosso irmão? – Amanda ficou pensando, dessa vez, não conseguia disfarçar o choque.

- Na verdade, meu irmão, vocês não têm o mesmo sangue e não importa o que dizem, não é a mesma coisa.

- Olha a cara dela! – Gabriel vibrou – Ela está morrendo por dentro!

- Amanda, temos algo em comum. Brandon Rush tentou nos matar e aqui estamos, vivas, enquanto ele está apodrecendo num caixão. É até poético, se formos parar pra pensar.

- Quem é você?

- Quem sou eu? – Chelsea deu um ar de risos – Nina Marshall, filha de Thomas e Elizabeth Marshall, irmã da pobre coitada e altista Kelly Marshall. Eu também deveria ser irmã de Kevin Marshall, mas acabei sendo irmã de Brandon Rush. Isso responde sua pergunta?

- Ai Meu Deus! – Amanda finalmente soltou o choro, não conseguia mais aguentar, era demais pra ela.

- Uh, não chore – Chelsea fez um bico – Ainda nem contei a parte dramática, não seja tola Amanda. É hora do show – Chelsea correu pra outra sala.

- Você vai adorar essa parte!

Amanda olhou para Megan, ainda amarrada na cadeira, estava com os olhos vermelhos, prestes a chorar. Estava se compadecendo do que Amanda estava passando, era o suficiente para se enlouquecer pelo resto da vida, e lá estava vindo a pior parte. Chelsea estava trazendo um carrinho de bebê com Matty dentro. Quando Amanda viu seu filho, começou a implorar aos gritos que deixassem ele em paz. Estava quase desistindo, e já teria desistido de tudo se não fosse por ele.

Chelsea se aproximou do carrinho e ficou olhando para Matty, seus olhos brilhavam. Por alguns segundos, toda a psicopatia e o ódio em seu rosto sumiram.

- Olha como ele é lindo, tão perfeito, tão... Inocente, igual ao meu pobre Jamie... Eu ainda me lembro Amanda, quando seu irmão entrou na minha casa e tirou a vida da minha família inteira...

Era impossível falar sem lembrar de tudo, foi o pior dia de sua vida. Estava no andar de baixo lendo para seu bebê quando ouviu um barulho estranho no andar de cima. Quando subiu as escadas, viu seus pais mortos ao lado de Brandon, ele estava esfaqueando sua irmã Kelly.

Brandon notou que Nina estava ali e correu atrás dela. Mas sem tocá-la, acabou caindo da escada. Ele não sabia o que fazer, não queria matá-la, nunca faria alguma coisa com uma mulher grávida devido ao fato de se ver como todas aquelas crianças. Seria contra qualquer coisa que acreditava privar alguma criança de ter uma família e uma vida feliz, como aquela que ele teria se não tivesse sido adotado pelos Rush.

Como tudo já estava feito, era o jeito continuar com o plano. Pegou as coisas das irmãs e guardou numa mala pra todos pensarem que elas tinham fugido e jogou seus corpos num lago. O que não sabia era que Nina ainda estava viva e se arrastou até a estrada pra pedir ajuda. Seu filho, ainda na barriga, já havia morrido. E para ela, foi como se tivesse morrido também.

- Eu fiquei tão desesperada, Amanda... – Continuou ela, numa voz de choro – Eu tinha perdido a pessoa que mais amei na vida, você sabe como é isso?

Amanda ficou calada, mas ela sabia muito bem como era perder a pessoa que mais amava. E sabia como ninguém. Mas, continuou sua vida normalmente, coisa que não aconteceria se Matty morresse. Seria impossível superar, e Chelsea dizendo seus motivos era a prova viva de que isso destruiria alguém.

- Você sabe como é, Amanda? – Chelsea deu um grito e se aproximou dela, colocou a faca em seu rosto. Olhou dentro de seus olhos, ambas estavam chorando – Por que você mereceu mais que eu? Por que? Por que você mereceu recomeçar e ter seu bebê quando eu perdi tudo? Isso não é justo!

- Por favor, não faça nada com meu bebê...

- Seu bebê? – Chelsea deu um ar de risos. Se afastou de Amanda e olhou para Matty no carrinho – Agora ele é meu bebê, ele é o meu Jamie, vai ser mais feliz comigo do que com você Amanda.

- Não! – Amanda já estava ficando rouca de tanto gritar, nunca tinha chorado tanto.

- Ele é meu por direito. Olha – Chelsea tirou de dentro do berço a carta onde havia o teste de paternidade que Amanda mandara fazer. Ela começou a abri-la e depois ler– Olha só, vamos ler... Cara Senhora Amanda... Ta, ta, ta... Ah sim, Ele é meu sobrinho! – Ela colocou o teste perto do rosto de Amanda – Viu só! Ele tem o meu sangue! Ninguém merece ficar com ele mais que eu!

De repente, eles ouviram barulho de fogos, eles tinham finalmente começado. Chelsea olhou pra cima por alguns segundos, ela gostava daquela época do ano, ou pelo menos, costumava gostar. Nada que ter Matty em sua vida não pudesse mudar.

Megan olhou para Gabriel, ele estava vidrado na conversa das duas. Aproveitou para continuar tentando se desamarrar, nem ele e nem Chelsea tinham percebido aquilo. Era a única chance de fuga, dela e de Amanda, ou então o final daquela história seria trágico.

- Amanda, ele está melhor comigo do que com você – Chelsea passou a faca pelo rosto dela – Você é venenosa, todos morrem perto de você, não é um bom ambiente pra criar uma criança. E sabe o que é pior? Eu nem precisava fazer tudo isso pra roubá-lo de você. Era só matar a babá vadia e fugir com ele, mas essa cidade continua podre. Brandon pode ter eliminado alguns, mas não eliminou todos. É a cidade em que todos merecem morrer. A vadia loira que deveria ser minha amiga, mas teve coragem de abortar um filho, e nem ficou chateada por isso. Miley, a pobre Miley, uma vadia que não merecia o filho que carregava! Nem aquele seu namorado ridículo que a obrigaria a abortar a criança. Você acha que eu deveria viver a minha vida assistindo pessoas que não merecem ter um filho se dando bem? Eu tive que matá-los, Amanda, eles tiveram que morrer pelos seus pecados, não mereciam estar vivos, e você sabe – Chelsea segurou a faca bem perto do rosto de Amanda e enxugou suas lágrimas. Seu olhar frio deixava Gabriel emocionando – Matty é meu agora, e aqui, é o fim pra você.

Antes que Chelsea pudesse fazer qualquer coisa, ouviu um disparo. Ela olhou pra trás, Gabriel estava com um buraco de bala na barriga. Ele olhou pra baixo, estava saindo sangue como um pequeno jato, tinha acabado de levar um tiro. Nem sentiu dor, apenas caiu no chão, deixando Chelsea olhar pra porta dos fundos e ver quem tinha atirado.

Aaron estava com a arma apontada, ainda saia fumaça dela. Megan quase gritou, mas sabia que se fizesse qualquer coisa poderia arruinar seu plano de fuga.

- Não! – Chelsea avançou pra cima de Aaron com a faca.

Ele não pensou duas vezes, descarregou a arma inteira no peito da assassina sem piedade alguma. Com o impacto, ela acabou caindo no corredor, um pouco antes da sala. A respiração de Aaron estava ofegante, ele tinha acabado sozinho com dois assassinos e não se sentia mal por isso. Jogou a arma vazia no chão e correu até Amanda para desamarrá-la.

- Eu estou bem! Tire Matty daqui! – Ela gritou, mas ele não lhe ouviu.

- Vamos sair daqui juntos, Amanda!

Megan gemeu lá atrás, estava pedindo ajuda para Aaron. Depois que ele desamarrou as mãos de Amanda, correu para ela. A primeira coisa que fez foi tirar o pano de sua boca para que pudesse lhe dar um beijo.

- Megan, Meu amor!

- Aaron! Ainda bem que você chegou! – A voz dela era apressada, estava nervosa demais. Quando olhou pra trás dele, viu Chelsea com um pedaço de pau nas mãos – Aaron! Atrás de você!

Aaron se virou, mas nada pôde fazer. Foi acertado na cabeça e caiu no chão, desmaiado. A cadeira de Megan caiu pro lado, bem perto de onde seu amado estava.

- Colete à prova de balas, imbecil – Ela cuspiu em Aaron.

Amanda logo tratou de desamarrar suas pernas. Pensou em pegar Matty, mas não era seguro. Então, o único jeito era correr o máximo que podia até Aaron e Megan tirarem seu filho dali, nunca iria deixar que aquela psicopata botasse as mãos em sua criança.

Ela correu pela porta dos fundos, Chelsea imediatamente foi atrás dela, ainda com o pedaço de pau nas mãos. Arremessou em Amanda para que ela caísse, mas não conseguiu acertar. Porém, foi mais rápida, derrubou Amanda no chão, perto da piscina imunda e esquecida que pertencia aos Rush.

- Vagabunda! – Ela pegou Amanda pelo cabelo e começou a bater sua cabeça no chão – É isso que você merece! Sua infeliz!

Amanda apenas gritava, seu rosto já estava cheio de sangue, mas não iria desistir. Por isso fez força para derrubar Chelsea e montou encima dela. Era sua vez de dar o que ela merecia. Com alguns tapas, ela tirou sangue da boca e do nariz da assassina.  

No céu acima delas, os fogos iluminavam a noite mais que a lua. O barulho dos estouros podia ser ouvido, mas não era mais alto que os gritos de Amanda e Chelsea travando uma batalha, não só por suas vidas, como também, pelo destino do pequeno Matty.

- Isso é pelos meus amigos! – Gritou Amanda, estapeando Chelsea novamente – Nunca mais ponha as mãos no meu filho!

Amanda colocou as duas mãos no pescoço de Chelsea e tentou enforcá-la. A garota apenas bateu em seus braços para se soltar, mas nada que pudesse fazer Amanda desistir de matá-la, estava convicta demais que se Chelsea não morresse, ela morreria. O pior nem era morrer, era saber que seu filho estava nas mãos da única psicopata que poderia chegar aos pés de seu irmão, e isso era inaceitável.

Chelsea, por outro lado, nunca abriria mão de Matty, realmente achava que aquele era o filho que Brandon havia lhe tirado e que Amanda não o merecia. Por isso criou forças e puxou o cabelo dela. Com um grito, Amanda afrouxou suas mãos por alguns segundos, tempo suficiente para Chelsea rolá-la pro lado, fazendo-as cair dentro da piscina imunda.

Amanda engoliu bastante daquela água verde, tinha gosto de lama. E quando chegou a superfície, puxando o ar como se não respirasse há dias, Chelsea afundou sua cabeça para matá-la afogada.

- Por que você não quer morrer, vadia? – Gritava Chelsea – Morra de uma vez! Ele é meu!

Amanda não estava mais aguentando, sempre que fazia força pra subir, Chelsea provava que sua força era maior. Seus pulmões já estavam puxando aquela água pra dentro por causa da necessidade do ar, aquela sensação de quase morte era horrível.

Ela pensou em Aaron naquele momento, se morresse ali, não poderia salvá-lo. Também pensou em Megan, se tivesse sorte de sobreviver, seria horrível viver sem Aaron. Pensou em Kyle, a pessoa com quem tinha sido injusta, ele a amava de verdade mesmo quando ela lhe dava motivos pra não fazer. Se ela morresse ali, não apenas eles, mas Matty também teria um cruel destino.

Antes que perdesse as forças e se afogasse de verdade, ela decidiu revidar. Agarrou Chelsea por baixo d’água e tirou um pedaço de sua barriga com uma mordida. Chelsea gritou com a dor, e largou Amanda no mesmo instante.

- Sua vadia!

Amanda voltou a superfície, ainda com um pedaço da barriga de Chelsea na boca. Cuspiu ele pro lado e nadou até a borda. Enquanto estava de quatro, começou a vomitar toda aquela água podre que havia engolido, e tirou todas aquelas sujeiras que ficaram presas em seu vestido preto. Correu de volta pra casa, ainda tonta.

Megan estava no chão, mais perto de conseguir se soltar. Tentava acordar Aaron com gritos, até ver Amanda e perceber que poderia ajudá-la.

- Amanda! Me ajuda!

Amanda olhou para ela e depois para Aaron no chão. Depois para Matty dentro de seu carrinho, ele era a prioridade. Correu até o carrinho, mas Gabriel, no chão, segurou seu pé.

- Não Amanda! – Ele gritou – Você não pode se dar bem!

Amanda forçou a perna até que ele soltou, estava fraco demais pra fazer mais que aquilo. Ela pegou seu bebê no colo e olhou pra trás, Chelsea estava saindo da piscina e correndo em sua direção, com a barriga sangrando.

Amanda correu pra fora da casa rapidamente, segurando seu filho pra ele não cair. Olhou pro céu, o barulho e a imagem dos fogos estavam deixando-a nervosa, se assustando com qualquer coisa.

Chelsea passou pela porta dos fundos, ignorando o pedido de socorro de seu parceiro que agonizava no chão. Ele estendeu a mão para ela, e seu esforço foi em vão. Ela correu até a porta e viu Amanda dentro de seu carro. Só o que pensou era que ela iria escapar e levar embora o seu bebê, ao qual já tinha se apegado.

Ela correu na direção do carro e começou a bater no vidro. Amanda tentou ignorar seus gritos, estava tentando fazer uma ligação direta, já que a chave não estava mais com ela, provavelmente tinha caído na piscina.

- Onde está o meu bebê? – Gritou Chelsea, batendo na janela. Olhou pro branco de trás, viu sua manta, Matty estava completamente enrolado nela – Não vou deixar você fugir!

Ela quebrou a janela com o cotovelo, no momento em que o carro funcionou e Amanda pisou no acelerador. Ela se jogou pra dentro do carro enquanto Amanda tentava empurrá-la pra fora com sua mão direita, já que a esquerda estava sendo usada para dirigir.

Era um show de gritos, insultos e desespero, Amanda sentia que iria bater em alguma coisa, porque Chelsea estava tentando pegar no volante. Suas pernas ainda estavam pra fora do carro, porém, lutava com Amanda para impedi-la de fugir.

- Não mate meu filho! – Gritou Chelsea. Ela conseguiu entrar completamente no carro e sentou ao lado de Amanda.

Olhou pra trás, Matty não estava mais no banco. Na verdade, Matty não estava dentro daquele carro. Havia apenas suas roupas no chão, era apenas um truque para ela ficar longe da criança. E o ódio foi tanto que pulou no volante e fez Amanda perder o controle.

O carro já estava desgovernado, praticamente andando de lado pela estrada deserta, iria bater numa das casas se Amanda não tivesse dado uma freada brusca. Chelsea voou pela vidraça imediatamente, há apenas dois metros da casa. Amanda ficou no mesmo lugar, estava usando cinto de segurança, mas a freada lhe custou alguns ataques cardíacos e uma tontura passageira.

Devagar, ela levantou a cabeça. Olhou pra frente, estava sentindo dor na testa, mas não fazia ideia que ela estava sangrando. Na frente do carro, Chelsea levantava, fazendo um enorme esforço por causa de sua perna quebrada. Ficou olhando para Amanda com um olhar doentio, até naquela situação conseguia ser psicótica.

Não havia outro jeito, ela tinha que morrer, e Amanda teve que confessar a si mesma que iria gostar de matá-la. Ela tinha tirado tudo o que havia conseguido por sorte após seu irmão destruir sua vida, e queria lhe tirar a coisa mais preciosa. Matou seus amigos, o fez ser injusta com o homem que amava, e causou pânico na cidade inteira. Era prazeroso saber que podia matá-la depois de todo o mal que ela causou.

Por isso, não pensou duas vezes em acabar de uma vez com ela. Deu um grito de guerra revoltante e pisou no acelerador. Atropelou Chelsea e invadiu a garagem da casa com o carro. O impacto foi tão grande que uma roda pulou pro lado. O piso do andar de cima caiu e um pedaço de madeira atravessou o vidro do carro, quase perfurando o ombro de Amanda. Os fios de alta tensão também desabaram, e com o silencio que se formou junto com toda aquela fumaça, apenas isso se ouvia.

Amanda, um pouco tonta, relutou em continuar com a cabeça no volante. Nem mesmo fraca conseguia pensar em desistir, e logo olhou pra frente, procurando a inimiga. Chelsea não podia ser vista pois estava deitada no chão, com os braços estirados e a cabeça virada. Suas pernas estavam debaixo do carro, completamente presas, não tinha como fugir. Uma lágrima escorreu de seus olhos e encontrou o chão sujo de gasolina, era uma lágrima de tristeza. No final, não ficaria com seu bebê, e aquilo era pior que a morte.

- Eu não vou ficar com ele... – Sussurrou ela.

Logo toda aquela gasolina espalhada entrou em contato com os fios de alta tensão. Uma enorme chama se formou embaixo do carro bem próxima a Chelsea, mas ela não temeu a morte. As chamas refletiam em seus olhos tristes cheios de lágrimas, agora era só esperar a morte.

- Adeus Jamie... – Disse ela, no momento em que o fogo lhe atingiu.

Um pouco distante, a única coisa que poderia dizer a Aaron onde Amanda estava, além das chamas, eram os gritos de Chelsea. A casa não estava tão longe, se fosse correndo, chegaria a tempo. Viu Amanda dentro do carro em chamas, ainda tonta, já estava sendo sufocada pela fumaça.

- Amanda! – Ele bateu no vidro, fazendo Amanda despertar – O carro vai explodir! Você tem que sair daí!

Amanda tentou tirar seu cinto de segurança, mas não conseguiu. Tentou abrir a porta, mas estava emperrada.

- Eu não consigo sair! – Ela gritou.

Aaron forçou a tranca, mas não abria de jeito nenhum. Estava quente demais, as chamas estavam alcançando a porta. Então, quebrou o vidro com o cotovelo para ela respirar. Logo toda a fumaça que estava lá dentro conseguiu sair, Amanda finalmente conseguiu respirar um ar puro e saudável, que não duraria muito se continuasse ali.

- Amanda! Sai! Eu te ajudo!

Amanda olhou pra frente, lembrou de Matty, tinha deixado ele num lugar seguro. E o lugar seguro, era longe dela. Se sempre iria ter alguém querendo matá-la, não era seguro voltar pro seu filho. Por isso teve uma ideia, e tudo iria acabar bem. Só esperava que as pessoas entendessem.

- Eu não vou – Ela disse – Deixei Matty no jardim do lado direito, fique com ele.

- O que? Não! Amanda, sai daí agora!

- Não posso... Ele nunca vai ficar bem comigo, vai ser melhor assim...

Aaron não sabia o que lhe deixava mais desesperado, se eram os gritos de Chelsea sendo carbonizada embaixo do carro ou a decisão de Amanda de continuar ali dentro mesmo sabendo que logo ele iria explodir.

- Por favor, Amanda! – Aaron quase chorou – Vem comigo! Não faça isso! Ele precisa de você, por favor! Esse carro vai explodir!

- Então é melhor você ir logo... – Amanda olhou pra frente, uma lágrima escorreu de seus olhos.

- Não!

- Aaron! Salve Megan! Dê uma vida ao meu filho! Por favor! Eu te imploro, vai embora! O carro vai explodir!

Aaron abaixou a cabeça, derrotado, mas não teve muito tempo pra se sentir mal. Correu de lá, se ficasse morreria junto com Amanda. Ele conseguiu correr apenas dois metros antes do carro explodir. Foi jogado pra frente com a explosão, a grama preta onde caiu logo sujou seu rosto e sua camisa branca antes impecável.

Ele olhou pras chamas, ela cobria a casa inteira. Só no que conseguia pensar era que Amanda estava morta e ele não podia fazer nada. Deveria tê-la puxado a força, ter levado uma faca para cortar o cinto ou qualquer coisa que pudesse fazê-la estar viva naquele momento. Mas, tudo tinha acabado. Amanda estava morta, os assassinos finalmente conseguiram o que queriam.

- Não! – Ele gritou, chorando desesperadamente.

Se levantou e correu pra perto das chamas que eram refletidas em seus olhos. A dor era tanta que suas pernas tinham ficado bambas e ele caiu de joelhos. Gritou enquanto segurava a grama no chão o mais forte que podia, mesmo sabendo que nada iria resolver. Nem mesmo orar, pedir a Deus pra tudo mudar. Era impossível ter fé quando Amanda estava morta.

As sirenes já podiam ser ouvidas ao longe, e na mente de Aaron, isso não significava nada. Era tarde demais, não precisavam mais deles. E isso era revoltante. Amanda ainda estaria viva se tivessem feito seu trabalho direito, se tivessem vindo pra antiga casa dos Rush assim que ele ligou. Não adiantava mais.

Os carros de policia cercaram Aaron e o incêndio, logo as sirenes pararam de apitar. Vários policiais correram pra ajudá-lo, Aaron parecia relutante quanto a levantar do chão e encarar os fatos.

Mas ele sabia que nem tudo tinha acabado. Ainda tinha um assassino vivo, se arrastando pelo chão da antiga casa dos Rush em busca da ajuda que sua parceira recusou a lhe dar. Gabriel pensava que ainda havia uma chance de se salvar. Porém, sabia que a bala tinha acertado sua coluna e que seria sorte se ainda pudesse andar. Não sentia mais suas pernas, nem dor, apenas uma incapacidade de não poder ajudar a si mesmo e sair dali. Rastejou até a faca de Chelsea e estendeu a mão para pegá-la. Megan pisou na mão dele antes que pudesse tocar na faca.

Ele gemeu com a dor, aquilo podia sentir. Megan se abaixou e pegou a faca. Olhou pra ele com superioridade e revolta ao mesmo tempo, ela quase tinha morrido por causa daquele desgraçado. E o ódio por ele piorou quando ele deu uma risadinha.

- Megan, Megan... Você só estava viva porque teve sorte, não merece ser uma sobrevivente.

- Eu salvei Aaron Estwood de uma piranha ruiva que tinha um péssimo gosto pra roupas e por causa de mim Chloe Field está viva.

- E daí? – Gabriel sorriu novamente – Você os salvou, e o que mais?

- Matei Gabriel Pierce antes da polícia chegar – Megan preparou a faca para matá-lo.

- Você não deveria estar viva, vadias estranhas sempre morrem...

Megan cravou a faca no pescoço dele, fazendo-o vomitar seu sangue. Girou a faca com força, até que ele estivesse morto. Uma pena que tinha morrido antes de se engasgar com o próprio sangue.

- Talvez num remake, otário.

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O olhar de Aaron vagava por todas as pessoas que estavam ao seu redor, não estava prestando atenção em nenhuma delas. Havia bombeiros que estavam quase terminando de apagar aquele incêndio, policiais andando de um lado pro outro, repórteres sendo barrados, nada daquilo tinha mudado. No final, o clichê venceu. A policia, como sempre, chegou no final, só pra limpar a bagunça.

Megan estava ao seu lado na ambulância segurando uma xícara de café com as duas mãos. Ao seu redor um cobertor pra protegê-la do frio, mas tinha que ter alguma coisa para protegê-la da dor. Ela fitava o nada, apenas pensando, ainda estava tentando processar tudo o que tinha acontecido.

- Não acredito que ela se foi... É tão... Surreal...

- Ela quis assim, queria proteger o filho...

Aaron olhou pro lado, a policial Keira estava com Matty no colo, brincando com ele. Só o que conseguia pensar era o que aconteceria com aquela criança. Provavelmente pararia num lar de adoção, e com sua história, ninguém iria querê-lo. Amanda não pensou nas consequências quando resolveu morrer.

- Aaron? – Perguntou seu pai, ao se aproximar. Aaron e Megan olharam pra ele – Você está bem?

- Sim, eu acho...

- Como você sabia que Amanda e Megan estavam aqui?

- Amanda me ligou dizendo que estava indo pra antiga casa a mando do assassino. Eu disse isso a vocês quando liguei.

- Ninguém me falou nada. Enfim, querem carona pra casa?

Megan e Aaron responderam ao mesmo tempo, cada um de um jeito. Megan disse “sim”, enquanto Aaron apenas negou gentilmente a proposta do pai.

- Podemos ir sozinhos, pai – Disse ele – Amanhã conversamos. Temos que decidir o futuro daquela criança...

- O futuro? Aaron, ele vai acabar indo parar num orfa...

- Não, não vai. Você vai fazer o que eu decidir, mesmo que seja ilegal.

- Mas eu...

- Não importa – Aaron se levantou e encarou o pai – Não vou deixar o filho de Amanda ser mais uma dessas crianças de orfanato, nem que eu tenha que enfrentar você. Foi seu ultimo pedido, cuidar de Matty, eu não vou decepcioná-la.

O delegado abaixou a cabeça, entendia perfeitamente o filho. Se fosse em outra situação, ele o chamaria de louco e mimado, também diria que ele cometeria um grande erro. Mas naquela situação, nada poderia fazer além de aceitar. Ele também estava destruído com a morte de Amanda e a ultima coisa que queria era que seu filho pagasse por causa da loucura de algumas pessoas.

Por isso, o delegado apenas tocou no ombro do filho e assentiu devagar. Depois saiu andando, percebeu que o que Aaron queria era ser deixado em paz.

Aaron olhou pro lado, viu Kyle chegando de carro, ele estava sangrando. Correu até ser barrado por alguns policiais, estava chorando, queria saber se o que diziam na TV era verdade. O amor de sua vida tinha morrido, era demais pra aguentar. Caiu nos braços dos policiais, sem forças pra lutar e passar, os olhos cheios de lágrimas e a boca dando gritos de desespero.

Do outro lado havia uma repórter dando ao vivo as ultimas noticiais.

- Estamos em frente a velha casa dos Rush, onde a onda de crimes que marcou a comemoração do bicentenário da cidade finalmente teve fim. As testemunhas Aaron Estwood e Megan Bower, sobreviventes do massacre que resultou na morte de doze pessoas ano passado, contaram a policia sobre a luta que tiveram para sobreviver. Os culpados pelos assassinatos eram Gabriel Pierce e Chelsea Tedesco, que na verdade se chamava Nina Marshall, a filha desaparecida do casal assassinado há dois anos por Brandon Rush. Infelizmente, Amanda Rush não conseguiu sobreviver. As autoridades disseram que seu filho, Matthew Rush, o bebê de apenas quatro meses, foi encontrado ao lado da casa sem ferimento algum. Lana Champion, ao vivo, para o Jornal Urgente.

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- Claro que não, amor –Disse o taxista Paul, enquanto estava no volante – Já disse que não me importo que você faça tudo. O casamento é nosso, mas quero que você escolha o que te faz feliz.

Paul olhou pela rua, tinha acabado de entrar numa estrada de terra que poderia danificar seu carro. Estava tudo escuro, apenas seu carro passava por ali, e aquela tempestade não ajudava em nada. De vez em quando tinha que limpar o vidro do carro, ou não enxergaria nada.

- Eu sei amor, eu sei... – Ele suspirou – Tudo bem, pode ser rosas, elas são bonitas – Ele trocou o celular de orelha – Então coloque Lírios, amor, não sei porque estamos tendo essa conversa.

Paul acabou se distraindo por causa da conversa e quando olhou pra frente, quase atropelou uma moça. Parou o carro há alguns metros dela, que nem se mexeu, parecia não ter se assustado.

- Jesus Cristo! – Exclamou ele, olhando pra trás.

Saiu do carro, colocando o caderno que estava no banco ao lado encima da cabeça, não queria se molhar. Chegou perto da moça e notou que ela estava sangrando.

- Moça, você está bem?

- Estou... – Disse Amanda, levantado a cabeça – Preciso de uma carona, por favor...

- Tudo bem – Paul não pensou duas vezes e colocou ela dentro de seu taxi.

Amanda ficou sentada no banco de trás, olhando pra frente. Os lábios machucados, o rosto com uma ferida e o vestido preto rasgado. Não estava sentindo nada a não ser dor. Pelo menos seu plano tinha dado certo.

- Moça – Perguntou Paul, ao entrar no carro. Olhou pra ela curioso – Qual seu nome?

Amanda ficou calada, parecia não ouvir a voz de Paul. Estava lembrando de seus últimos momentos com Aaron e como conseguiu fugir. Quando Aaron correu e tirou o cinto que fingia estar preso. Se tivesse aberto a porta do outro lado do carro um segundo depois, não teria pulado a tempo. Teve sorte de ter saído antes da explosão, mas ainda estava perto o suficiente pra sofrer danos.

A explosão a jogou longe e queimou suas costas, mas ela não desmaiou. Caminhou na direção contrária as sirenes de polícia até chegar naquela estrada. Só queria recomeçar, dar a seu filho outra chance, e não precisava morrer pra isso. Naquele momento, estava prometendo para si mesma que nunca mais seria Amanda Rush e deixaria tudo aquilo pra trás, em nome de seu filho.

- Moça, perguntei seu nome – Disse Paul, tirando Amanda de seu devaneio.

- Natalie... – Sibilou ela – Natalie Strauss...

- Bom, Natalie – Paul virou pra frente – Pra onde você está indo?

- Pra onde você vai?

- Vou casar em Bristol.

- É perfeito.

- Então, vamos para Bristol – Paul pisou no acelerador.

Amanda recostou a cabeça no banco do carro e ficou pensando. Nenhuma parte dela achava que estava fazendo a coisa errada, e isso lhe dava forças. Ela iria para Bristol, seria uma nova pessoa e daria adeus ao seu passado, ou pelo menos, a uma parte dele.

- Então, Natalie Strauss, ótimo nome – Disse Brandon, ao seu lado, ela estava ciente de que era apenas coisa da sua cabeça – Você quer mesmo recomeçar, hein?

- Eu quero...

- Mas comigo aqui, vai ser difícil, não acha?

- Você não está aqui de verdade... – Ela olhou pra ele – Você só existe em mim...

- Eu sei, mas é o suficiente – Brandon sorriu.

Amanda olhou novamente pra janela e tentou ignorar o fato de que estava falando com seu irmão morto. Seus traços de loucura não lhe incomodavam, não quando tinha aberto mão de tanta coisa e precisava pensar no que fazer. Seria uma longa jornada até poder superar, e ela nem sabia se era possível.

Continua...
Bom, essa é nossa deixa.
Precisamos mesmo dizer que vai ter A Punhalada 3?
Vemos vocês em breve, Ghostfãs.

Pra comemorar o final, deixo com vocês uma musica que faz parte da trilha sonora de Pânico 4. Ela se chamam 'Something to Die For' e é cantada pelo grupo 'The Sounds'. É ou não é a cara da franquia?
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25 Comentário(s)

25 comentários:

  1. otimo merecia virar filme ou serie de tv

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  2. tomara que nao demore muito para ter a punhalada 3

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  3. Otimo, o ruim que ficou 5 personagens vivos que de jeito nenhum podem morrer, porque ja me apeguei.
    Vai ter historia antes de lançar A Apunhalada 3 ?

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  4. Estou pasmo, Amanda no primeiro Capítulo do primeiro livro era tão chata, eu não acredito que ela evoluiu tanto, sinceramente eu estou muito ansioso para "A punhalada 3" e parabéns, seu trabalho é muito bom, eu fico imaginando se isso fosse uma série, eu assistiria todo dia, pode pelo menos dizer alguma data ? agora algumas coisas que eu não gostei (que são poucas)...
    - A Chloe não apareceu, a história dela vai ficar para o próximo livro ? -
    - Gabriel morrer tão rápido, ele merecia uma morte lenta. -
    -Kyle também não teve muita atenção. -
    Só isso.

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  5. Ai meu Deus...em choque com esse final,perfeito demais,Natalie Straus? isso esta me cheirando a algo parecido com Carrie Tate/Laurie Strode,voce conseguiu deixar esse final muito mais foda que o do primeiro,eu amei demais,o bom é que muitas pessoas sobreviveram Kyle,Chloe,Megan,Aaron,adorei,voce esta de parabéns,tomou um rumo completamente inesperado que nem em 1 milhão de Anos eu poderia imaginar,me deixou com a cara na poeira e o que é melhor...eu gostei disso.Nota 1000000000

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  6. Amanda Fucking Rush: Posso fazer uma pergunta?

    Gabriel: É claro.

    Amanda Fodastica: Você também comia a sua irmã ou é uma coisa que apenas o assassino original faria?


    Eu não existo depois dessa,MORTE ETERNAAA/KKKKKKKKKKKKKK

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  7. Simplesment perfeito esse final...

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  8. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Sabia que a vadia da Chelsea era a assassina desde sua 1º aparição.
    Gostei muito do final e essa sequencia superou todas as sequencias mal feitas de filmes de terror.
    E Natalie Strauss, será uma nova Laurie Strode?
    Não demorem muito para divulgar a punhalada 3.
    Frase que nunca esquecerei:

    Amanda - Você também comia a sua irmã ou é uma coisa que apenas o assassino original faria?

    Amei.
    Parabéns!

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  9. Final bombástico!! Muuuito bem escrito!! Ansioso pela 3ª parte *----*

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  10. NOSSA SEM COMENTÁRIOS PARA O TAMANHO DE SEU TALENTO É CRIATIVIDADE, LI O PRIMEIRO FOI SURPREENDENTE O FINAL, QUANDO CHEGOU A PARTE 2 ACHEI Q NUNCA IRIA SUPERAR O PRIMEIRO MAS PAGUEI MINHA LINGUÁ COM ESSE FINAL!! MUITO ANSIOSO PELA PARTE 3... TERMOS ALGUM LIVRO ANTES DA TERCEIRA PARTE??

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  11. Aiii Meuuuu Deuuuusssssss!!!!!!!!,esse final é maravilhoso,perfeito,fantástico com gostinho de quero mais,tô loka pela estréia de Punhalada 3.A Chelsea me surpreendeu,nem dúvidava que ela era a assassina e muito menos que era a irmã biológica do Brandon,e o bêbe da Nina? por que além do Jamie que morreu,tinha outra criança que na noite do assissinato da familia Marshall ela estava lendo pra ele,aposto que vai ser o ghostface do próximo(só um palpite),enfim,graças a Deus que Amanda não morreu,na situação que ela estava eu teria feito a mesma coisa.Parabéns João,mais uma vez vc provou que merecia uma oportunidade em Hollywood :D.Até a próxima.



    PS:Alguém precisa transformar Punhalada 1 e 2 em filme.

    PS2:E Destino Final em Premonição 6.

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  12. PS: Georgie, você é mulher ou homem ??

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  13. Pessoal, se vocês soubessem que eu entro aqui toda hora e fico relendo os comentários HAHAHA. Não me canso disso, queria poder fazer mais alguma coisa além de dizer Muito Obrigado.
    Agora, respondendo as perguntas. Vai haver livros sim antes de A Punhalada 3. Um escrito por mim, e um escrito pelo Nefferson (Que terá poucos capítulos, por sinal). Então acho que vai demorar um pouquinho mesmo pra A Punhalada 3 sair.
    Sobre as dúvidas do Geedes, a história da Chloe vai ficar pro 3º sim, é o ultimo, então, todo mundo vai ter bem mais credibilidade.
    Georgie, não havia duas crianças, Nina estava lendo um livro pro bebê que estava na sua barriga HSAUSHUSHUSAHSAUS'
    Quanto as outras sequências, já temos várias ideias para Destino Final 2 e Hell Yes 2, ideias que com certeza precisarão ser colocadas no papel. Acho que é só uma questão de tempo. Mas com certeza, A Punhalada 3 vem primeiro.
    Obrigado de novo *-*

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  14. Credibilidade, ou seja, vai morrer bonito.

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  15. João,obrigada pelo esclarecimento e desculpe pela falta de atenção rsrs(que mico),adoro essa música,fico feliz pelas notícias,estou no aguardo :D,e Geedes sou uma mulher."Credibilidade,ou seja vai morrer bonito" raxei de rir com essa.

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  16. Tomara que Destino Final 2 venha primeiro que Hell Yes 2, mas se for seguir cronograma certo, Hell Yes vem primeiro :/
    Obs: Hell Yes é uma ótimo livro ta,bém, mas com o final de destino 1, fiquei empolgado

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  17. o que eu posso dizer sobre este capitulo é? perfeito.

    começamos pela aonde há pelos assassinos Gabriel eu não vou nem dizer porque eu já sabia agora a Chelsea meu Deus jamais iria desconfiar dela amei sua explicação o que uma mulher pode fazer para vingar a morte do seu filho.

    agora a "morte" de Amanda meu Deus por um minuto quer dizer por muitos minutos eu pensei que ela estava morta serio fiquei com a cara na poeira.

    sobreviventes antes eu não gostava muito de ninguém dos novos personagens mas eles já ganharam minha simpatia e ainda bem que os dois sobreviveram gostei muito.

    em fim não podia deixar minha personagem favorita de lado amei está fala:
    - Você não deveria estar viva, vadias estranhas sempre morrem...

    - Talvez num remake, otário.

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  18. Nefferson vai fazer um livro !! Quando sai ??

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  19. Quero mais livros Now!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  20. Mas e quanto as impressões digitais de Kyle nas fotos?

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  21. "Aposto que vocês já sabem sobre os pôsteres. E foi tão fácil INCRIMINAR KYLE, colocar os corpos de seus pais na casa onde estava. O plano original era chamar a polícia né, mas nem tudo sai perfeito. Mesmo assim, essa sequencia vai ficar pra história..." Taí.

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