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[Livro] A Punhalada 2 - Capítulo 9: Morrendo Por Você


Kyle olhou para seu celular encima do balcão, Craig estava ligando, ele podia ver sua foto piscando no visor. Mas, o irmão era a ultima pessoa que ele queria encontrar, estava tentando fugir de tudo o que lembrasse seu amor não correspondido e tudo o que estava acontecendo com Amanda. Parece que a melhor maneira de fazer isso é dar encima da garçonete loira que o estava atendendo, seria uma ótima oportunidade pra sair da rotina e esquecer por um tempo o que não deveria lembrar.

Ele olhou pro lado, a outra garçonete estava atendendo um casal apaixonado que estava sentado no balcão ao lado dele. Estava sorrindo pra ele há vários minutos, mas ele nunca gostou das fáceis, adorava um desafio.

- Posso te trazer mais alguma coisa? – Perguntou a garçonete loira. Ele leu seu nome no uniforme, ela se chamava Carly.

- Sim, Carly. Estava pensando no seu numero de telefone.

- Claro que estava – Ela cerrou os olhos, demonstrando desconfiança, achava que ele era do tipo que não ligava no dia seguinte.

- Ok, você tem razão... – Kyle abaixou a cabeça e sorriu – Estava pensando em qual restaurante te levaria se você aceitasse meu convite e qual filme você iria querer ver quando fossemos ao cinema.

- Não vou cair nessa – Carly pegou o guardanapo e começou a limpar o balcão – Você não é o primeiro que acha que vou ceder porque pensa que a cantada foi inteligente.

- É casada?

- Não, solteira.

- Imaginei, você é autossuficiente demais pra ser forte apenas ao lado de algum homem, sinto isso em você.

- Sério? – Ela sorriu, debochando, então seu cliente era do tipo insistente – O que eu tenho que dizer pra você desistir?

- Que você é homem, basicamente. Sinta-se a vontade pra recusar o meu convite da forma mais cruel possível, eu ainda quero levar essa garçonete nervosinha pra jantar comigo mesmo que isso custe minha dignidade.

- Você não tem dignidade.

- Por que você acha que ela está em jogo? – Kyle deu um meio sorriso, Carly acabou sorrindo do mesmo jeito.

Ela não acreditava naquilo, recebia cantadas todos os dias, mas aquele garoto parecia ser diferente o suficiente pra ela querer que o papo continuasse. Ela sabia que todo aquele charme poderia lhe custar caro, mas era um risco que estava sendo obrigada a correr.

- Eu saio às onze – Ela disse.

- Perfeito – Kyle se levantou – As onze estarei aqui.

- Chegue um minuto atrasado e eu não olho mais na sua cara.

- Se eu chegar dois minutos adiantado, você me beija?

- Até mais, cliente desconhecido – Carly virou, sorrindo.

- É Kyle – Ele começou a andar pra trás, não queria parar de olhá-la.

Ele deu meia volta e saiu pela porta, no momento exato em que Chelsea estava entrando. Eles deram de encontro, a garota parecia estar com pressa. Kyle se desculpou, mesmo Chelsea não tenha se importado com aquilo.

Ela passou pelas mesas da lanchonete e tirou seu casaco atrás do balcão. Quando deu de cara com Carly, logo preparou uma expressão desconcertada no rosto.

- Eu sinto muito – Ela disse – Meu padrasto viajou, tive que segurar as pontas sozinha em casa.

- Sei... – Carly cruzou os braços e olhou pra ela com desprezo, não acreditava em nada do que estava dizendo.

- Eu juro que não vou mais me atrasar, essa foi a ultima vez.

- Você sabe quantas garotas tive que dispensar pra colocar você nessa lanchonete? Elas tinham até experiência. E você, parece que não dá valor ao trabalho.

- Mas eu dou, eu juro – Suplicou a garota, estava temendo ser demitida – Só me dê mais uma chance, eu prometo que vou melhorar. Faço hora extra de graça, qualquer coisa.

- Ponha seu uniforme – Carly balançou a cabeça, não queria mais ouvir aquela ladainha.

- Obrigada – Chelsea correu pro banheiro.

Lá dentro, abriu sua bolsa e tirou seu uniforme de lá. Em menos de um minuto conseguiu vesti-lo. Se olhou no espelho, viu que seus lábios estavam feridos e era ridículo, quem consegue bater o joelho no próprio rosto?

Depois que passou batom para disfarçar o machucado, saiu do banheiro, esquecendo sua bolsa. Caminhou até o balcão e se preparou pra atender, mais uma noite difícil iria começar no Kroks.

Ela olhou em volta, um grupo de três garotos tinha acabado de chegar. Eles sentaram onde Kyle estava e ficaram conversando, Chelsea não conseguia ouvir o que estavam falando, e acabou considerando isso como uma vantagem.

- O que posso trazer por vocês? – Ela perguntou, já com papel e caneta nas mãos.

- Você está no menu? – Disse o garoto de boné. Os outros dois riram e bateram as mãos enquanto Chelsea revirava os olhos.

- Carly – Chelsea gritou – Machistas idiotas estão aqui.

- Uh, meus favoritos – Carly andou até ela – Atenda aquele rapaz – Ela parou na frente dos garotos, com um olhar cínico – Então, qual de vocês pediu a salsicha pra ver como é ter uma grande?

Os garotos se olharam, constrangidos. Chelsea deu uma risadinha, adorava o jeito que Carly colocava ordem naquilo, ela era a mulher que Chelsea queria ser daqui a cinco anos.

- Hey, o que posso trazer pra vo... – As palavras sumiram de sua cabeça quando percebeu quem teria que atender.

- Hey, lembra de mim? – Aaron sorriu – Você fugiu de mim hoje de manhã no enterro de Miley Potter e Trent Bellfleur. E eu nem imagino por que...

Chelsea abaixou a cabeça, sem graça, aquela er a ultima coisa que estava esperando. E aquele era seu local de trabalho, não podia lidar com aquilo na frente daquelas pessoas.

- Aqui não – Ela disse, a voz firme.

- Onde então?

- Eu saio as onze – Sussurrou ela.

- É uma pena que até lá vou estar dormindo. Então, por que não me diz agora o que você está escondendo antes que o delegado Estwood, meu pai, se interesse pelo que você tem a dizer? Eu sei, eu não presto, prerrogativa de celebridade fútil.

- Vem comigo até os fundos – Chelsea fez um sinal com a cabeça para Aaron segui-la.

Ele olhou o ambiente, só pra ter certeza de que ninguém iria segui-los. Passou pela mesma porta que Chelsea e andou até uma porta vermelha de ferro, ela estava aberta. Chelsea já estava do lado de fora, tirando um maço de cigarros do bolso do avental.

Aaron chegou perto, mas não disse nada. Esperou ela acender seu cigarro e dar a primeira tragada.

- Quantos anos você tem?

- O que foi? Vai me dar lição de moral por fumar? Não se preocupe, meu padrasto faz isso todos os dias, talvez queira que eu seja alcoólatra igual a ele – Chelsea deu mais uma tragada, soprou a fumaça com desprezo.

- Então... O que você tem a me dizer?

- Eu já contei tudo a policia.

- Então por que você fugiu de mim hoje de manhã no cemitério?

- Você não entende... – Ela se afastou.

- Entender o que? Você viu alguma coisa?

- Não...  Mas ele acha que eu vi.

- Ele quem?

- Eu fico... Eu fico recebendo essas ligações... – Chelsea fitou o nada, parecia estar afetada, o cigarro entre os dedos só deixava suas palavras mais dramáticas – Desse cara... E ele diz que vai me matar como fez com Ashley... Que vai me cortar e mostrar pro mundo inteiro...

- O que isso tem haver comigo?

- Não é só com você... Não posso ficar perto de você e Amanda, não posso...

- O que você sabe? – Aaron esperou uma resposta, mas a garota não parecia não estar disposta àquilo. Então, ser rude poderia funcionar – Chelsea, o que você sabe? – Aaron a segurou pelos ombros e sacudiu – Me diz! O que você sabe?

- Eu não sei! – Ela gritou – Eu vi o carro!

Aaron a soltou, ela quase caiu no chão. Estava tão nervosa que tinha começado a chorar sem ter percebido. Aaron arregalou os olhos e ficou pensando no que ela tinha dito. Então, ela tinha mesmo visto alguma coisa?

- Você viu o carro? Quem estava dentro?

- Eu não sei! – Ela gritou, numa voz de choro – Não sei quem estava lá, só vi o carro! Quando saí da casa da Ashley eu vi um carro preto lá perto, nunca tinha visto antes, ele não era da vizinhança – Chelsea parou por um momento, estava lembrando da cena que viu, o carro preto estacionando em frente a casa ao lado.

- Você viu a placa?

- Não, mas era um Honda civic preto...

- E como você sabe que era do assassino?

- Ele disse que eu sei demais... – Chelsea enxugou as lágrimas – E essa foi a única coisa que eu vi.

--

- Você tem certeza que não lembra de mais nada? – Perguntou o delegado Estwood a Amanda.

- Eu já disse tudo - Ela suspirou e olhou pra mesa marrom a sua frente.

Se tivesse um relógio, iria olhar pra ele só pra saber quantos séculos havia passado ali dentro. Mas era necessário, qualquer detalhe poderia ajudar a pegar o assassino e tirar o nome de seu filho da lista.

- Vamos analisar as fotos, não se preocupe, nem mesmo o mais esperto dos assassinos poderia fugir das impressões digitais.

- E se ele queria que eu visse? – Amanda esperou alguns segundos antes de voltar a falar. Olhou pro delegado, ele parecia interessado no que ela tinha a dizer – Quer dizer, ele sabia que eu estava ali, sabia que eu poderia encontrar aquelas coisas, mas preferiu deixar um recado no meu carro.

- O que você quer dizer?

- Ele poderia ter me impedido, poderia ter me atacado ali mesmo. Eu estava vulnerável, se quisesse me matar, seria o momento perfeito.

- Talvez ele queira guardar você pro final – Disse o policial Bill, estava no canto da sala, de braços cruzados.

Amanda e o Delegado olharam pra ele, por alguma razão, ele parecia sempre estar certo.

- Você sabe, esses psicopatas pensam que isso é um filme de terror – Continuou ele – Não ficaria surpreso se eles quisessem deixar a mocinha pro final.

- Eu não sou a porra de uma mocinha – Cuspiu Amanda, tinha se sentido ofendida.

- Diga isso pra quem está matando todas essas pessoas. Pra eles você é.

- Já chega, oficial Bark – Disse o Delegado.

- Tudo bem, já vou indo – Bill saiu de perto da parede e deu alguns passos, segurando a arma na sua cintura – Todos já foram embora, apenas nós estamos aqui.

- Que horas são? – Perguntou Amanda – Eu tenho um filho, preciso voltar.

- Eu liguei pro seu noivo, ele está chegando, você pode sair. –O delegado virou para Bill – O senhor está dispensado, oficial Bark.

- Obrigado, senhor – Bill se retirou.

Amanda suspirou, mas dessa vez, de satisfação. Em poucos minutos sairia dali e estaria em casa, perto das pessoas que mais ama, perto de seu pequeno Matty e seu noivo Craig, para enfim, tentar dormir um pouco. Isso se ela conseguisse, pois o medo de ter pesadelos com Brandon poderia lhe tirar o sono.

Acompanhada pelo delegado, ela saiu da sala. Viu que Gabriel ainda estava no corredor esperando, como dissera que iria fazer. Gabriel roia as unhas de ansiedade, queria saber porque prenderam Amanda por todas aquelas horas dentro de uma sala.

Quando notou ela andando em sua direção, ele levantou. Amanda olhou pra ele surpresa, não esperava que ainda estivesse ali, se todos já tinham ido embora, inclusive os policiais.

- Gabriel? Você esperou por mim?

- É claro – A voz de Gabriel soava preocupada – Você já pode sair?

- Sim, mas vou esperar por Craig, ele vem me buscar. Então você pode ir tranquilo.

- Você tem certeza?

- Sim – Amanda colocou as mãos no bolso e assentiu – Eu falo com você amanhã no campus.

- Tem certeza que não quer carona pra casa?

- Sim, ela tem – Disse Kyle, lá atrás.

Kyle estava com sua velha jaqueta de couro e um olhar intimidador. Não estava gostando nada de ter alguém dando encima do amor da sua vida.

- Onde está Craig? – Perguntou Amanda.

- Ocupado, vim pegar você. Vamos?

- Ok – Amanda olhou para Gabriel – Obrigada por me esperar – Amanda o abraçou, deixando o garoto cara a cara com a expressão de macho alfa de Kyle.

- Te vejo amanhã – Ele disse.

Amanda caminhou na direção da porta. Kyle ficou olhando para Gabriel por um tempo até perceber que precisava ir embora. Entrou no carro junto de Amanda e deu a partida, sem dizer uma só palavra.

Amanda ficou olhando pra ele, parecia irritado, afinal, ele nunca perdia uma oportunidade deles a sós pra falar alguma besteira ou tentar alguma coisa. O pior era que ela estava com saudade de toda aquela insistência, todos aqueles olhares, estava com saudade daquele sorriso perfeito que ele dava sempre que ela fazia cara de sonsa. Ele estava diferente, por algum motivo.

Os dois passaram a viagem inteira calados, Amanda até tentou falar alguma coisa, mas Kyle fez questão de ser o mais monossilábico possível. E quando chegaram em casa, ele saiu do carro primeiro, praticamente pulou e correu até a entrada. Ela ficou lá, parada, sem entender nada. Ou até mesmo, sem entender a si mesma.

Fechou a porta do carro devagar e entrou na casa. Só de olhar para aquele hall ela lembrava de quando foi atacada e pensou que seu filho tinha morrido. Ainda estava com uma atadura na mão, ainda doía, e ainda sentia medo, seria difícil esquecer uma coisa dessas sentindo tanta coisa.

Ela subiu as escadas e caminhou até o quarto de Kyle, ele tinha deixado a porta aberta. Estava deitado em sua cama, selecionando algumas musicas no celular pra ficar escutando.

- Posso entrar? – Perguntou ela, após dar duas batidas na porta.

Kyle olhou pra ela, intrigado. Amanda nunca ia à seu quarto, principalmente depois do que aconteceu entre eles dois. Tinha tanto medo de ficar desconcertada na frente dele, que evitava o quanto podia.

- Pode.

- Onde Craig está?

- Foi comprar algumas coisas pro Matty – Kyle voltou a atenção para seu celular, estava apenas fingindo que suas musicas eram mais importantes que falar com Amanda.

- E a Senhora Fuller?

- Saiu com Matty e a babá, pensei que você soubesse.

- Bom, eu não sabia.

- Que tipo de mãe não sabe onde seu filho está? – Ele hesitou por um segundo - Quer saber? Esquece – Depois de falar, colocou seus fones de ouvido.

- Eu sei o que você está tentando fazer, me dar o gelo pra ver se eu corro atrás, não vai funcionar.

- Não me diga... – Kyle deu um sorrisinho irônico.

Eles não sabiam, mas Craig estava andando pelo corredor, chegando próximo o suficiente para ouvir o que estavam falando. Estava com uma sacola de compras na mão e um sorriso nos lábios, queria só ver a cara de Amanda quando visse o que ele tinha comprado. Ele parou quando ouviu a voz de Amanda, não sabia o que ela podia estar conversando com seu irmão se eles se odiavam.

- Kyle, a gente não pode ficar junto, eu já expliquei porque – Amanda se aproximou dele – Aquilo foi um erro, nunca deveria ter acontecido.

- Amanda, eu sou o erro, eu sou a ovelha negra da família, lembra? Então não se preocupe, seu segredo está guardado comigo.

- Isso não é justo...

- Sabe o que não é justo? – Kyle levantou – Você me olhar o tempo todo, você pensar em mim, você olhar nos meus olhos e dizer que não sente nada quando eu sei que você sente. Isso é injusto, Amanda. Não comigo, não com Craig, mas também, com você mesma.

- Vocês dormiram juntos? – Perguntou Craig, da porta, estava com uma expressão de choque.

As expressões de Amanda e Kyle mudaram completamente. Eles também pareciam em choque, nem acreditavam que Craig estava ali, diante deles, querendo uma resposta. E se Kyle bem conhece seu irmão, sabe como ele vai reagir. Era melhor tirá-lo dali, fazê-lo se acalmar e depois conversar numa boa, antes que aquilo custasse o futuro de Amanda naquela casa.

- Craig, não é assim, você precisa ficar calmo... – Kyle se aproximou, Craig olhava pra ele com nojo.

- Isso é verdade, Amanda? – Craig olhou pra ela – É verdade que vocês dormiram juntos?

- Foi tudo minha culpa, Craig, eu que insisti, ela estava bebendo, não sabia o que estava fazendo.

Craig não ligou pras palavras do irmão, ele estava fitando a expressão de vítima de Amanda, também com nojo. Não podia acreditar que a garota por quem ele fez tudo estava dormindo com seu irmão. Era uma traição sem perdão que ela não tinha como negar, seu olhar dizia muito. Ele não dizia apenas que ela tinha dormido com Kyle, também dizia que ela sentia alguma coisa por ele e por isso eles ficaram juntos.

- Eu não acredito em você...

- Craig...

- Eu não acredito em você! – Craig gritou e atirou sua sacola de compras na parede.

Amanda tremeu com o susto, Kyle apenas fechou os olhos, era realmente o fim.

- Como você pôde fazer isso comigo, Amanda? Depois de tudo o que eu fiz você transa com o primeiro que aparece!

- Para! – Pediu ela, já tinha começado a chorar.

- Ah, você quer que eu pare? – Ele riu, parecia um psicopata histérico – O que mais você quer, já que transar com meu irmão não foi o suficiente?

- Craig, já chega! – Pediu Kyle, estava se sentindo obrigado a bater no irmão só pra ele parar de fazer escândalo.

Craig olhou pra ele, ainda com o sorriso irônico que não fazia jus as lágrimas presas nos olhos. Estava indignado com a situação, pois de algum jeito, Amanda e Kyle pareciam não ser os vilões.

- Querem saber? Vocês se merecem. Eu vou embora daqui – Craig saiu bufando pela porta, Amanda correu atrás dele, implorando para ele ouvi-la.

Só no que ela conseguia pensar era em como sua vida iria ficar. Sem Craig, ela não tinha mais nada. Ele era o único que a aceitava, o único que poderia amar Matty como se fosse seu filho, ele era a única esperança dela finalmente colocar seu sofrimento no passado e começar uma vida nova, e tudo foi estragado porque ela se apaixonou por seu irmão. Estava achando que merecia tudo o que lhe aconteceu por ser uma pessoa tão ruim.

Kyle correu atrás deles, estava com medo que Amanda sofresse mais do que já havia sofrido, não era justo. Estava pensando em assumir toda a culpa, até mesmo, dizer que a drogou para que pudesse se aproveitar dela. Só assim as coisas voltariam ao normal. Ele era ovelha negra da família, e não tinha nada a perder. Amanda, porém, tinha muito.

- Craig, espera! – Gritou Amanda, já no andar de baixo.

Craig parou, estava em frente a porta, contando de um até dez pra não fazer uma besteira, sabia que não podia fazer nada mesmo que estivesse magoado demais.

- Por favor, apenas me escuta! – Amanda fungou, tentou prender o choro pra conseguir falar – Por favor, eu preciso de você...

- Você precisa de mim... – Craig deu um ar de risos.

Kyle desceu as escadas e ficou ao lado de Amanda, olhando pro irmão. Percebeu quando ele se virou, seus olhos estavam vermelhos, era a força que estava fazendo pras lágrimas não caírem.

- Você não precisa de mim, Amanda, você quer se aproveitar do que eu sinto pra fazer sua história mudar, pra poder ter um futuro depois que tudo aquilo aconteceu. E quer saber? Agora eu entendo porque você passou o que passou, você faz qualquer ser humano ter nojo de olhar pra você – Craig abriu a porta pra sair de casa, mas parou.

Então, tudo aconteceu muito rápido. Ghostface cortou a garganta de Craig num movimento rápido, da esquerda pra direita. O garoto colocou a mão pro sangue parar de jorrar, mas era tarde demais. Ele caiu pro lado, tentando falar alguma coisa, estava dando seus últimos suspiros enquanto Amanda gritava e chorava por sua causa.

- Não! – Ela gritou.

O assassino a atacou, Kyle teve que defendê-la ou então a faca iria acertar seu rosto. Ele deu um soco no assassino e depois pegou um vaso da mesinha ao lado para jogar nele. Antes que pudesse acertá-lo, o assassino avançou, fazendo-os cair no chão.

Amanda se afastou, conseguiu se levantar com a ajuda da parede. Correu até a sala pra pegar alguma coisa e se defender.

O assassino, encima de Kyle, tentou esfaqueá-lo no peito, mas o garoto segurou sua mão. Eles ficaram medindo forças até Amanda acertar o telefone na cabeça do assassino. Ele caiu pro lado, mas teve forças o suficiente para cravar a faca na coxa de Kyle antes que ele levantasse.

- Merda! – Ele gritou.

Amanda o puxou pra sala quando a faca foi retirada. Ela o jogou no chão e correu até onde o senhor Fuller guardava as armas. Quando virou pra porta, o assassino estava correndo em sua direção. Ela apontou a arma e disparou no peito dele. As balas acabaram e mesmo assim ainda estava puxando o gatilho.

Ghostface caiu no chão, sua faca foi parar perto de onde Craig estava morto. Amanda aproveitou para ajudar Kyle, ele estava segurando a coxa desesperado porque não parava de sangrar.

- Vem comigo – Ela colocou seu braço em volta do ombro e o levantou.

Olhou pro local onde vira o ghostface jogado, ele não estava mais lá. Mas como, se ela tinha acabado de esvaziar uma arma em seu peito?

- O que foi? – Perguntou Kyle.

- Ele não está mais ali, ele estava ali...

Como se fosse um milagre, eles ouviram as sirenes dos carros de polícia. Olharam pela janela de vidro da sala, os carros estavam parando no jardim da casa.

- Você chamou a policia? – Perguntou Kyle.

- Não... Vamos – Ela andou com ele pendurado até a porta.

Dois policiais entraram na casa e apontaram as armas pra eles pensando que poderiam ser criminosos. Eles pararam de andar e ficaram olhando, um dos policiais correu pra avisar a alguém que tinha gente morta dentro da casa. O outro policial correu até Kyle e Amanda.

- Delegado, tem um cadáver dentro da casa! – Gritou um policial.

- O que? É Amanda? – O delegado correu até a porta.

- Não senhor, é um homem. Deve ter uns 20 anos, está na porta da casa.

O delegado entrou na casa e viu um policial colocando Amanda e Kyle no chão. Ele foi até lá, comovido pelo olhar de Amanda. Ele conhecia aquele olhar, já tinha visto muitas vezes na mesma garota e era cruel demais vê-lo novamente. Ela já tinha passado por tanta coisa que parecia estar se perguntando porque merecia tudo aquilo.

- Amanda, você está bem?

- Ele matou Craig...

O delegado olhou pra trás, viu Craig no chão, estava com os olhos abertos.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo, vamos pegar esse desgraçado...

- Como você sabia?

- Recebemos uma ligação de um vizinho dizendo que alguém estava rodeando a casa, quando percebi que era a sua vim o mais rápido que pude.

- Obrigada... – Amanda limpou suas lágrimas e recostou sua cabeça na parede da escada, estava se sentindo cansada.

Cansada daquela vida, não queria mais ter que lutar pra sobreviver como estava fazendo, não queria mais ver ninguém machucado por sua causa, só queria uma vida normal como a de qualquer outra pessoa, mas parece que a morte vai sempre segui-la.

- Vamos chamar uma ambulância para Kyle, vai ficar tudo bem, Amanda...

- Não vai... – Disse ela, a voz sem vida, o olhar perdido – Eu sou o anjo da morte... Nunca vai ficar tudo bem.

Em breve...
Aaron: Você precisa de alguma coisa?
Amanda: Preciso de um lugar pra ficar.
NESTA QUINTA
Delegado: O que estamos fazendo aqui?
Aaron: Este vídeo é uma mensagem.
A MORTE NUNCA SERÁ
Megan: Eu não estou preparada para esta sequência!
Aaron: Vai ficar tudo bem.
Amanda: Onde está a Megan?
TÃO BONITA
Delegado: O que está acontecendo?
Megan: Tem alguém tentando me matar!
VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA O MISS NEW BRITAIN?
Aaron: Não morra, você não pode fazer isso comigo!
Delegado: Eu vou chamar a ambulância.
A Punhalada 2, dia 17 de Maio
10 A Vítima Perfeita
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9 Comentário(s)

9 comentários:

  1. muuuito bom, mas eu juro, se a megan morrer, não vou gostar nem um pouco, mata a amanda, personagem chata, típica vagabunda que sempre morre, tomara que ela morra, não a megan

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  2. Não mate a Megan,please...nem a Amanda eu adoro elas,amei o capitulo,o de semana passada foi bem fraco,mas esse esta demais,parabéns

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  3. Ótimo capitulo,pena que o Craig morreu,ele era um cara legal(a morte dele foi igual o da Lucy Hale no Pânico 4).Espero que a Megan não morra,adoro ela,queria que ganhasse o concurso de Miss New Britain.Eu estou preparada e vocês?



    PS:Adoro esse estilo promo de séries :D

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  4. Ai sinceramente, não gostei da morte do Craig,pra mim ele tinha que ficar com a Amanda,e obviamente a Megan não morre,vai ser que nem a Gale em Panico 4.
    Ps: a Amanda pode ser a tipica vagabunda , mas não é burra e sabe se defender melhor do que outras heroinas

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  5. Georgie
    Depois do seu comentário que fui ver que as mortes são realmente parecidas HSAUHSAUHSUSHUSHS' juro u.u

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  6. Não acho que a Amanda seja uma vagabunda,tipo no prmeiro a punhalada ela era sim uma garota futil,mas com o filho e todo o sofrimento que passou ela se tornou sim uma pessoa melhor,eu sempre tive uma queda pelas ''bitchs'' são os meus personagens preferidos

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  7. Vai ter quantos capitulos essa historia? Vai ser 11 tbm como A Punhalada?

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  8. Carlos Eduardo
    São 13 Capítulos ao todo.

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  9. Coitado do Craig eu gostava do personagem
    tomara que o Kyle morra odeio o personagem esse insuportável

    Por favor a Megan não pede morrer eu adoro ela minha personagem favorita quer dizer nem um dos três pricipais pode morrer

    continuo mega atrasado

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