[Crítica] O Misterioso Assassinato de uma Família

Direção: Fernando Barreda Luna
Ano: 2010
País: Espanha
Duração: 75 minutos
Título original: Atrocious

Crítica:

Uma lenda local, se torna uma verdade aterrorizante.

Pode me dar uma facada quem um dia previu que Atrocious receberia, no Brasil, o nome O Misterioso Assassinato de uma Família. Vocês tinham que ver a minha cara quando eu soube desse título nacional. Nem precisei saber mais nada e pensei, é da PlayArte. Acertei na mosca! Convenhamos que já pode se escrever para os piores títulos nacionais ever. Mas, se serve de consolo, não tivemos um Atividade Paranormal 3 – Terror no Labirinto ou A Bruxa de Blair 3 – A Bruxa Mudou de Floresta, e vocês sabem que vindo da PlayArte, isso é bem possível.

A história segue a suposta história real de uma família que vai para uma casa no meio do nada nas férias (é isso mesmo ou apenas final de semana? Eu esqueci). Logo, os dois filhos mais velhos do casal, decidem brincar de “Caça Lendas” e acabam descobrindo que existe uma, bem ao lado de sua casa. Trata-se de um fantasma de uma garotinha, que morreu no labirinto e agora atormenta quem se perde a noite. Logo, a pobre família vai descobrir que não é só de lenda que o terror sobrevive...

A cada do DVD repete várias vezes que este é uma história real. Agora eu pergunto, e daí? Gente, eu realmente não me choque mais. Não quero saber mais o que é real ou não, eu quero apenas um bom filme. E isso, O Misterioso Assassinato de uma Família, não consegue nos dar. O filme não chega a ser ruim, é apenas mediano. Eu esperava alguma coisa muito mais emocionante, mas, diferente das minhas expectativas, o tédio reina.

Vocês acreditam que nada acontece por... Todo o filme? O começo é bem lentinho, como de costume. Eu pensei que era só um pequeno aquecimento, já que aqueles burros estavam andando no labirinto de dia. Eu pensei que quando eles se aventurassem de noite, o bagulho iria ficar frenético. Engano meu. A “perseguição” no escuro é uma das cenas mais broxantes de todo o filme. No começo até que pode prender a atenção, pois a qualquer momento pode aparecer alguma coisa assustadora na tela. Mas, depois de 10 minutos, vendo mato e tela preta, o espectador fica cansado e com sono.

Eu mesmo fiquei esperando que todos morressem o mais rápido possível, porque eu já estava de saco cheio de ver aquele garoto gritando igual um demente ao invés de tentar sair da porcaria do labirinto. E não pensem que o filme decola, pelo menos, nos minutos finais. Temos algum pânico coletivo, uma breve perseguição e mais nada. Nós nunca temos nada, realmente, em tela. É bastante semelhante ao sem graça A Bruxa de Blair. O filme prepara o espectador para algo que nunca vem.

Eu fico imaginando de quanto foi o orçamento deste filme, porque eu não acredito que ele tenha custado mais do que 100 reais, fala sério. Quais foram os gastos? Ingredientes para um mínimo de sangue falso, um cachorro empalhado e uma porta quebrada. Sendo que é só pegar um cachorro morto da estrada para cortar custos. E a porta, basta acabar com uma bem baratinha, já que não dá para ver nada mesmo. Então, tem como ter gasto mais do que míseros 100 reais? Acho que não.

Bem, eu tenho certeza que muitas pessoas irão adorar, principalmente os fãs deste estilo. Para mim, não foi o suficiente. Filme muito lento e sem graça, meu avô até dormiu (mesmo com os gritos daquela garota histérica). A revelação final até que é boa, mas devia ter sido melhor trabalhada. Afinal, se fosse para revelar algo, devia ser mais cedo, para o espectador ver um pouco de ação. Não recomendo, agora é só aguardar a próxima “verdade” que eles vão tentar nos fazer engolir. Nota 5,0.

Trailer: