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[Livro] Hell Yes - Capítulo 2: Caçadores Sabem o Que Fazem



Os movimentos foram rápidos e Taylor desviou da faca, que por algum motivo pensou que estava sendo mirada no topo de sua coluna vertebral. Ela pôde sentir o vento da faca em seu rosto, passou perto. Quem quer que fosse, sabia exatamente usar aquela arma.

Nos milésimos de segundos que Taylor teve, olhou para a pessoa, mas não conseguiu identificar, estava escuro demais, e antes que pudesse pensar em fazer outra coisa, foi atacada novamente. A faca acertaria seu estômago na horizontal, mas ela pulou para trás, nem sabia como estava sendo tão rápida. Logo deu um chute na mão do agressor e a faca voou longe, mas isso não o parou. Avançou em Taylor novamente tentando acertar um soco, mas Taylor segurou sua mão. Só que suas pernas estavam livres, e ele acertou um chute na costela de Taylor, assim liberando sua mão.

A dor era imensa, parecia que uma costela de Taylor havia sido quebrada, mas ela não podia hesitar, não quando sabia que aquela pessoa queria matá-la. Mas ele foi mais rápido e acertou um tapa no rosto de Taylor, fazendo-a cair de quatro no chão. Ele deu um chute no estômago dela e uma chave em seu pescoço, sufocando-a.

Naquele instante, as luzes se acenderam. O lutador misterioso soltou Taylor no chão, que pegou em sua garganta e começou a tossir. Logo ela olhou pra ele e notou que não era um homem, e sim uma garota. Rebecca Van Der Lance havia acabado de dar uma surra nela e a estava olhando com desprezo.

O barulho de passos à frente fez o olhar de ambas encontrar a grande escada no final do hall, de onde Camerom Van Der Lance estava descendo. Ele olhava para Taylor com um sorriso malicioso, e isso a deixou seriamente raivosa.

- Rebecca, já disse como deve tratar nossos visitantes. Amarre-os e faça perguntas – Ele sorriu para Taylor e desceu mais um degrau – Ainda mais alguém tão bonita como ela– Ele desceu mais um degrau – Antes de eu perguntar seu nome, me diga, por que cometeu o ato suicida de entrar aqui?

- É... – A respiração de Taylor ainda estava ofegante – Você é realmente um Van Der Lance. Só que mais bonito... E vivo.

- Piadinhas sobre a minha família?

-Relaxa – Taylor se levantou – Você acha que eu tenho cara de quem fala mal da sua própria família? – Ela levantou uma sobrancelha, queria que ele entendesse o recado e a ironia.

- Eu quero muito te matar agora, sabia? – Disse Rebecca, que apenas arrancou um sorrisinho presunçoso de Taylor.

- Me dê um motivo pra você ter a chance de sair viva daqui – O sorrisinho de Camerom havia sumido.

- Um motivo? – Taylor cruzou os braços e deu um ar de risos olhando pra baixo, mas assim que olhou nos olhos azuis de Cameron sua postura voltou, mas com aquele olhar de superioridade de sempre – Eu sou Taylor Van Der Lance, e eu não faço a mínima idéia do que estou fazendo viva. Ah... E eu posso provar.

Um trovão se formou do lado de fora, fazendo o rosto dos três iluminar. Camerom parou e fitou melhor a garota com quem estava falando, era realmente familiar de algum lugar.

Rebecca queria matá-la ali mesmo, sem mais perguntas e sem mais suposições, ela tinha certeza que aquela garota era uma criatura e estava mentindo.

Mas, as duvidas de Camerom eram bem maiores do que qualquer pensamento precipitado que Rebecca pôde ter. Ele havia visto as noticias sobre pessoas saindo de túmulos, sabia do caos que o mundo dos caçadores estava enfrentando, sem falar nos olhos de Taylor, idênticos aos da foto da garota que vira há alguns anos, seu pai contava histórias sobre Taylor Van Der Lance, a garota inocente que foi condenada e ir pro inferno por ganância.

Camerom desceu os degraus que faltavam, fitando Taylor. Ela também não tirava os olhos dele e tentava demonstrar segurança em seu olhar, mas tinha medo que ele não acreditasse e acabasse matando ela ali mesmo. Quando Camerom chegou bem perto, Taylor se sentiu incomodada, e Rebecca achou aquilo estranho.

-O que foi?- Perguntou Taylor.

Camerom não disse nada, apenas tirou o pequeno frasco de água benta de seu bolso e jogou no rosto de Taylor, que fechou os olhos. Ela suspirou, furiosa.

-Você só pode estar brincando.

-Não, ela não é um demônio – Camerom pegou a mão de Taylor a força e enfiou uma pequena estaca de prata que havia em seu bolso.

-Você ficou maluco?- Gritou Taylor.

-Também não é um metamorfo – Ele guardou a estaca dentro do bolso da camisa social preta e fitou Taylor, sorrindo – Parece que hoje é o seu dia de sorte – Ele deu as costas para ela e foi em direção a escada, assim como Rebecca.

- É, pode apostar – Disse Taylor antes de segui-los, ao ter uma lembrança macabra do inferno.
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Enquanto Camerom procura um livro na enorme biblioteca dos Van Der Lance, Taylor colocava uma atadura em sua mão ferida, sentia falta da regeneração.

Rebecca pesquisava algo no computador e de vez em quando olhava para Taylor, ainda não estava a vontade com ela ali.

- Isso é uma droga! Mal voltei do antro de torturas e já colecionei uma explosão e dois ferimentos que não regeneram. Como nos velhos tempos...

- Achei – Disse Camerom ao retirar um livro da enorme prateleira. Ele andou até a mesa onde Taylor estava sentada e abriu o livro.

Quando Taylor colocou os olhos naquele livro, soube exatamente o que era. Aquele era o livro de recordações da família Van Der Lance, começada por Anthony Van Der Lance que nasceu em 1901 e por sorte, talvez seja usado até os dias de hoje.

- Eu sei o que é isso. Meu pai vivia escrevendo e colocando fotos.

- Achei! Aqui, Taylor Van Der Lance – Camerom apontou para a foto dela no livro –Nascida em 4 de Maio de 1951 e morta em 13 de Setembro de 1970.

- É, sou eu. Deus, estou muito gostosa nessa foto. Tem foto do Stephen aí também?

- Deve haver – Respondeu Camerom, folheando o livro pra ver se encontrava mais alguma foto. Ele folheou até que Taylor avistou a foto de uma linda mulher com cabelos loiros.

- Espera – Ela pediu e colocou o dedo na página – Quem é essa?

- Nossa mãe... Morreu em 2004 numa missão com nosso pai. Ele se culpou pela morte dela até seu leito de morte... As pessoas costumam morrer cedo nessa família...

- Eu sinto... – Taylor foi interrompida por Camerom assim que ele soube o que ela iria falar.

- E você, como está aqui? Como podemos saber que é você?

- Você quer mais que isso? – Taylor levantou a mão enfaixada, o sangue estava saindo pelo curativo.

- Você entendeu o que eu quis dizer. As pessoas dessa família costumam morrer, mas se elas começarem a ressuscitar eu prefiro ser avisado.

- Você sabe que não sou perigosa. Talvez eu seja sarcástica e tenha um vocabulário do nível do seu, mas sabe que não vim aqui pra fazer mal.

- Então pra que você veio? – Perguntou Rebecca, lá atrás e isso atraiu olhar de Taylor e Camerom.

- Alguém me trouxe de volta. Alguém colocou uma esfera de Hades na casa onde eu estava e eu quase morri. Sei que este é o carma dos Van Der Lance, mas eu realmente não estou afim de morrer de novo, é um saco, e dói muito.

- E o que você quer que a gente faça? – Rebecca levantou-se da cadeira do computador e cruzou os braços.

- Vocês são caçadores e vocês têm esse lance de internet. Troço maneiro, peguei as fotos de vocês por lá. E vi um pornô- Taylor sorriu, lembrando das imagens do video – Mas o que eu quero dizer é... – Ela deu um pulo da mesa e encarou Camerom mais de perto – Vocês sabem que muitas pessoas saíram dos túmulos como eu, só que algumas delas preferiram matar pra comemorar a saída do inferno, eu não.

- E é por isso que você merece ser ajudada? – Camerom deu um passo pra frente e eles ficaram mais próximos.

- Vocês descobrem quem nos trouxe e matam esses desgraçados, impedindo a morte de inocentes, enquanto eu sobrevivo e fico por aí aproveitando o que me tiraram, o novo mundo, a melhor fase da tecnologia e da música. Eu quero viver!

- Tudo bem, garota bi-centenária. Vai ser legal ter uma garota de verdade por aqui, pra variar.

- Eu sou sua irmã. Se você dissesse que gosta da minha presença feminina, você já estaria sexualmente incapacitado há anos.

- E lá vamos nós... –Camerom suspirou.

- Eu preciso de um banho, não tomo um há 41 anos. A não ser que banho de água fervente conte.

- É aqui do lado, e sem piadinhas sobre tempo – Camerom apontou sua mão para o livro e ele fechou sozinho. Logo após ele fez o livro levitar até a estante e ser colocado exatamente onde estava.

Taylor abriu a boca, estava praticamente babando. E Camerom realmente havia feito isso para se mostrar, ele acharia broxante iniciar uma conversa onde explica que é um feiticeiro.

- Sem chance! – Disse Taylor, perplexa – Você tem genes de feitiçaria? – Ela abriu a boca e sorriu com ela aberta, era como se estivesse rindo e ao mesmo tempo muito surpresa.

- Nossa avó Mercedes era de um clã feiticeiro, ela passou isso pra nossa mãe e nossa mãe passou pra mim.

- E a adoradora de Satã ali, Mata galinhas pretas apenas? – Taylor olhou para Rebecca, sorrindo para ela, que não tinha achado nem um pouco engraçado.

- Apenas um por geração pode herdar os genes, você deveria saber disso – Rebecca deu meia volta e saiu da biblioteca.

- Ela é meio revoltada com isso, você se acostuma com o tempo – Camerom também deu meia volta e começou a andar na direção da porta.

- Cam... Mais uma coisa – Taylor o chamou e ele virou-se para ela – Eu quero saber onde estão os selos de Jennifer e Brian, e você vai me contar – Ela sorriu com malícia, sabia que Camerom falaria para ela onde estavam selados seus dois antigos amigos, e achava isso uma vitória.

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Ele abriu os olhos, mas não enxergava nada, começou a achar que estava cego. Ele não sentia mais aquele calor insuportável e nem ouvia mais os gritos, mas não sabia se isso era um alívio ou não. Quando apalpou ao lado, percebeu que havia alguma coisa. Era uma lanterna, ele descobriu assim que apertou o botão e tudo iluminou. Percebeu que estava dentro de um caixão quando passou a lanterna por todos os lados, aquilo era estreito e agonizante, mas nada comparado ao que ele já havia passado nas mãos de Minerva.

Ele começou a bater na porta do caixão, queria sair dali de qualquer jeito. E com sua enorme força conseguiu furar a porta. Logo a areia consumiu o caixão, mas ele estava feliz por te ruma chance de sair dali.

Escalou até o topo e colocou a mão direita para fora do que achava ser um túmulo. Logo colocou sua cabeça para fora e respirou, não sentia aquela sensação há anos. Com esforço, conseguiu subir até o topo e sentou no túmulo, sua respiração estava ofegante. Fitou a lápide atrás de si e leu o nome “Edgar Smith”. Isso soou muito confuso, mas ele não estava entendendo nada mesmo, não fazia diferença, ele era o homem mais feliz do mundo por ter dado um jeito de escapar do inferno.

Quando virou pra frente, assustou-se com a figura de uma garota parada à sua frente. Ela estava de vestido branco, com uma fita roxa amarrada em sua cintura e com uma boneca de pano com olhos roxos nas mãos. A garota o encarava, como um fantasma, mas ele já havia visto de tudo mesmo, não fazia diferença.

- Olá Edward, vejo que conseguiu escapar do mar de enxofre, parabéns – Disse a menina, calmamente.

- Quem é você? Minerva? Lector? – Edward mal abria os olhos, estavam cheios de terra e sono.

- Sou apenas uma amiga que lhe ajudou. Você deveria ficar grato, poucos tiveram esta oportunidade. Você é um escolhido, Edward.

- Escolhido de quê?

- Você tem uma missão, você não está aqui a toa. Tem um papel muito importante pelo que está por vir.

Edward se arrastou na terra na direção da garotinha, que deu um passo para trás.

- Foi você quem me tirou de lá? Obrigado! –Ele começou a chorar. Encostou o rosto na terra e chorou no sujo, não sabia como agradecer a pequena garota.

- Edward, como eu disse, você tem uma missão, mas ela não pode ser feita agora. Precisamos de tempo e eu preciso da sua ajuda.

- O que eu tenho que fazer? – Ele olhou para ela com o rosto cheio de lágrimas.

- Sobre isso, por enquanto nada. Mas você pode começar me agradecendo por ter salvado você do mundo da perdição – A garotinha olhou pro lado.

Ela estava olhando para cinco pessoas, eles eram góticos que tinham acabado de estacionar na porta do cemitério. Edward olhou para o mesmo lugar e os viu.

- Você sabe o que fazer... – A garotinha deu um sorriso malicioso, esperando que Edward realmente fizesse o que ela queria.

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- Desculpe Cam, esse troço é estranho, quando ele começou a tocar eu tomei um susto - Disse Taylor no celular para Camerom, que suspirou.

- Taylor, isso se chama celular e todo mundo tem um, é o que usamos para nos comunicar em qualquer lugar. Eu te expliquei tudo isso ainda agora.

Taylor avançou o sinal com o carro e ouviu uma buzina de alguém reclamando. Estava chovendo e ela mal podia ver pelas vidraças do carro que roubou.

- Você vai ficar bem? Não seria melhor ter ficado aqui?

-Você está chamando uma estranha-morta-perigosa para dormir na sua casa? Não Camerom, não vou dar pra você tão cedo.

- Você é inacreditável – Camerom riu – Se cuida, amanhã faremos o feitiço - Ele desligou.

-Alô?Alô? –Taylor ficou falando ao celular, mas Camerom já havia desligado.

Do outro lado da linha, Camerom brincava com o celular no queixo, virando ele, enquanto seu olhar pensativo fitava o nada. Ele estava preocupado com Taylor, mesmo ainda tendo duvidas sobre seu caráter.

Na estrada, Taylor jogou o celular no outro banco e focou-se na direção. Quando chegou até a casa vazia que invadira, desligou o carro e saiu. Bateu a porta com muita força, mas nem ligou para isso. Andou pelo jardim e deu um leve tapa na placa de “Vende-se” seguido de um sorriso. Foi até a porta da casa e suspirou, queria poder obter as respostas naquele momento e era frustrante não poder.

Mas logo, notou algo estranho. Ela olhou ao redor, com uma sensação estranha. Um vento forte estava batendo nas árvores e ela ouvia cachorros latindo de longe, a rua estava escura, molhada e macabra e ela não sabia que sensação era aquela. Mas resolveu não ligar. Entrou na casa e logo jogou seu casaco molhado no chão, não iria mais usá-lo mesmo.

Foi até a sala e fitou-se no espelho, estava toda molhada, mas ainda assim linda. Não havia envelhecido um sequer dia desde o dia de sua morte e achava essa parte a mais legal de todas, logo depois de parar de sofrer.

Andou até a cozinha, mas não tinha nada na geladeira, seria demais ela encontrar uma casa vazia e mobiliada e ainda com comida na geladeira. Ela olhou para a janela de vidro atrás dela e teve a mesma sensação de antes, só que dessa vez mais forte.

Taylor subiu as escadas e entrou no quarto mais luxuoso que havia ali e tirou sua roupa. Deixou seu corpo perfeito à mostra e colocou uma das peças de roupa que havia roubado de uma loja antes de ir à casa dos Van Der Lance. Era uma roupa sexy de dormir, uma blusa de alça preta que grudava em seu corpo e um shortinho da mesma cor, ela se sentia bem vestida assim.

Jogou-se na cama e fechou os olhos, queria saber se conseguiria dormir. E até conseguiu pegar no sono depois de algum tempo.

Foi aí que eles chegaram. A porta do quarto se abriu devagar enquanto a sombra dele ia aparecendo por causa da luz do corredor, ele estava definitivamente segurando uma arma. Ele aproximou-se de Taylor apontando a arma para ela, foi aí que ela rapidamente tirou uma arma debaixo do travesseiro e apontou para ele. Axel mirou mais em seu rosto, mas acabou tendo uma arma apontada para o seu.

- Você não vai atirar numa mulher indefesa, vai?-Taylor o provocou, o sorrisinho malicioso já estava em seus lábios.

- Você sabe que não é uma mulher.

-Olha que eu posso provar.

- Você me dá nojo.

-E você é bonito demais pra ser tão arrogante – Taylor se desembrulhou, sem tirar a mira de Axel.

- Devo agradecer por isso?- Ele ficou de pé

- Acho melhor dizer porque está tentando me matar, mas um obrigado até que não cairia mal – Taylor levantou-se, ficando assim frente a frente com Axel, um apontando a arma para o outro.

- Você sabe porque. Criaturas não podem viver neste mundo.

- O que te faz pensar que eu sou uma criatura?

-Nenhum ser humano sai andando de dentro de um túmulo e não aparece em gravações de câmeras. Obrigado pelo bonito – Ele piscou.

- Vamos fazer assim então: Você me deixa em paz e eu saio numa boa daqui, ninguém precisa se ferir.

- Eu acho que não – Ele balançou a cabeça negativamente, era um jogo de sorrisos com desdém interminável.

- Péssima idéia – Taylor atirou pro lado e isso acabou distraindo Axel, dando chances para ela chutar a arma de sua mão.

Ela deu um chute em seu peito, mas ele não recuou, a atacou com seu punho direito, mas levou um soco na barriga e depois um chute giratório no rosto. Ele caiu no chão, enquanto Taylor olhava para si mesma, se perguntando como sabia fazer aquilo.

Mas não demorou muito para ele levantar e atacá-la novamente, mas ela desviou do soco, só não desviou do chute no quadril que a fez cair encima da penteadeira atrás dela. Ele foi até seu encontro e a puxou pelo cabelo. Bateu a cabeça dela na penteadeira e o sangue logo escorreu.

- Volte pro inferno! – Ele rosnou.

- De jeito nenhum! – Taylor acertou uma cotovelada em seu nariz e ele caiu pra trás – Não volto pra lá nem fodendo! – Ela cuspiu em Axel e saiu pela porta.

Quando saiu, logo foi surpreendida por Annie com uma faca de prata, mas ela desviou. A faca cravou na parede, mas Annie a retirou e atacou de novo Taylor. Agora ela estava achando que podia tudo. Chutou a faca das mãos de Annie e levantou uma sobrancelha para ela.

Annie estava perplexa, não sabia o que fazer. A faca não estava mais em suas mãos e ela nem sabia que tipo de criatura Taylor poderia se, só sabia que era muito poderosa. Pegou a garrafinha de água benta e jogou no rosto dela, foi a única coisa em que pensou.

Taylor fechou os olhos e engoliu um pouco da água, estava irritadíssima com isso. E Annie decepcionada que a água benta não havia funcionado, agora ela estava realmente com medo.

- É a segunda vez hoje, sua vadia! – Ela acertou um soco no rosto de Annie, que caiu se debatendo na parede.

De repente, ouviu-se barulho de tiros. Taylor olhou para a parede e viu que estavam se formando pequenos buracos de bala neles, que se continuassem avançando iria acertá-la. Ela correu com tudo para a escada e de lá se jogou, antes que Axel colocasse uma bala em seu corpo.

Ela acabou caindo de mau jeito e machucou a coluna e a cabeça. Foi o tempo que Axel precisou para descer as escadas e ficar cara à cara com ela. Meio desacordada, ela olhou para ele, certa de que aquele era seu fim.

-Não morra ainda... - Ele sussurrou em seu ouvido – Ainda tenho umas perguntas pra fazer, seja boazinha.

- Não! – Ela gritou e logo levou uma bofetada dele.

-Você vai fazer o que eu mandar, se não quiser voltar praquele túmulo.

As mãos de Taylor pinicavam, ela sentia que a corda estava apertada demais. Suas pernas doíam e ficar sentada naquela cadeira não ajudava em nada, mas foi obrigada a ficar assim.

Um pouco distante dela, Axel e Annie discutiam. Eles pensavam que ela não podia ouvi-los, mas sua audição era perfeita, quase até sobre-humana. Eles discutiam sobre aquela situação. Annie queria chamar Elvira para resolver pessoalmente, mas Axel queria acabar logo com aquilo. Taylor apenas ria, mesmo sabendo que morreria quando eles descobrissem que ela não possui informação alguma.

Axel andou a cadeira onde Taylor estava amarrada e se abaixou para ficar da altura da cabeça dela. Taylor apenas sorria, o mesmo sorriso de sempre, e Axel realmente não estava incomodado com aquilo.

- Então, por que você não começa dizendo quem te trouxe aqui?

- Porque eu não sei.

Axel lhe deu uma bofetada, o rosto de Taylor foi para o lado direito, ela podia ver Annie ali no canto observando tudo. Ela virou-se de novo para Axel.

- Que tal você não mentir? É uma boa proposta se quiser parar de apanhar.

- Eu sempre fui meio masoquista- Taylor gargalhou, parecia uma louca – Vocês estão perdendo tempo... Eu não sei nada além do que vocês já sabem...

- Então você simplesmente acordou ali sem saber o que tinha acontecido e decidiu matar inocentes com uma esfera de Hades? Mais desprezível ainda.

- Eu não tentei matar ninguém! –Taylor gritou

-Mentirosa! – Axel bateu nela mais uma vez.

Taylor sorriu, seus dentes estavam cobertos de sangue. Ela cuspiu pro lado e olhou novamente para Axel, que já estava achando incrível ela continuar com aquele olhar forte e desafiador.

- Você sabe o que é ser amarrado e ficar 20 minutos queimando dentro de um lago de lava enquanto ela vai destruindo seu organismo que se recupera rapidamente só para ser destruído de novo? Isso, não é nada pra mim. Passei 41 anos sendo mutilada, pedaço por pedaço, célula por célula, todos os dias só por causa de uma avó egoísta que ofereceu minha alma em troca de riquezas... Seus tapas não doem nem um por cento do que eu lembro que já passei e eu sinto muito se não sei porque voltei... Tenho medo de morrer e voltar pra lá... Então por favor, não me mate... Não antes de eu entender porque mereci ir pro inferno e porque mereci voltar.

Axel olhou fundo nos olhos de Taylor e sentiu raiva de si mesmo por ter acreditado em cada palavra que ela dissera. Ele suspirou, não acreditava que estava com pena de algo que nem era humano. Andou até a parede e deu um soco assim que gritou um palavrão. Virou-se para Taylor novamente, queria ignorar o fato dela estar implorando por sua vida.

- Eu preciso saber por que vocês estão saindo do inferno e matando pessoas. Eu quero qualquer coisa, pelo menos um nome.

- Minerva – Taylor disse rapidamente, era o único nome que lhe vinha à cabeça.

De repente, algo atravessou a janela e acertou o braço de Annie. Taylor e Axel olharam pra ela, que segurava o braço esquerdo, assustada. Quando tirou a mão, Axel percebeu que era uma esfera espinho tranqüilizante. Annie caiu no chão e Axel olhou pra janela. Camerom estava entrando com uma arma nas mãos.

- Eu disse que seria perigoso.

Axel puxou a arma, mas Camerom foi mais rápido, atirou um tranqüilizante na sua perna. A arma de Axel caiu junto com ele. Camerom correu até Taylor e a desamarrou. Ela levantou-se e olhou para Axel agonizando no chão, ele tinha poucos segundos antes de apagar. Ela riu e abaixou-se. Pegou em seu cabelo de uma forma carinhosa.

- Eu vou... Te... Matar... – Ele sussurrava.

Taylor sorriu estranhamente para ele e depois lambeu seu rosto do queixo até a testa.

- E eu mal posso esperar por isso.

CAPÍTULO 3: Vale da Morte

Já têm uma opinião sobre o que está acontecendo?
Não? Estão vocês não podem perder o próximo capítulo
Na próxima Sexta, 16/09, Faremos uma visita ao vale da morte.
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1 Comentário(s)

Um comentário:

  1. Muito interessante a história melhorou de uma forma incrível! E gostei do rumo que a história tomou!

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