[Crítica] Labirinto do Tempo

Direção: Carl Bessai
Ano: 2010
País: UK
Duração: 90 minutos
Título original: Repeaters

» Será distribuído pela Flash Star, direto em DVD, com o título Labirinto do Tempo. Não ficou ruim e tem haver com o tema principal da história.

Crítica:

O que você faria se todos os seus dias fossem iguais?

Eu adoro filmes onde os personagens ficam presos dentro de uma “bolha” do tempo, tendo um limite de tempo que repete e continua repetindo até que aconteça alguma coisa. Quando falo de um filme assim, Triângulo do Medo logo me vem a cabeça. O problema é que, apesar de ser um bom tema para se fazer um filme, temos que levar em conta que a maioria dos desfechos são ruins, porque os roteiristas não sabem concluir o próprio ciclo vicioso que criou.

A história de Repeaters foca em três ex-drogadas, tentando vencer o vício na reabilitação. Depois de um dia livre, onde eles poderiam fazer qualquer coisa, eles acabam tomando um choque. Depois disso, os já não passam, literalmente. Eles ficam vivendo o mesmo dia repetidamente. No começo, tudo é brincadeira. Mas quando um deles surta, os outros dois têm que achar um modo de conseguir viver o amanhã.

“Não espere pelo último julgamento, ele acontece todos os dias”. É com essa frase marcante que o filme começa. Minhas expectativas estavam baixas, já que o trailer não havia me empolgado. Somando isso a um tipo de história onde os finais sempre são ruins, vocês podem começar a imaginar a minha “animação”. Mas ainda bem que eu não desisti, porque Repetears, além de ser ótimo, já pode ser considerado um dos melhores filmes desse subgênero.

Se você prestar bastante atenção na trama, logo vai entender do que se trata. Na minha cabeça, eles estavam mortos por causa do choque, e estavam presos no “além vida” até acertarem seus erros. Apesar desta teoria ser interessante, não é o que acontece no filme. Apesar de não estar totalmente errado. Mas nem precisam ficar irritados, já que isso não é nenhum spoiler e a reviravolta final fica por conta de outra coisa.

Como já era de se esperar, o filme dá valiosas lições de vida. No começo, nos deparamos com o drama dos protagonistas que, além de serem excluídos pela sociedade, têm assuntos pendentes (e muitas vezes são maltratados) por seus parentes. Os dramas são profundos, mas do que os filmes que andei vendo atualmente. E o interessante, é ver os personagens descobrindo este buraco na vida deles, mas não podendo preenchê-lo. Já que tudo será apagado do dia seguinte.

Gostei de ver os protagonistas correndo atrás de seus erros e tentando concertá-los. Acho que, pelo menos a metade, faria a mesma coisa. Tudo bem que nos primeiros dias, todos iriam aproveitar, mas não demoraria para que a ficha caísse. É claro que muitas pessoas ficariam malucas, como certo personagem. Todos nós estamos cansados de saber que o ser humano é capaz das mais abomináveis coisas. Agora imagine ele ter o poder de fazer qualquer coisa sem a menor consequência? Não há limites para a crueldade humana.

E tudo isso vai deixando o filme cada vez mais tenso. No terceiro ato, acordar no mesmo dia já não é mais seguro. O roteiro é imprevisível, já que tudo, tudo mesmo, pode acontecer. Eu gosto muito do protagonista masculino, interpretado por Dustin Milligan (Terror na Água 3D). Ele tem exatamente o personagem precisava, além de um instinto protetor perfeito. Bem, o filme está mais do que recomendado, não percam esta chance, porque é perfeito. OBS: Será que terá sequência? Eu acho que não, apesar da última cena, não acho que aquilo seja um gancho para uma parte 2, mas sim, mostrar ao espectador que nada mudará até que a pessoa mude. Nota 8,0.

Trailer: