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[Livro] A Punhalada - Capítulo 7: Autógrafos


- Quer dizer então que enquanto Amanda estava privada de sair de casa, Daniel estava se divertindo com os amigos ricos? – Perguntou Sarah, estava comendo quase todo pacote de batata frita de uma só vez de tanta ansiedade.

- É. Mais ou menos isso – Respondeu Erin, olhando para sua mão.

Ela estava sentada na mesa da cozinha, com as mãos esticadas enquanto Sarah estava em pé do outro lado da mesa, olhando para ela.

- Você acha que ele a trai?

- Daniel? Até poucos dias não achava, mas depois do que o vi fazendo naquela festa, estou desconfiando de muita coisa.

- Como, por exemplo?

- Sei lá... – Erin deu de ombros – Já notei ele chegando com a roupa amassada ou com outro tipo de perfume vez ou outra... Mas sei que isso não quer dizer nada... Estranho foi no dia que eu peguei o laptop dele sem querer, pensando que era o meu... Ele parecia muito nervoso quando percebeu a troca, acho que tem alguma coisa naquele laptop.

- Tipo... Pedofilia? – A idéia na mente de Sarah quando diziam que alguém tinha um segredo, sempre era pedofilia, mesmo se a pessoa tivesse idade suficiente pra sofrer um assédio.

- O que? Não. Ele é o abusado, ou se por ventura não considerarem abuso já que ele não faz parte do sexo frágil.

- Olha... – Sarah sentou-se na cadeira, e com a boca ainda cheia de batatas, continuou – Uma vez vi uma reportagem sobre um garoto que era aparentemente normal, estava no ultimo ano da faculdade e iria se casar meses depois, mas quando vasculharam seu porão, encontraram bebês semi-desenvolvidos em vidros com água e embaixo da Terra. Corpo de mulheres jovens. Ele as seduzia, engravidava, depois matava e retirava seu filho pra sua coleção. Assustador, não? – Sarah sorriu e colocou outra batata na boca.

- Isso faz sentido, ele seria perfeito demais pra não ser um psicopata. Todos têm um defeito que os estraga...

- Exceto por... – Sarah se interrompeu, e com um sorriso malicioso fitou Erin.

- Se você falar Brandon, juro que te mato.

Sarah gargalhou, sabia que Erin reagiria assim. Apenas duas coisas faziam Erin reagir daquela maneira, falar sobre Brandon, ou falar sobre sexo.

- Qual é? Vai dizer que não está rolando nada entre vocês?

- Ainda não, mas... Ai – Erin fez uma careta – Você acha antiético demais namorar o irmão mais novo da nossa melhor amiga?

- Fala sério, Brandon é um gatinho, fofo, inteligente, tímido, ai meu Deus, por que ainda não peguei ele?

- Para, boba! –Erin bateu na mão da amiga, de leve.

Sarah sorriu, adorava brincar com Erin, ela era sempre tão conservadora que por qualquer coisinha já ficava vermelha. Mas no meio da brincadeira, o telefone tocou. Sarah lançou um olhar de medo para Erin. Ambas sabiam que o significava quando o telefone tocava, pelo menos na cidade de New Britain.

- Vai atender – Incentivou Erin – A casa é sua.

Sarah levantou-se da cadeira sem dizer uma só palavra e dirigiu-se até o telefone de parede ao lado da geladeira.

- Alô?

Erin observava Sarah, atenta para qualquer coisa. Sarah, no começo, não demonstrava nada, mas depois de um tempo de ligação seu rosto mudou.

- Ai meu Deus! – Ela disse, já lagrimando.

Erin se desesperou, deu um pulo da mesa e foi até onde a amiga estava.

- O que aconteceu? – Perguntou – É ele, não é?

Quando Sarah desligou, a primeira coisa que fez foi abraçar Erin com todas as forças. Ela estava chorando, atordoada. Erin nem sabia o que fazer, mas decidiu começar retribuindo o abraço da amiga. O que quer que tenha acontecido, Erin estava ali por ela.

- Sarah...

- Samantha está morta... – Sarah disse, numa voz de choro – Ele pegou ela...

--

O letreiro era claro. Nele informava a toda a população de New Britain que nesta noite, Aaron Estwood estaria na livraria “Spence’s”, dando autógrafos as pessoas que compraram seu livro.

Logo de cara, podia se ver a aglomeração de pessoas. Jornalistas de todos os tipos foram obrigados a ficar do lado de fora, filmando e fotografando apenas pela grande vidraça da livraria. As pessoas que se achavam sortudas por serem “as selecionadas” para estar lá, mal viam a hora de ficar cara a cara com Aaron Estwood. Algumas porque gostavam realmente de seu trabalho e outras simplesmente porque ele era lindo demais pra não chegar perto.

Aaron estava sentado numa mesa sozinho, com dois policiais atrás, que estavam protegendo-o aquela noite. A fila já estava formada, a maioria garotas, que esperavam ansiosamente pela assinatura de seu escritor favorito. Ao lado dele, tinha uma versão de papelão gigantesca e brega da capa de seu livro e bem em frente, uma pilha de exemplares que não tinha fim.

- Oi, meu nome é Hope – Disse a garota a sua frente, logo após entregar seu livro a ele.

- Oi Hope – Ele disse, simpático.

- Pode escrever “com amor, carinho e afeto, Hope” – A garota sorriu, nervosa, estava alisando suas mãos geladas de tanto nervoso.

- Tudo bem... – Aaron abriu o livro.

- Eu sou sua grande fã, gostava de você desde quando o via jogando futebol no Down Slowly, de verdade – Dizia a garota, enquanto Aaron assinava seu nome na contracapa do livro.

- Prontinho Hope, próximo – Ele entregou o livro nas mãos dela, que com outro agradecimento saiu da fila, feliz da vida.

Lá na frente, Megan fazia de tudo para entrar, mas mal conseguia olhar o que estava acontecendo ali dentro. Precisa ficar na ponta dos pés, pois os repórteres a sua frente não escutavam seus insultos, portanto, não saíam da frente. Ela chegou até o segurança da livraria, que estava em frente à porta. Tentou entrar, mas ele tapou seu caminho com o próprio corpo.

- Desculpe senhorita, não posso deixá-la entrar.

- Você sabe quem eu sou? Eu sou Megan Bower – Disse ela, tentando fazer rosto de diva - Atriz, cantora, compositora, modelo e baby-sitter nos fins de semana. Pra mais quantas pessoas vou ter que repetir isso? Agora saia da minha frente – Megan tentou entrar de novo, mas foi barrada.

- Desculpe senhorita, simplesmente não posso.

Megan olhou para ele com desprezo, tentando disfarçar a raiva que estava sentindo. Virou-se de costas e começou a andar, pensando num jeito de entrar. Lembrou que todos os lugares possuem porta dos fundos, e com seus saltos altíssimos, que deixavam seu andar engraçado, deu a volta na livraria até entrar num beco. Viu a porta dos fundos que procurava, no alto de uma escada.

Não precisou nem pensar duas vezes parar subir correndo e colocar a mão na maçaneta, que apenas girava, mas não abria. Estava realmente trancada. Megan forçou de novo, mas viu que não teve jeito. Abriu sua bolsa amarela e de lá tirou um cartão de crédito.

- Abre, vadia – Sussurrava ela, enquanto passava o cartão na fechadura. A insistência foi tanta que a porta acabou abrindo – O que Megan Bower quer, Megan Bower consegue – Ela fez uma pose, respirou fundo e entrou rebolando.

Naquela altura, Aaron já havia autografado muitos livros. Quando imaginou este dia, pensou em fazer uma contagem de pra quantas pessoas escrevera seu nome, mas já havia perdido a conta. A livraria estava completamente cheia, e isso o lembrou de dar uma bronca em seu assessor de imprensa que não estava lá.

- Oi, meu nome é Ginny. Ginny Field – A garota loira de olhos azuis entregou sua cópia do livro para Aaron.

-- Oi Ginny, o que você quer que eu escreva?

- Ah, pode ser “Para minha maior fã, Ginny” – A garota deu outro sorriso, que combinou com seu jeito inocente e com o uniforme de colégio que ela estava.

- Muito bem... – Aaron começou a escrever.

- Sinto muito pelo seu carro... E pelo pen drive... – Disse a garota, provocando uma tensão em Aaron – Eu sei que não foi você, não tem como.

Aaron olhou para ela, sem saber o que dizer. Ele notou que a garota estava sem graça por tocar naquele assunto, mas que ela era uma boa pessoa, não tinha feito por mal.

- Bom Ginny – Ele lhe entregou o livro – É sempre bom saber que alguém acredita na gente.

- Obrigada – Ela se retirou.

No andar de cima da livraria, Megan apareceu. Ela estava tentando parecer natural, mas acabou ficando estranha demais. Ela olhou para o andar de baixo e viu Aaron autografando os livros das pessoas. Seu coração disparou, ela era simplesmente a maior fã de Aaron que New Britain já conhecera. Colecionava pôsteres dele e os grudava em seu quarto, usava dois a cada semana, e quando ficavam repetitivos sempre tinham outros para vir no lugar.

Megan se debruçou no corrimão, mas logo tratou de ir comprar uma cópia para si. Desceu até o caixa e pediu uma, usando uma nota de cinqüenta. Sua agonia era tanta que deixou a moça ficar com o troco. Conseguiu furar a fila, na frente da magrelinha de óculos, que era tão mosca morta que nem reclamou.

Agora só faltava a garota da frente sair pra ela poder falar com Aaron. Estava ansiosa demais, carregando o livro em seu peito, batendo nele com suas unhas postiças roxas e cantarolando uma musica de fundo bem baixinho só pra passar o tempo.

Quando sua vez chegou, correu até ele e jogou seu livro na mesa com força.

- Aaron Estwood, precisamos conversar!

- E você é...? – Perguntou ele, não a reconheceu.

- Megan Bower, uma das sobreviventes, eu estava na lanchonete quando jogaram a rainha do baile encima do toldo.

- Nossa, interessante. Quer que eu autografe o seu livro?

- Quero conversar, tenho assuntos importantes com você!- Megan chegou mais perto, isso fez Aaron se afastar.

- Não está vendo onde eu estou? Isso aqui é um evento, não posso sair desse jeito, e eu mal te conheço – Sussurrou Aaron, queria disfarçar pros outros que estava tudo bem.

- É sobre Amanda Rush, vai interessar a você – Megan cruzou os braços e esperou uma resposta positiva de Aaron, com seu rosto confiante, já que sabia que Amanda o interessava.

- Droga! – Reclamou ele consigo mesmo, baixinho – Você pode esperar eu terminar aqui? Não vai demorar muito, odeio isso.

- Tudo bem, eu espero. Agora assina aí no meu livro “Para minha futura esposa, Megan Bower Perfeccionista”.

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- Eu disse tudo o que eu sei! – Disse Amanda, ainda chorando.

O delegado a sua frente parecia não se convencer com isso, ele queria respostas, ele queria um motivo para alguém estar matando os adolescentes de sua cidade e a deixando marcada como a capital dos assassinatos do país.

Bem a frente de Amanda, ele caminhava de um lado para o outro, fazendo inúmeras perguntas. Amanda já estava cansada, só queria voltar pra casa, mas o delegado desconfiava dela, afinal, por que ela sempre sobrevivia enquanto os outros eram mortos brutalmente?

Sentando ao seu lado, Brandon apertou a mão dela, numa forma de consolo. Ela sentiu isso e apertou de volta, eles estavam juntos nessa.

- A senhorita podia me dizer como Daniel Clark foi assassinado?

- Eu já disse! Ele estava cheio de sangue na minha frente, eu pensei que ele era o culpado, mas daí o assassino veio por trás dele e o esfaqueou nas costas!

- Então me diga – O delegado fitou Amanda, bem de perto, apoiando os dois braços na mesa cinza ao meio da sala – Por que ele tem marcas de esfaqueamento no peito? Por que estava escrito num bilhete cheio de sangue em seu bolso “O namorado suspeito”? E ele é seu namorado.

- Eu não sei! – Gritou Amanda, e fungou com o choro – Ele deve ter sido esfaqueado depois que eu corri, eu não sei!

- Eu quero respostas, senhorita.

- Ei, ela já disse tudo o que sabe, não foi ela – Defendeu Brandon, ao lado.

- Não disse que foi ela, disse que quero respostas.

- Nesse caso eu sinto muito, pois ela já disse tudo o que sabia!

O policial fitou Brandon, com raiva. Ele ainda queria suas repostas, queria explicações, mas Brandon tinha razão, a garota a sua frente não tinha o que ele precisava. Tudo o que queria saber já havia sido contado e já que ela não era suspeita, precisava ser liberada.

- Vocês estão liberados – Disse o delegado, e logo se virou pra parede só pra não demonstrar a raiva que estava por ter sido contrariado.

Brandon ajudou Amanda a se levantar e, devagar, saíram da sala, batendo a porta. O delegado lá dentro jogou seu chapéu longe, estava mais que furioso, estava com vontade de agarrar o miserável que estava matando os outros e fazer o mesmo com ele.

A porta da delegacia estava cheia. Os repórteres lotaram praticamente a rua inteira, querendo apenas uma coisa: Uma entrevista oficial com a sobrevivente Amanda, que havia sido atacada mais uma vez. Com um cobertor cobrindo o rosto da irmã, Brandon a levou até o carro, sendo respaldado por dois policiais, que não deixavam os repórteres se aproximarem muito. Eles entraram no carro e partiram, rumo a sua casa.

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De longe, Megan observava Aaron falando ao celular. A fila havia terminado, não tinha mais ninguém. Era o fim do evento. Lixando as unhas, Megan tentava disfarçar para si mesma o ciúme que sentia por Aaron estar falando com outra pessoa ao celular.

Quando terminou de falar, andou até Megan enquanto guardava o celular no bolso.

- Era a Ginger.

- Nem me importo – Disfarçou Megan, ainda lixando as unhas.

- Ela vai encontrar a gente aqui, está chegando. Depois vamos pro meu hotel, conversar, os três.

- Tudo bem, eu aceito, mas não tente nada – Megan guardou sua lixa na bolsa e com desprezo saiu andando, deixando Aaron de boca aberta, ele não acreditava que alguém com aquele jeito poderia existir e continuar assim após quase ter sido morta.

Ele foi atrás dela, que já abria a porta da livraria. Fitou o segurança que a havia barrado antes com desprezo, e ele sorriu, achando-a completamente louca.

Quando saíram pra rua, viram Ginger descer de um ônibus do outro lado. Seus cabelos loiros balançavam com o vento, e ela parecia ainda não ter visto Aaron e Megan.

- Ginger! – Ele acenou e ela olhou.

Esperou o carro vermelho passar e atravessou a rua, correndo, segurando seu casaco vermelho listrado para não abrir com o vento. Chegou perto de Aaron e Megan e disse “oi”.

- Oi – respondeu Aaron – Pensei que demoraria mais.

- Não, eu estava perto – Ela olhou para Megan, estranhou ela estar ali – Megan Bower?

- Você me conhece? – Ela fez cara de surpresa – Aaron, eu gostei dela.

- Nem preciso apresentá-las... Entrem no carro – Aaron abriu a porta de seu carro preto alugado bem à frente e Ginger entrou. Megan fez uma careta por ter ficado no banco de trás, mas decidiu não reclamar por isso. Quando Aaron entrou, deu a partida e depois meia volta, pra poder chegar a seu hotel.

Megan, hiperativa, ligou o rádio da frente numa estação onde tocava musicas românticas. Ginger parecia nem ligar pra isso, estava ocupada demais olhando as ruas pela janela, as luzes e as pessoas. Aaron parecia não gostar da musica, agüentou o quanto pôde e depois deixou numa estação onde tocava rap.

- Deixe lá! Eu estava ouvindo! – Reclamou Megan.

- Desculpe, o carro é meu, você vai pro meu quarto de hotel, eu decido tudo.

- E você não acha justo me deixar escolher a musica já que vai ser o mandachuva de tudo? – Megan trocou de estação novamente, deixou na mesma em que estava – A falta de cavalheirismo impera em New Britain – Ela se encostou no banco de trás e cruzou o braço. Tirou um chiclete da bolsa e começou a mastigar.

- Você viu o noticiário? – Perguntou Ginger.

- Não – Aaron e Megan responderam ao mesmo tempo.

- Samantha Richards e Daniel Clark estão mortos. Deixaram mais um recado. “A Bêbada” e o “O Namorado Suspeito”. Isso tem que fazer algum sentido.

- Esperem aí! – Começou Megan – Como assim namorado suspeito? Ele é namorado apenas da Amanda, quer dizer que ele quer matar a Amanda?

Ginger pensou por um minuto, Megan tinha razão. Daniel era namorado apenas de Amanda, não teria porque escrever este recado se as coisas não tivessem haver com Amanda.

- Faz sentido, Ginger... – Disse Aaron, tentando olhar para ela e para a estrada ao mesmo tempo – Mas, então... Isso significa que ela é a próxima?

- Não – Respondeu Ginger, de imediato – Significa que é tudo por casa dela.

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Uma maca passou na frente de Erin. Sempre que ela chegava com alguém e voltava vazia, sentia um arrepio pelo corpo. Olhava em seu relógio de vinte em vinte segundos, perguntando-se quando Sarah sairia dali, se estava bem, e se aquela dor no peito e falta de ar que sentiu já melhoraram.

Olhou em seu relógio mais uma vez, eram nove e meia da noite, já tinha que estar em casa, não iria querer ser ela quando ligasse seu celular e visse as, no mínimo, quarenta e duas chamadas de seu pai.

A porta a esquerda de Erin se abriu e ela olhou. Josh e Kristen estavam saindo, lado a lado. Ele estava de cabeça levantada, com um pano cheio de sangue, que parecia servir pra estancar o que saia do nariz. Quando viu Erin, disse “oi”. Kristen aproveitou a situação para fazer perguntas.

- Eu vi o noticiário, Amanda foi perseguida de novo, já falou com ela?

- Ainda não, mas vou ligar pra ela depois...

- Sinto muito pelos seus amigos... Espero que fique bem. – Kristen ficou triste, apesar deles não terem sido os mais simpáticos com ela, não achava que deveriam morrer.

- Obrigada – Erin abaixou a cabeça, pensando nas palavras de Kristen, e logo depois levantou. Olhou para ela, que parecia estar realmente sentindo muito – Só vou ficar bem quando tudo isso acabar...

- Vai demorar... Vamos Josh – No momento em que Kristen deu meia volta, Erin pegou em seu braço.

- O que você quis dizer com “vai demorar”?

- Nada... Só falei a verdade.

- Kristen, vamos logo, meu nariz está doendo – Disse Josh, sua voz afinou por estar prendendo o nariz.

- Que verdade?

- Sobre os assassinatos... Você não sabe?

- E o que você acha que sabe? – Erin preferiu ser grossa de uma vez do que ficar dando voltas com meias palavras.

- Bom, - Kristen sorriu, estava preparada para dizer as teorias que criou – Primeiro, os dois jogadores de futebol são assassinados e como recado deixaram escrito “As Mortes Iniciais”. Depois a garota que todos deram atenção foi massacrada e rotulada como “A Virgem”. Depois vieram o “Eu odeio elenco jovem” e agora sabe-se lá Deus o que colocaram nos corpos. Se você não consegue perceber o que está acontecendo, precisa pensar mais...

- O que está acontecendo?

- Ele está fazendo seu próprio filme, Erin. Quebrando as regras. Virgens não morrem no começo, são sempre as protagonistas. Homens não participam das mortes iniciais, apenas loiras burras e bonitas. Ele quer despistar a gente, fazer a gente acreditar que a vadia morre logo e a virgem sobrevive, para nos chocar depois. Ele quer que a gente pense que seu real alvo e a pessoa que está por trás de seus motivos não se sintam importante.

- E o que isso quer dizer?

- Que qualquer um pode morrer... – Kristen lançou um olhar tenso para Erin, que ficou assustada com o que ela disse – Vamos Josh – Ela segurou Josh pela cintura e saiu dali, com cuidado.

Erin pensou mais na teoria de Kristen, e tudo até que fazia sentido. As mortes, os recados, a ordem, parecia um filme de terror ao contrário, onde o assassino brincava e os enganava, como se fossem meros piões que ele teria que massacrar antes de chegar à rainha.

Mas então, Erin se perguntou, quem era a rainha?

CAPÍTULO 8: Sua Vez de Morrer
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