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[Crítica] Rubber


Direção: Quentin Dupieux
Ano: 2010
País: França
Duração: 82 minutos
Título original: Rubber

Crítica:

Está cansado das mesmas coisas?

Pense em uma coisa improvável. Já pensou? Ainda não foi improvável o suficiente. Tenho certeza que vocês já viram todos os tipos de bizarrices em filmes. Mãos assassinas, corações assassinos, olhos assassinos, sapatos assassinos e mais um bando de coisas assassinas espreitam nas locadoras. Então porque no meio de tudo isso não poderia ter um pneu assassino?

A história segue um pneu chamado Robert, que levanta no meio do deserto e começa a rolar sozinho (!). Logo, ele descobre que pode destruir coisas com o poder da sua mente (!!) e começa a treinar sua habilidade especial. Ele parece ficar fascinado por uma misteriosa mulher, que passa de carro por ele, e decide segui-la até a cidade. É claro que as coisas não ficam muito bonitas quando ela começa a usar seus poderes telepáticos em humanos...

O filme já começa com um dos personagens falando sobre as coisas sem sentido que aconteceram em outros filmes conhecidos. Logo, ele explica que Rubber é uma homenagem ao sem sentido e uma série de bizarrices começa a acontecer diante de nossas olhos. Uma coisa importante a se dizer: Mantenha a mente aberta! Quando você está disposto a assistir um filme sobre um pneu assassino com super poderes, isso é pré-requisito necessário.

Sabe, se o roteiro se resumisse em mostrar um pneu levantando sozinho e matando algumas pessoas estaria ótimo. O problema é que o roteirista (que também é o diretor) decidiu criar uma linguagem metalinguística e uma trama definitivamente "sem noção". Muitos defendem esta complexidade e comparam o roteiro com o filme Donnie Darko, onde precisamos assistir várias vezes para entender, de fato, a mensagem do filme.

Eu só assisti uma vez (não teria saco para assistir de novo) e li alguns comentários na internet. Muitos afirmam que o diretor quer passar o descaso de Hollywood com os espectadores, que insistem em fabricar produções sem criatividade. Em parte, até que isso faz sentido. Principalmente sobre um certo "peru mortal", representando o quanto os espectadores ficam satisfeitos com algo ruim para eles. Mas cá entre nós, se a história fosse simples e só se importasse em seguir o pneu seria muito melhor.

O roteiro que tenta ser tão inteligente, esquece de algumas coisas básicas que poderiam ser melhor exploradas, como a relação do pneu com a mulher. Porque ele fica obcecado por ela? Isso nunca é explicado e/ou aproveitado no roteiro. Outro personagem desperdiçado é o garoto que tira o pneu da piscina. Ele chega a conversar com o pneu, mas o personagem simplesmente some do filme (e não volta mais). O roteiro acaba se perdendo na própria metalinguagem e não desenvolve subtramas que poderiam ser muito mais interessantes do que um par de cenas desconexas.

Reconheço que gostei da idéia de um pneu assassino explodindo cabeças. A simplicidade da idéia me agradava. Mas reconheço que é um pouco cansativo ver um pneu rodando por mais de uma hora na tela, ainda mais quando você não entende metade do que está acontecendo.

Para quem gosta de filmes complexos e inesperados, esse é um prato cheio. Eu achei mediano, poderia ter sido muito melhor. Destaco a cena final que também puxa um ponta para um sequência. É uma das melhores cenas do filme, além de ser muito engraçada, é claro. Nota 5,5.

Trailer:

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